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Macron não tem mais como ignorar os extremos na França

Segundo mandato de presidente reeleito começa sem trégua com oponentes de esquerda e direita e em campanha para as legislativas, que darão a medida de sua atuação nos próximos 5 anos Macron vence Le Pen e garante novo mandato na França
Emmanuel Macron se reelegeu, mas a extrema direita avançou como nunca na França. Ele reconheceu que o país está fraturado e precisa encarar a raiva dos que votaram contra ele, mas há outros poderosos alertas para este segundo mandato.
Sem direito à lua-de-mel, o presidente enfrenta em junho um terceiro turno eleitoral, com eleições legislativas que darão a medida de sua atuação nos próximos cinco anos e a margem para implementar reformas.
O palco político foi reformatado, sem lugar para os tradicionais partidos de esquerda e direita, rechaçados pelo eleitor. A França de hoje está dividida entre populistas nacionalistas antissistema de esquerda e direita, que somam mais de 50% do eleitorado, e centristas pró-Europa.
Macron venceu, mas Marine Le Pen conseguiu cooptar 12 milhões de eleitores – cinco milhões a mais do que em 2017 – remodelando a sua imagem. Combinou o discurso anti-imigração com o de defensora do campo e da classe trabalhadora, preocupada com as questões mais cotidianas do eleitor.
Marine Le Pen em campanha, em 22 de abril de 2022
Denis Charlet / AFP
A estratégia deu certo e, na terceira tentativa de se eleger, Le Pen encurtou a diferença para o presidente. Ela perdeu, mas saiu mais forte e combativa das urnas. “O resultado das urnas representou uma vitória brilhante”, atestou.
Primeiro presidente francês a se reeleger em duas décadas, Macron foi humilde e contido em seu discurso. Admitiu que boa parcela dos votos recebidos veio dos que rejeitam sua rival e a extrema direita no comando da França.
“Sei que muitos de meus compatriotas votaram em mim não porque apoiam minhas ideias, mas porque querem impedir que a extrema-direita chegue ao poder. Sou grato e sou um depositário do senso de dever do que isso significa”, declarou.
Por outro lado, ele não tem como ignorar os eleitores alinhados a uma plataforma xenófoba e eurocética e que já não têm vergonha de expressá-la publicamente. Nem os que o consideram arrogante e rejeitam as reformas propostas para flexibilizar as leis trabalhistas.
Macron sobreviveu ao teste, mas este segundo mandato começa sem trégua, distante do cenário de entusiasmo que se estabeleceu há cinco anos. Seus principais oponentes – Marine Le Pen e Jean-Luc Melénchon – prometem vingança, sob a forma de protestos sociais.
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