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Rússia prende opositor por espalhar ‘informações falsas’ sobre o exército

Uma nova lei na Rússia prevê pena de até 15 anos de prisão para quem divulgar ‘notícias falsas’ na concepção do governo do país. Lei que aumenta controle do governo sobre internet entra em vigor na Rússia
A Rússia ordenou nesta sexta-feira (22) a prisão preventiva do opositor Vladimir Kara-Murza, um dos principais críticos do governo do país, como parte de uma investigação sobre “informações falsas” em relação as atividades do Exército na Ucrânia, disse seu advogado.
Um tribunal de Moscou enviou Vladimir Kara-Murza para detenção até 12 de junho, declarou o advogado Vadim Prokhorov em um comunicado publicado em uma rede social.
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Vladimir Kara-Murza em imagem de outubro de 2021
Alexander Nemenov/ AFP
O tribunal confirmou essa informação em um comunicado publicado por agências de notícias russas.
Prokhorov anunciou pela manhã que Kara-Murza estava sendo interrogado pelo Comitê de Investigação russo como parte de uma investigação sobre a disseminação de “informações falsas” sobre o exército.
Nova lei
A divulgação de “informações falsas sobre o uso das forças armadas russas” é punível com até 15 anos de prisão, de acordo com um novo artigo do código penal aprovado pelas autoridades no início de março.
O arsenal legal do país foi reforçado para controlar o que é publicado sobre a operação militar na Ucrânia. Usar as palavras “guerra” ou “invasão” para descrever a intervenção é suficiente para a abertura de um processo.
Nas últimas semanas, Kara-Murza, de 40 anos, criticou repetidamente a intervenção na Ucrânia, inclusive nas redes sociais.
Em 12 de abril, foi condenado a 15 dias de detenção por desacato.
Quem é Kara-Murza
Kara-Murza é um ex-jornalista próximo do opositor Boris Nemtsov, que foi assassinado a tiros perto do Kremlin em 2015, e de Mikhail Khodorkovsky, um ex-oligarca que se tornou crítico do presidente Vladimir Putin.
Pessoas deixam velas em homenagem ao opositor Boris Nemtsov em 2015 em Moscou
Alexander Utkin/AFP
O opositor, que continua morando na Rússia, afirmou que foi envenenado duas vezes, em 2015 e 2017, devido as suas posições políticas.
Kara-Murza foi declarado “agente estrangeiro” nesta sexta-feira junto com vários jornalistas, incluindo Alexei Venediktov, diretor da estação de rádio Eco de Moscou, agora desmantelada.
O Ministério da Justiça russo disse em comunicado que adicionou oito pessoas à sua lista de “agentes estrangeiros”, incluindo Leonid Volkov, o braço direito de Alexei Navalny, o líder da oposição russa, e o veterano jornalista Alexander Nevzorov.
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