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Coreia do Norte rejeita proposta de Seul para colocar fim a programa nuclear

Irmã de Kim Jong-Un chamou a proposta de “cúmulo do absurdo” e descartou chances de negociações presenciais. Irmã de Kim Jong-Un, Kim Yo Jong, durante evento em março de 2019
Jorge Silva/REUTERS
A irmã do líder norte-coreano, Kim Jong-un, criticou nesta sexta-feira (19) a oferta de ajuda econômica feita por Seul em troca da desnuclearização do país comunista, chamando a proposta de “cúmulo do absurdo”, e descartando qualquer possibilidade de negociações presenciais.
A declaração de Kim Yo-jong foi uma resposta ao plano apresentado nesta semana pelo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, de oferecer comida, energia e infraestrutura ao Norte se o mesmo abandonar seu programa de armas nucleares.
Proposta sem chances de ser aceita
Líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante evento em Pyongyang no dia 18 de agosto de 2022
Agência de notícias norte-coreana/via REUTERS
Analistas já haviam antecipado as chances reduzidas de sucesso da proposta, uma vez que Pyongyang investe grande parte de sua riqueza em seu programa militar, e já deixou claro repetidas vezes que não aceitará uma negociação desse tipo.
A irmã de Kim Jong-un advertiu que a premissa de que o Norte irá negociar sobre seu programa nuclear é falsa. “Quando vemos que o plano de trocar ‘cooperação econômica’ pela nossa honra, nossas armas nucleares, é o grande sonho, a esperança e o plano de Yoon, percebemos o quanto ele é ingênuo”, declarou em um comunicado divulgado pela agência oficial norte-coreana KCNA.
“É claro que não vamos negociar cara a cara com ele”, acrescentou, antes de acusar o Sul de tentar reinventar as mesmas propostas já rejeitadas pelo Norte.
O gabinete presidencial da Coreia do Sul expressou “profundo pesar” pelas declarações “derrogatórias” de Kim Yo-jong, mas acrescentou que a oferta de ajuda econômica continua de pé.
“Tal atitude por parte da Coreia do Norte não contribui para a paz e a prosperidade da península coreana, nem para o seu próprio futuro. Apenas promove seu isolamento no cenário internacional”, afirmou o representante do governo sul-coreano.
Testes e represálias
Moradores de Seul, na Coreia do Sul, assistem pela TV lançamento de míssil norte-coreano, em 17 de agosto de 2022.
Lee Jin-man/ AP
Na semana passada, Pyongyang ameaçou a Coreia do Sul com represálias “mortais” por culpar o país por um surto recente de Covid-19 em seu território. Em julho, Kim Jong-un já havia declarado que seu país estava “pronto para implantar” a força de dissuasão nuclear no caso de um confronto militar com os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Na quarta-feira, Pyongyang também disparou dois mísseis de cruzeiro.
De acordo com Cheong Seong-chang, diretor do Centro de Estudos Norte-Coreanos no Instituto Sejong, as declarações de Kim Yo-jong “deixam claro” que Pyongyang não vai abandonar o programa nuclear jamais. Desta forma, as políticas do sul-coreano Yoon precisarão ser revisadas, observa ainda o diretor.
Neste ano de 2022, a Coreia do Norte fez uma série recorde de testes com armas, incluindo o lançamento de um míssil balístico intercontinental. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul alertam que Pyongyang prepara a retomada dos testes nucleares.g1 > MundoRead More

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