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Chanceler russo cita ‘risco real’ de guerra mundial: qual a chance de ela acontecer? Entenda

Para especialistas e autoridades, o risco de uma guerra com armas nucleares é muito baixo, mas não é zero. Rússia testa novo míssil balístico de alcance intercontinental com capacidade nuclear
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, subiu o tom das ameaças em uma entrevista.
Incomodado com as doações de armas e munição à Ucrânia por países ocidentais, ele afirmou na segunda-feira (25) que a perspectiva de uma guerra mundial nuclear é inaceitável para a Rússia, mas que os riscos aumentaram porque a Otan “engajou-se em uma guerra com a Rússia ‘por procuração’ e está armando o ‘procurador’”.
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“Os riscos são bem consideráveis”, ele afirmou em uma entrevista com a TV estatal russa.
“Não quero que isso seja retratado com uma proporção excessiva, mas o perigo é sério, real, não deve ser subestimado”, afirmou Lavrov.
Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores da Rússia, em imagem de 18 de fevereiro de 2022
Maxim Shemetov / Pool / AFP
Reações iniciais
O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que a fala de Lavrov é um sintoma de que o governo russo sente que será derrotado na Ucrânia. A ameaça velada seria uma última forma de amedrontar o mundo para que outros países não apoiem os ucranianos.
O porta-voz das Forças Armadas dos Estados Unidos, John Kirby, disse que as palavras de Lavrov não ajudam em nada. Uma guerra nuclear, afirmou o americano, não pode ser vencida e não deve ser lutada, e não há razão para que o conflito na Ucrânia chegue a esse nível.
Qual é a chance real de uma guerra nuclear?
Em 14 de abril, o chefe da CIA, William Burns, declarou que a ameaça representada pelo “uso potencial de armas nucleares táticas” ou de “baixa potência” pelo presidente russo, Vladimir Putin, em caso de desespero diante dos fracassos de seu exército, deveria ser levada a sério.
Àquela altura, no entanto, ele disse que os americanos não viam nenhum sinal concreto, como deslocamentos ou ações militares que pudessem aumentar as preocupações.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em março que a perspectiva de uma guerra nuclear havia voltado a ser uma possiblidade.
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De acordo com um texto do “New York Times”, o receio dos especialistas é que um desentendimento ou uma provocação mais severa faça com que algum dos lados responda de forma desproporcional, e perca-se o controle.
A guerra na Ucrânia aumenta esse risco ao maior nível que o mundo já viveu desde a crise dos mísseis de Cuba e, de acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal, de forma ainda mais perigosa.
” A chance se uso de armas nucleares é muito baixa, mas não é zero. É real, e pode aumentar, essas coisas podem acontecer”, disse ao jornal americano Ulrich Kühn, um estrategista da Universidade de Hamburgo, Alemanha.
Arsenal nuclear
Rússia e Estados Unidos controlam 90% do arsenal nuclear do mundo: são cerca de 6 mil armas nucleares da Rússia e 5,4 mil dos EUA.
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“Hoje temos basicamente dois tipos: as armas estratégicas, que podem destruir uma grande metrópole, e as armas táticas, que são armas pequenas. Elas têm uma grande letalidade, mas o poder de destruição é pequeno. Então, elas seriam utilizadas para alvos muito específicos”, afirmou o físico Marco Marzo, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Nuclear, em entrevista ao Fantástico, em março.
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