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Diácono ortodoxo que pediu o fim do conflito na Ucrânia e criticou Putin foge da Rússia

Após criticar abertamente o presidente Vladimir Putin e o Kremlin pela invasão à Ucrânia, o diácono ortodoxo russo Dmitry Bayev, pressionado pelas autoridades, deixou o país junto de sua família. O destino dele é desconhecido, de acordo com a rede Radio Free Europe.

O religioso de 33 anos revelou na terça-feira (12) que abandonou a sacristia na Igreja João Batista, na cidade de Kirov, um dia após Moscou dar início à incursão em larga escala ao país vizinho no dia 24 de fevereiro.

Desde então, Bayev tem usado a rede social russa VKontakte, similar ao Facebook, para pedir o fim do conflito e que Putin seja levado a um tribunal internacional pelos seus atos.

O religioso não revelou qual o país que foi buscar refúgio (Foto: Dmitry Bayev/Arquivo pessoal)

A polícia fez buscas no apartamento do diácono após ele ter optado pelo autoexílio. Já o Comitê de Investigação russo iniciou um processo contra o religioso, sob acusação de disseminar informações falsas sobre o uso das forças armadas russas, baseada em lei adotada em março que pode resultar em pena de prisão por até 15 anos.

No início de março, centenas de clérigos ortodoxos russos pediram o fim dos combates em território ucraniano. No entanto, o líder da igreja, o patriarca Kirill, apoia abertamente tanto a operação militar quanto o chefe do Kremlin.

Repressão intensificada

A censura e a repressão aos oposicionistas na Rússia são bem anteriores à guerra, mas aumentaram desde que o exército russo atacou a Ucrânia. O Poder Legislativo aprovou um projeto de lei que criminaliza a distribuição do que o governo vier a considerar “notícias falsas” sobre operações militares russas.

De acordo com o texto legal, passa a ser proibido publicar conteúdo “contra o uso de tropas russas para proteger os interesses da Rússia” ou “para desacreditar tal uso”. A mesma punição se aplica àqueles que venham a pedir sanções à Rússia.

Influente arcebispo critica Putin

O arcebispo Crisóstomo II, influente líder da Igreja Ortodoxa do Chipre, criticou na terça-feira (12) o presidente russo Vladimir Putin por travar o que ele classificou como uma “guerra anticristã e sem sentido” contra o povo da Ucrânia, segundo reportagem do jornal Financial Mirror.

O religioso condenou as ações dos “irmãos cristãos ortodoxos da Rússia”, com os quais a Igreja do Chipre tem laços estreitos. “Não há desculpa para ir e destruir outro país. Não faz sentido”, disse Crisóstomo à emissora de TV estatal CyBC, acrescentando que “não há nenhuma lógica nas ações de Putin. Ele não está se comportando como um cristão”.

Na semana passada, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky instou o Chipre a revogar passaportes emitidos para russos envolvidos em um esquema de corrupção em 2020. Ele também pediu para que fossem fechados os portos cipriotas a todos os iates privados russos, acabando com “privilégios”.

O Chipre, que faz parte da União Europeia (UE), concedeu passaporte a pessoas investigadas e condenadas em seus países de origem em um programa de vistos mediante investimento.

Nicósia já enviou mais de 215 toneladas de ajuda humanitária para a Ucrânia, maior contribuição no exterior já feita pela ilha do Mediterrâneo. O país, que tem uma diáspora russa relativamente grande, recebeu mais de dez mil refugiados ucranianos.

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