China e Taiwan: compare as forças militares e entenda como se desenrolaria eventual conflito
Tensão entre gigante asiático e ilha rebelde aumentou desde a visita de Nancy Pelosi no início do mês. No momento, no entanto, conflito armado não parece iminente. A China e a ilha de Taiwan passam desde o início de agosto por uma fase de tensão elevada após a visita da Presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, no último dia 2, a Taipei.
Como se comparam seus arsenais bélicos no caso de um hipotético conflito armado?
A superioridade da China continental é imensa, como se nota nos gráficos abaixo — embora, no nomento, segundo analistas, aparentemente não estamos na iminência de um conflito na região (leia mais abaixo):
Infográfico mostra comparativo de forças entre China e Taiwan
Arte/g1
Analistas militares internacionais acreditam que um possível ataque direto da China seria capaz de destruir mais da metade dos armamentos taiwaneses em questão de horas com um planejamento prévio que alvejasse as bases aéreas e marítimas da ilha.
Por ser um confronto que ocorreria no estreito de Taiwan (observe no mapa abaixo), os equipamentos mais relevantes seriam misseis teleguiados, aviões e navios.
Os chineses contam com mais de 10 tipos de embarcações de combate, desde submarinos a porta-drones (o primeiro do mundo), por exemplo, a maioria equipado com o míssil de cruzeiro hipersônico 3M22 Tsirkon.
Infográfico mostra principais armamentos chineses disponíveis no seu arsenal
Arte/g1
‘Uma China’
Pequim não reconhece a ilha de 24 milhões de habitantes como um Estado, e busca meios de ampliar sua influência e até mesmo tomar o controle do território.
A lei da China prevê que o país atue diante de qualquer ameaça iminente contra a sua integridade territorial. Essa disposição é conhecida pelo nome de “Uma China”.
A qualquer momento, se Pequim considerar que tem seu território ameaçado, a constituição prevê a possibilidade de intervir militarmente na região.
China realiza exercícios de disparo de mísseis na costa leste de Taiwan
Presidente da China, Xi Jinping, durante evento em 30 de junho de 2022
Selim Chtayti/Pool via REUTERS
Isso, no entanto, não é provável no momento. O general Mark Milley, maior autoridade militar dos Estados Unidos, disse em julho à rede BBC que “não há indicações ou sinais” de que um ataque chinês a Taiwan seja iminente.
No entanto, ele alertou que a China “está claramente desenvolvendo uma capacidade” de atacar, acrescentando que os EUA “observam com muito cuidado”.
“A China está tentando alertar os EUA e Taiwan contra a adoção de medidas adicionais que desafiem os limites chineses”, disse Bonnie Glaser, diretora do Programa Ásia do German Marshall Fund dos EUA, à redeAl Jazeera.
“Os EUA e muitos outros países têm suas próprias políticas de ‘uma China’ e eles não aceitam o princípio ‘uma China’ da China”, disse ela nas redes sociais.
Superioridade militar e demográfica
Além de ter mais recursos para investir em suas forças armadas, a China tem um território e uma população imensamente maiores que Taiwan. Enquanto Taiwan possui aproximadamente 23 milhões de habitantes, a China conta com 60 vezes mais pessoas no seu território (aproximadamente 1,4 bilhão).
Isso se reflete na quantidade de unidades ativas dentro das forças armadas do país. Segundo um levantamento da BBC feito com base no “The Millitary Balance de 2022” e em dados do IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos), a China tem mais de 2 milhões de tropas em atividade, enquanto Taiwan conta com apenas 169 mil.
Apesar de ser menos populosa, Taiwan possui mais que o triplo de reservistas que a China. No entanto, no caso de uma suposta ação rápida da China, esses reservistas não poderiam ajudar imediatamente no combate.
Ministro de Taiwan acusa China de planejar invasão à ilha após prolongados exercícios militares
China e Taiwan estão separados desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha.
Os chineses consideram a ilha uma de suas províncias históricas, mas não controlam o território.
Um dia antes de iniciar a guerra na Ucrânia, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que “Taiwan não é a Ucrânia e sempre foi uma parte inalienável da China”.
O governo chinês se opõe a qualquer contato entre os representantes de Taiwan e os de outros países. O governo da China aumentou a pressão militar e diplomática contra a ilha desde a eleição, em 2016, da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que é uma política a favor da independência de Taiwan.g1 > MundoRead More