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Parlamentar britânica é acusada por colega de ‘descruzar pernas’ para distrair premiê; Johnson e vítima do comentário condenam ato de misoginia

Jornal deu espaço para conservador anônimo afirmar que a trabalhista Angela Rayner cruza e descruza as pernas quando Boris Johnson vai ao Parlamento para responder perguntas. ‘Mulheres na política enfrentam machismo e misoginia todos os dias, comigo não é diferente’, retrucou a parlamentar. Angela Rayner, deputada do Partido Trabalhista do Reino Unido, em imagem de setembro de 2021
Alastair Grant/AP
O jornal “Mail on Sunday”, do Reino Unido publicou no domingo (24) um artigo em que dá espaço a um parlamentar do Partido Conservador que não teve a identidade revelada para que ele acusasse a vice-líder do Partido Trabalhista, a parlamentar Angela Rayner, de tentar distrair o primeiro-ministro Boris Johnson quando ele está no Parlamento.
A acusação que o conservador faz contra Rayner é de que ela cruza e descruza as pernas quando Johnson vai ao Parlamento para responder perguntas dos deputados.
O artigo do “Mail on Sunday” diz que é uma tática equivalente à da personagem da atriz Sharon Stone no filme “Instinto selvagem”, de 1992. No enredo, Sharon Stone interpreta uma mulher suspeita de assassinato. Durante um interrogatório, ela desequilibra os homens no recinto ao cruzar e descruzar as pernas (no filme, ela usa uma saia sem calcinha por baixo). O texto do jornal afirma que Rayner, a deputada britânica, faz uma versão “totalmente vestida” dessa ação quando Johnson está na Casa.
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Rayner, a deputada acusada de cruzar as pernas, disse que os apoiadores de Johnson estão empregando calúnias pervertidas e desesperadas.
“Sou acusada de empregar um ‘plano’ para distrair o ‘indefeso’ primeiro-ministro sendo uma mulher, ter pernas e usar roupas. As mulheres na política enfrentam o machismo e a misoginia todos os dias, comigo não é diferente”, ela afirmou.
Rayner é de uma família de classe trabalhadora do norte da Inglaterra. Ela deixou a escola aos 16 anos, e entrou na política pelo movimento sindical.
Johnson estudou em uma escola privada de elite, Eton, e na universidade de Oxford. Às vezes ele tem dificuldade para evitar as críticas que Rayner faz a ele em debates no Parlamento.
Johnson criticou o artigo. No Twitter, ele afirmou o seguinte: “Por mais que eu discorde de Angela Rayner em quase todos os temas políticos, eu a respeito como uma parlamentar e deploro a misoginia dirigida a ela de forma anônima hoje”.
Nesta segunda-feira (25), Johnson afirmou que entrou em contato com Rayner por causa do artigo. Ele voltou a criticar o texto, que chamou de machista, misógino e espantoso.
O premiê disse que o deputado que fez a comparação com o filme “Instinto Selvagem” vai enfrentar “os terrores da Terra” se for identificado.
“Esse tipo de coisa é totalmente intolerável”, afirmou Johnson a jornalistas.
Uma outra parlamentar, Caroline Nokes, membro do Partido Conservador e líder do Comitê da Mulher e da Igualdade, afirmou que pediu ao líder do Parlamento, Lindsay Hoyle, que a Casa faça uma moção de censura ao jornalista que escreveu o artigo, Glen Owen.
Hoyle afirma que convocou o editor do jornal para discutir o artigo. Segundo ele, a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia, mas que publicar comentários misóginos e ofensivos só serve para desestimular mulheres que querem concorrer a cargos, o que prejudica a todos.
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