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Vendas do comércio crescem 1,1% em fevereiro, segunda alta seguida

Setor está 1,2% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda 4,9% abaixo do pico da série, registrado em outubro de 2020. Pessoas transitam pela rua 25 de Março, tradicional região de comércio em São Paulo, em 26 de março de 2022
Renato S. Cerqueira/Futura Press via Estadão Conteúdo
As vendas do comércio cresceram 1,1% em fevereiro, na comparação com janeiro, cravando a segunda alta seguida, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com fevereiro de 2021, a alta foi de 1,3%.
“No acumulado no ano, o varejo teve variação de -0,1%. Já o acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 1,3% até janeiro para 1,7% em fevereiro, o setor mostrou aumento de intensidade de crescimento”, destacou o IBGE.
O IBGE também revisou o resultado de janeiro para uma alta de 2,1%, ante leitura inicial de avanço de 0,8%. Ou seja, o resultado de fevereiro mostrou uma desaceleração frente ao mês anterior.
Com a segunda alta seguida, o setor está 1,2% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda 4,9% abaixo do pico da série, registrado em outubro de 2020.
O resultado veio acima do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas eram de alta de 0,1% na comparação mensal e queda de 1,1% sobre um ano antes.
O que puxou a alta
Seis das 8 atividades pesquisadas tiveram alta na passagem de janeiro para fevereiro.
Embora o setor de livros, jornais, revistas e papelaria tenha crescido 42,8%, os maiores impactos vieram de combustíveis e lubrificantes (5,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%).
Em meio à pressão inflacionária, a venda dos supermercados registrou alta menor, de 1,4%, e foi registrada queda expressiva em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-5,6%).
“O que segurava a atividade era o mercado de livros didáticos, que foi bastante afetado pela pandemia com o ensino online e a migração do material impresso para o meio digital. Ocorre que no início deste ano houve uma retomada relacionada, principalmente, com os grandes contratos de livros didáticos. Esse avanço, porém, não foi suficiente para recuperar os níveis anteriores, já que algumas atividades didáticas continuam no ambiente online”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas cresceu 2% em fevereiro, foi influenciado pelo avanço de veículos, motos, partes e peças (5,2%). Já as vendas de material de construção tiveram variação negativa de -0,4%.
Veja o desempenho de cada um dos segmentos
Combustíveis e lubrificantes: 5,3%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 1,4%
Tecidos, vestuário e calçados: 2,1%
Móveis e eletrodomésticos: 2,3%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -5,6%
Livros, jornais, revistas e papelaria: 42,8%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: zero
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 1,6%
Veículos, motos, partes e peças: 5,2% (varejo ampliado)
Material de construção: -0,4% (varejo ampliado)
Perspectivas para o ano
“A economia segue lutando para sair da letargia, mas se tratando de dados de fevereiro quando ainda não estavam claros todos os efeitos do conflito no leste europeu, sugerimos cautela com os dados”, avaliou o economista da Necton, André Perfeito.
Na véspera, o IBGE mostrou que o setor de serviços caiu 0,2% em fevereiro, acumulando perda de 2% nos dois primeiros meses do ano. Já a produção industrial cresceu 0,7% em fevereiro, após recuar 2,2% em janeiro, e segue abaixo do patamar pré-pandemia.
A confiança dos empresários do comércio ficou praticamente estável em março e segue em nível considerado baixo, segundo sondagem da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O ritmo de atividade econômica em 2022 segue fraco, prejudicado pela inflação persistente, perda do poder de compra da população, aumento da inadimplência e juros em alta.
Em março, o resultado da inflação veio acima do esperado, com o IPCA atingindo 11,30% em 12 meses, o que colocou em xeque a perspectiva de encerramento do ciclo de aperto monetário em maio, aumentando as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 2022 para além de 13% ao ano.
A greve dos funcionários do Banco Central segue atrasando a divulgação de dados como a pesquisa Focus, com as projeções do mercado para inflação, juros, PIB e câmbio. Os analistas já falam em uma inflação acima de 7% no ano. Para o PIB (Produto Interno Bruto), as estimativas são de alta ao redor de 0,50% em 2022.
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