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ONU diz que 2 milhões de crianças correm o risco de morrer de fome no Chifre da África

Uma seca severa atinge três países: Somália, Etiópia e Quênia. A ONU busca recursos para poder atender mais gente. Imagem de região de gado na Etiópia, em 26 de abril de 2022
Michael Tewelde/World Food Programme/Via Reuters
O chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, disse nesta terça-feira (26) que cerca de 2 milhões de crianças correm o risco de morrer de fome na região do Chifre da África, que enfrenta uma das secas mais severas em décadas.
Em uma conferência de doadores a portas fechadas realizada em Genebra, ele disse que a organização tinha apenas uma fração do US$ 1,4 bilhão necessários para responder à seca no Quênia, Etiópia e Somália.
Veja abaixo uma reportagem de 2021 sobre uma interrupção da entrega de comida pela ONU na Etiópia.
Programa Mundial de Alimentos da ONU suspende distribuição de comida em duas cidades da Etiópia por causa de saques
“A dura verdade que devemos reconhecer hoje é que estamos em uma corrida contra o tempo novamente para evitar a perda de vidas em larga escala em 2022, e não temos recursos para fazê-lo”, disse ele em declarações proferidas virtualmente.
Seca na região
Os meses de seca no Chifre da África devastaram plantações e gado e forçaram muitas pessoas a deixar suas casas.
De acordo com o Programa de Alimentos da ONU (PMA), o número de pessoas que passam fome devido à seca pode aumentar de 14 milhões (o número atual) para 20 milhões.
Na Somália, 6 milhões de pessoas, ou seja, quase 40% da população, enfrenta níveis extremos de insegurança alimentar e, se a situação não melhorar, “um risco muito real de fome nos próximos meses”, destaca o PMA;
No Quênia, 500 mil pessoas se encaminham para uma crise alimentar, especialmente nas comunidades do norte que vivem da pecuária;
Na Etiópia, os índices de desnutrição no sul e sudeste superaram os níveis de emergência.
Conflitos, pobreza e praga de gafanhotos
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) destacou que algumas áreas afetadas pela seca no Chifre da África sofrem os efeitos acumulativos dos conflitos, da pobreza e da praga de gafanhotos.
“Devemos agir agora se quisermos evitar uma catástrofe humanitária”, disse Chimimba David Phiri, representante da FAO na União Africana, em uma reunião informativa em Genebra.
A situação também é agravada pelo conflito na Ucrânia, que contribuiu para o aumento dos preços dos alimentos e do combustível e afetou as cadeias de abastecimento, segundo o PMA.
A agência afirma que a falta de fundos nesta região do mundo poderia levar a uma catástrofe e pede um financiamento de US$ 473 milhões nos próximos seis meses.
Em fevereiro, uma arrecadação antiga conseguiu menos de 4% dos fundos necessários, indicou.
A FAO carece de mais de 60% dos fundos necessários para ajudar as 1,5 milhão de pessoas que esta agência deseja apoiar nos três países.
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