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E agora, Trump?

Divulgação do mandado de busca na casa de Trump desmonta a versão de politização da operação que apreendeu documentos confidenciais do governo, retidos irregularmente por ex-presidente americano. Ex-presidente dos EUA, Donald Trump, durante discurso em 25 de junho de 2022
Kate Munsch/REUTERS
O juiz federal americano Bruce Reinhart, o mesmo que aprovou um mandado de busca realizado no dia 8 na residência do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago, ordenou também ao Departamento de Justiça que tornasse públicos os argumentos do FBI que o convenceram a permitir que agentes entrassem na propriedade para apreender documentos confidenciais.
Embora editado e repleto de tarjas pretas em seu conteúdo, o mandado nos permite assimilar o básico: que Donald Trump armazenou e tratou de forma desleixada documentos que continham segredos de segurança nacional, misturados a outros objetos, e ainda pôs em risco a identidade de espiões e testemunhas americanos.
Aparentemente, a coleção de documentos retidos por ele é bem mais extensa do que se imaginava. Falta entender os motivos reais que o levaram a retirar da Casa Branca e levar para a sua propriedade particular o material considerado ultrassecreto.
Páginas do documento que permitiu ação do FBI na casa de Donald Trump, em Mar-a-Lago
Jim Bourg/REUTERS
A divulgação dos termos do mandado de busca desmonta ainda a versão dos simpatizantes de Trump de que disputas político-partidárias motivaram a varredura na residência da Flórida. Indica que a operação foi a alternativa possível diante de tentativas frustradas para recuperar o material remanescente em Mar-a-Lago.
Em dezembro passado, a equipe Trump concordou em devolver aos Arquivos Nacionais 15 caixas de documentos, que continham 184 documentos confidenciais, entre os quais 92 estavam marcados como secretos e 25 como ultrassecretos.
Havia motivos de sobra para que os investigadores considerassem que havia mais deles na propriedade, como expuseram na solicitação feita à Justiça. Tanto que apreenderam mais 11 conjuntos de papéis na operação realizada este mês pelo FBI.
Vista aérea da mansão de Donald Trump em Mar-a-Lago, na Flórida
Steve Helber/AP
Ainda não sabemos o teor desses documentos e por que estavam em poder de Trump, mas entendemos que caiu no vazio a retórica inflamada de republicanos fervorosos e leais ao ex-presidente, comparando o FBI à Gestapo e invocando a tirania do governo Biden para vitimizar o ex-presidente.
Ao contrário, a apreensão torna mais séria a ameaça de Trump tornar-se o primeiro presidente americano a ser processado criminalmente depois de deixar o cargo, por violações em três leis federais, entre elas a de espionagem.g1 > MundoRead More

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