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Acusada de usar gás natural como ‘arma’, Rússia atribui fornecimento reduzido às sanções ocidentais

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta terça-feira (30) que os problemas tecnológicos causados ​​pelas sanções ocidentais são o único impedimento ao fornecimento de gás natural para a Europa através do gasoduto Nord Stream 1. A declaração veio um dia antes do início de outra paralisação planejada para manutenção. As informações são da agência Reuters.

O gasoduto, principal canal de fornecimento do combustível fóssil russo à Europa, tornou-se um ponto de tensão na guerra econômica entre Moscou e os países da União Europeia (UE). Os europeus já estão avisados sobre a redução no abastecimento nesta semana, já que a empresa de energia Gazprom, controlada pela Rússia, alegando manutenção periódica, desligará o Nord Stream 1 entre quarta (31) e sexta-feira (2).

Diante da desconfianças dos líderes europeus de que Moscou esteja fazendo um jogo político para tentar aliviar os embargos do bloco contra o país em consequência da guerra na Ucrânia, Peskov foi questionado sobre as garantias de que a Gazprom daria reinício aos fluxos de gás após os trabalhos.

“Há garantias de que, além dos problemas tecnológicos causados ​​pelas sanções, nada atrapalha o abastecimento”, respondeu.

Estatal russa Gazprom (Foto: Gazprom/Reprodução Twitter)

Os reparos irão ocorrer em uma unidade de bombeamento na estação de compressão de Portovaya. A Rússia está bombeando gás via Nord Stream 1 com apenas 20% da capacidade e há a preocupação de que a interrupção desta semana possa ir além do anunciado, apesar da fala de Peskov.

A ministra de Transição de Energia da França, Agnes Pannier-Runacher, disse nesta terça (30) que tal movimento é como um armamento geopolítico nas mãos do Kremlin. “Muito claramente a Rússia está usando gás como arma de guerra e devemos nos preparar para o pior cenário de uma interrupção completa do fornecimento”, alertou.

Essa estratégia foi definida na segunda-feira (29) pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky como “terrorismo econômico”. Moscou rechaça ainda as denúncias dos países ocidentais de que estaria elevando os preços do gás para enfraquecer a oposição à invasão ao país vizinho.

Reunião emergencial

Os ministros de energia europeus têm uma reunião emergencial marcada para o dia 9 de setembro para discutir a crise do gás, segundo o jornal New York Post.

A Alemanha, principal economia da UE, se mostra aberta a discutir um esquema de teto de preço no fornecimento de gás em nível europeu, revelou uma fonte na Itália, citando uma mensagem de texto enviada pelo ministro da Economia alemão Robert Habeck aos seus colegas de bloco.

Na Itália, o primeiro-ministro Mario Draghi tem pressionado por um teto de preço. Ele pediu medidas para dissociar o custo da eletricidade do preço do gás, movimento que permitiria às famílias europeias usufruir dos benefícios da eletricidade produzida a partir de fontes mais baratas, como as renováveis.

“Qualquer ação que limite os preços da energia limitará a lucratividade da queima de gás para geração de energia, o que poderia alimentar a menor demanda de gás”, disseram analistas do banco ING.

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