Morta a marteladas e escondida em freezer: feminicídio de jovem que vendia vídeos eróticos choca a Itália
Carol Maltesi, de 25 anos, foi morta pelo vizinho, Davide Fontana, que escondeu seu corpo por dois meses. Vendedora italiana Carol Maltesi, de 25 anos, vendia vídeos eróticos pela internet
Reprodução/Redes Sociais
A morte da jovem Carol Maltesi, de 25 anos, que vendia vídeos eróticos pela internet, chocou a Itália no mês passado após a revelação de que o autor do feminicídio era seu amigo e vizinho.
Davide Fontana, de 43 anos, é bancário e mantém como hobby um blog de gastronomia e fotografia. Ele confessou ter matado, esquartejado e atirado o corpo da jovem por um penhasco.
O caso foi registrado na cidade milanesa de Rescaldina, e Fontana contou à polícia local que participava de um “jogo erótico” quando a matou a marteladas, informou a agência italiana Ansa.
Fontana chegou a comprar um congelador para guardar o corpo da vítima por cerca de dois meses. Ele disse ainda que chegou a responder mensagens se passando por ela ao telefone.
“Ninguém procurou por ela, apenas sua mãe, por WhatsApp, e um ex-namorado, também por mensagens de texto. Por telefone, ninguém”, disse o homem.
A reportagem da agência italiana disse ainda que ele teria pago o aluguel da casa de Maltesi para que nenhuma suspeita fosse levantada.
Fontana tentou se livrar do corpo
Davide Fontana, assassino confesso de Carol Maltesi
Reprodução/Redes Sociais
Segundo a investigação, Fontana teria tentado se livrar do corpo da jovem depois de tê-lo esquartejado. Ele dirigiu cerca de 150 km para arremessar os restos em um penhasco.
A polícia informou que havia encontrado os restos mortais de uma mulher escondidos dentro de sacos pretos, mas que, naquele momento, ninguém havia informado seu desaparecimento.
Ele chegou a ir à delegacia para informar sobe o desaparecimento da sua vizinha. O crime teria ocorrido em janeiro deste ano, mas o corpo foi encontrado apenas em 21 de março.
Quem era Carol Maltesi?
Carol Maltesi também era conhecida pelo nome artístico “Charlotte Angie”. Ela chegou a atuar como vendedora de uma loja em Milão antes de começar a trabalhar com conteúdo erótico pela internet.
Mãe de um menino pequeno, ela se apresentava no Instagram como artista e modelo. Colegas de Maltesi afirmaram à Ansa que ela mantinha uma relação de confiança com Fontana.
Segundo relatos, ele até tinha acesso às chaves de seu apartamento. Em 13 de março, ele chegou a publicar uma foto antiga de Maltesi, que já estaria morta havia dois meses.
Feminicídio é problema na Itália
Na Itália, uma mulher é assassinada em média a cada três dias, um fenômeno que se tornou uma emergência nacional após a série de recentes assassinatos cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro.
De 2015 a 2019, 538.000 mulheres foram vítimas de abusos físicos ou sexuais por parte de seus parceiros, segundo a agência nacional de estatísticas da Itália, Istat.
Maltesi chegou a publicar, em 2020, um vídeo pedindo sororidade, ou apoio entre mulheres, para o Dia Mundial para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
“Para combater determinados preconceitos, nós mulheres precisamos ser as primeiras a nos apoiar”, escreveu à época. “Não sou boa para falar de mim, mas é um tema que me é muito caro, e não apenas porque o vivi na minha vida pessoal.”g1 > MundoRead More