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Rússia x Ucrânia: o desesperado apelo do comandante do último reduto de resistência ucraniana em Mariupol

O major Serhiy Volyna disse que suas tropas não se renderiam, mas pediu ajuda internacional para os 500 soldados feridos e as centenas de mulheres e crianças abrigados com seu batalhão O major Serhiy Volyna diz que seus homens não vão se render
Serhiy Volyna/Via BBC
Um comandante da Marinha ucraniana na cidade de Mariupol, sitiada pelos russos, divulgou uma mensagem em vídeo nesta quarta (20) dizendo que seus homens tinham apenas algumas horas de vida.
O major Serhiy Volyna está no último reduto de resistência ucraniana na cidade e enviou o vídeo à BBC e a outros meios de comunicação.
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‘Podemos estar vivendo nossos últimos dias, nossas últimas horas’, diz soldado ucraniano
Volyna disse que suas tropas não se renderiam, mas pediu ajuda internacional para os 500 soldados feridos e as centenas de mulheres e crianças que ele disse estarem abrigadas com eles em uma indústria siderúrgica – a fábrica de ferro e aço Azovstal, com mais de 10 km² de extensão.
“Esta é nossa última mensagem para o mundo. Pode ser nossa mensagem final. Podemos ter apenas mais alguns dias ou horas de vida”, disse o major Volyna.
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“Fazemos um pedido de ajuda aos líderes do mundo”, acrescentou. “Pedimos que organizem uma extração e nos levem para outro país.”
“As unidades inimigas nos superam em número de dez para um, eles têm domínio no ar, artilharia, tropas terrestres e tanques de guerra”, reiterou Volyna, que é comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais.
Ele não disse quantos soldados ucranianos permanecem na fábrica, mas afirmou que eles têm um “bom espírito de luta”.
No entanto, afirmou, a situação dos feridos é “muito grave”. “Eles estão no porão, estão apodrecendo lá”, disse o major.
Embora o comandante tenha enfatizado que seus homens não se renderiam, na semana passada a Rússia disse que 1.026 soldados daquela unidade, incluindo 162 oficiais, se renderam.
Há outra unidade de combate localizada dentro da siderúrgica. É a Brigada Azov, cujo nome é uma homenagem ao Mar de Azov – que liga Mariupol ao resto do Mar Negro.
Membros da guarda ucraniana nacional ‘Azov’ e ativistas participam de um protesto em Kiev, na Ucrânia, contra as eleições locais em áreas controladas por rebeldes pró-russos do leste do país
Gleb Garanich/Reuters
Os Azov são uma milícia ligada a nacionalistas de extrema direita, que mais tarde se juntaram à Guarda Nacional Ucraniana. Estima-se que eles tenham cerca de 900 soldados.
A unidade marinha juntou-se ao Azov em Mariupol na semana passada. Não está claro quantas tropas ucranianas conjuntas permanecem na fábrica.
Na terça-feira, os Azov postaram uma mensagem no Telegram: “Vamos lutar, usaremos todos os cartuchos que nos restam, mas pedimos à pátria que salve os civis, salve os feridos e remova os cadáveres”.
E os corredores humanitários?
Mariupol tem sido o objetivo estratégico da Rússia desde que suas forças invadiram a Ucrânia, em fevereiro.
O Ministério da Defesa da Rússia deu às forças ucranianas entrincheiradas na fábrica de Azovstal outro ultimato para depor as armas e se render na manhã de quarta-feira, mas o prazo passou sem qualquer sinal de rendição.
Nem um único soldado ucraniano aceitou a oferta que já tinha sido feita na terça-feira, disse o ministério em comunicado.
No entanto, a Ucrânia parece ter chegado a um acordo preliminar com a Rússia para evacuar civis, anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.
Vereshchuk disse que isso envolveria a abertura de um corredor humanitário para mulheres, crianças e idosos. O prefeito de Mariupol, Vadim Boychenko, anunciou anteriormente que seriam abertos corredores de evacuação entre Mariupol e Zaporizhzhia.
Boychenko informou nas mídias sociais que os moradores poderiam embarcar em ônibus na rua Taganrogskaya que também fariam paradas na fábrica Azovstal.
“Durante esses dias terrivelmente longos e difíceis, eles sobreviveram em condições desumanas”, disse Boychenko. “Havia um vácuo de informações, estavam sem acesso a nenhuma informação”.
No entanto, os acordos para abrir corredores humanitários têm sido difíceis de implementar. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que “a situação em Mariupol continua a mais grave possível”.
Na semana passada, Zelensky disse à BBC que acredita que até 20 mil pessoas foram mortas no bombardeio russo da cidade e que um número desconhecido de civis foi levado para o território russo.
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