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Navio russo afunda no Mar Negro após explosão: veja perguntas e respostas

Ucrânia diz que o navio foi atingido por um míssil ucraniano, o que a Rússia nega. Embarcação antimísseis Moskvá, da frota russa no Mar Negro, em foto de 16 de novembro de 2021
Alexey Pavlishak/Reuters/Arquivo
A Rússia confirmou que o navio mais importante de sua frota no Mar Negro, o cruzador antimísseis Moskvá, afundou enquanto era rebocado para o porto após uma explosão na quinta-feira (14).
Segundo a Ucrânia, o navio foi atingido por um míssil ucraniano, o que a Rússia nega.
Confira abaixo o que já se sabe sobre o naufrágio:
O que significa o afundamento do navio?
A Rússia tem poderosos sistemas de defesa aérea implantados na Crimeia, mas o Moskvá foi capaz de fornecer proteção de defesa aérea móvel e de longo alcance para toda a frota do Mar Negro e era um centro flutuante de comando e controle.
Sua perda deixa a frota mais exposta, principalmente em missões de longo alcance a oeste da Crimeia.
Para o Pentágono, o afundamento do cruzador foi um “duro golpe” para a força naval russa no Mar Negro.
“Este é um duro golpe para a frota do Mar Negro, esta é uma parte-chave de seus esforços para efetuar algum tipo de domínio naval no Mar Negro. Isto terá efeito em suas capacidades “, disse à CNN nesta quinta-feira (14) o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
Para os militares russos, esta é uma perda amarga, porque o navio, embora envelhecido, era um símbolo da frota do Mar Negro e do orgulho militar da Rússia.
O que aconteceu com a tripulação do navio russo?
Toda a tripulação do navio, de cerca de 500 pessoas, foi retirada, de acordo com reportagem da agência Interfax.
A Ucrânia sugeriu que provavelmente há mortes, mas a Rússia ainda não disse nada sobre o assunto.
Rússia diz que principal navio de frota que está no Mar Negro foi atingido e evacuado
Como era o navio?
Projetado na União Soviética dos anos 1970 durante a Guerra Fria, o Moskvá foi concebido para destruir porta-aviões dos EUA e estava em serviço há quase quatro décadas.
Ele era a embarcação mais importante dos russos no Mar Negro e carregava 16 mísseis anti-navio do sistema P-1000 Vulkan, com alcance de, pelo menos, 700 quilômetros.
Ele também levava sistemas de defesa aérea de longo alcance do Forten S-300, capazes de proteger um esquadrão inteiro de navios de ataques aéreos inimigos. O peso era de 12.500 toneladas.
Ele passou por uma extensa reforma e, de acordo com o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha, só retornou a operar em 2021. Apesar dessa reforma, alguns de seus hardwares permaneceram desatualizados.
Marinheiro olha para o navio russo Moskvá ancorado no porto ucraniano de Sevastopol, no Mar Negro, em 2013
Reuters
A Rússia vai conseguir substituir facilmente o Moskvá?
Não. A Rússia tem dois outros navios da mesma classe, o Marechal Ustinov e o Varyag, que servem respectivamente nas frotas russas do Norte e do Pacífico. Mas a Turquia, que controla o acesso ao Mar Negro pelo Bósforo, não os deixará entrar em tempos de guerra.
A perda do navio muda algo no conflito da Ucrânia?
Provavelmente não, mas o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha diz que sua perda provavelmente levará a Rússia a rever sua postura naval no Mar Negro.
Embora seja um grande golpe para a moral militar da Rússia, a marinha russa até agora não desempenhou um grande papel no que Moscou chama de “operação militar especial” na Ucrânia. A Rússia mantém o domínio naval na região imediata e o Moskva foi equipado principalmente para destruir navios inimigos no mar, mas pouco resta da marinha da Ucrânia.
Como o navio atuou na guerra da Ucrânia antes de afundar?
O Moskvá participou da guerra da Ucrânia a partir da cidade de Sebastopol, que abriga a base da frota russa no Mar Negro, na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
Em uma troca de mensagens de rádio que viralizou no início do conflito, os guardas fronteiriços ucranianos da pequena ilha das Serpentes responderam com palavrões ao ultimato feito pelos russos para que se rendessem. Pouco depois, o Moskvá e outra embarcação bombardearam a ilha e tomaram como prisioneiros os militares ucranianos.
O Moskva já participou de outros conflitos?
Sim. O navio-símbolo da Rússia já participou de outras duas guerras.
O primeiro conflito em que participou foi o da Geórgia em agosto de 2008. A Rússia não informou quais foram suas missões, mas um alto responsável militar georgiano questionado pela AFP indicou que a embarcação entrou no porto de Ochamchire para bombardear as forças georgianas, que acabaram perdendo na época a única região que estava sob o seu controle no território dos separatistas.
Depois, em setembro de 2015, o Moskva foi enviado para ajudar o regime de Bashar al Assad na guerra na Síria, no Mediterrâneo oriental, para assegurar, segundo o Ministério da Defesa russo, a proteção da base russa de Hmeymim.
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