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Imagem de satélite mostra buracos em telhado de usina nuclear na Ucrânia

Rússia, que controla a área de Zaporizhzhia, diz que eles foram causados por ucranianos, mas Kiev nega que tenha tenha atacado usina. Danos estariam a menos de 200 metros de reator. Imagens de satélite mostram buracos no telhado da usina nuclear de Zaporizhzhia, Ucrânia, 29 de agosto
Maxar Technologies via Reuters
Imagem de satélite da empresa Maxar Technologies, divulgada pela agência Reuters, mostra que há buracos no telhado da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia. Não está claro como foram causados.
O líder indicado pela Rússia para a região de Zaporizhzhia, Vladimir Rogov, afirmou que eles são resultado de um ataque ucraniano ao complexo. Rogov publicou fotos mostrando um dos buracos em seu canal no Telegram.
O governo ucraniano nega que tenha realizado ataques à usina ou perto dela nas últimas semanas.
Os buracos no telhado estão a menos de 200 metros de distância de um dos reatores nucleares, segundo cálculo da emissora americana CNN.
A Rússia alega que não tem nenhuma “arma pesada” na usina nuclear.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, informou no Twitter nesta segunda (29) que uma missão de apoio e assistência do órgão estava “a caminho” de Zaporizhzhia e que a equipe chegaria “esta semana”.
O organismo de controle nuclear da ONU pede há meses para visitar a central, advertindo para o “risco muito real de uma catástrofe nuclear”.
Imagens de satélite mostram veículos blindados perto de reatores na usina nuclear de Zaporizhzhia
Maxar Technologies via Reuters
Contraofensiva
Em meio à preocupação com a segurança da central nuclear, as tropas de Kiev iniciaram uma contraofensiva no sul do país para recuperar a cidade de Kherson.
A cidade de Kherson fica 200 km a sudoeste da usina nuclear de Zaporizhzhia – a maior da Europa -, que também é ocupada pelas tropas russas desde o começo de março.
Desde que começou a guerra, há seis meses, as tropas russas controlam a região costeira de Kherson e sua capital de mesmo nome.
“Hoje houve ataques potentes de artilharia contra posições inimigas […] no conjunto do território da província ocupada de Kherson. É o anúncio do que esperávamos desde a primavera [no hemisfério norte]: o início do fim da ocupação” desta área no sul da Ucrânia, disse na televisão Serhiy Khlan, deputado local e conselheiro do governador provincial.
O Ministério da Defesa russo informou, por sua vez, ter repelido os ataques nas regiões de Kherson e Mikolayv e infligido “fortes perdas” às forças ucranianas.
Agência da ONU vai inspecionar usina nuclear de Zaporíjia
As Nações Unidas pedem a suspensão de qualquer atividade militar na região em torno do complexo nuclear de .
A Ucrânia temia inicialmente que a visita da AIEA legitimasse a ocupação russa do local, mas acabou finalmente por apoiar a ideia de uma missão.
‘Chantagem radioativa’
Rússia e Ucrânia se atribuem mutuamente a responsabilidade pelos ataques em torno da usina de seis reatores nucleares, situada perto da cidade de Energodar, às margens do rio Dnipro.
Mapa mostra conflito em Zaporizhzhia
g1
As tropas russas “continuaram disparando contra Energodar e a usina nuclear de Zaporizhzhia” no domingo, ferindo dez pessoas, entre elas quatro trabalhadores da central, informou nesta segunda a agência nuclear ucraniana Energoatom, que alerta para o risco de um vazamento radioativo.
O Ministério da Defesa russo acusou no domingo as tropas ucranianas de bombardearem as imediações da usina, afirmando ter derrubado um “drone de ataque ucraniano” que se aproximava de uma área de armazenamento de combustível nuclear e resíduos radioativos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, pediu à comunidade internacional para “pressionar” as forças ucranianas a reduzirem a tensão no entorno da usina e “pararem de pôr em risco o continente europeu bombardeando” a área da instalação.
Peskov disse que a Rússia considerava a visita da AIEA “necessária” e que levava “muito tempo esperando esta missão”, insistindo em que garantiria sua segurança diante dos riscos “constantes”.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu nesta segunda sanções contra a agência estatal russa de energia nuclear Rosatom pela ocupação da central.
“Não é normal que não haja sanções contra a Rosatom por sua chantagem radioativa na central nucelar de Zaporizhzhia”, disse.
“Os russos são os únicos terroristas do mundo que conseguiram transformar uma central nuclear em um campo de batalha”, assegurou.
‘A ameaça é total’
A Energoatom informou nesta segunda que os russos tinham “aumentado a pressão sobre o pessoal da usina para evitar que fossem reveladas [à AIEA] as provas dos crimes dos ocupantes na usina e seu como como base militar”.
Os países industrializados do G7 exigiram, por sua vez, o livre acesso da equipe da AIEA para “se relacionar diretamente e sem interferências com o pessoal ucraniano responsável pelo funcionamento destas instalações”.
A Ucrânia foi palco da pior catástrofe nuclear do mundo, em 1986, quando um reator da usina de Chernobyl, no norte do país, explodiu e liberou radiação na atmosfera.
A Energoatom advertiu nesta segunda que um vazamento propagaria a radiação para áreas do sul da Ucrânia e regiões do sudoeste da Rússia.
Os Estados Unidos instaram nesta segunda o fechamento total da usina e voltaram a pedir a criação de uma zona desmilitarizada ao redor da instalação.
Por outro lado, os investigadores russos informaram que um ex-deputado ucraniano antigamente pró-Zelensky, Alexei Kovalev, que tinha se unido à administração local, apoiada por Moscou em Kherson, tinha sido morto a tiros em sua casa no domingo.
A prefeitura de Zaporizhzhia disse ter distribuído desde 23 de agosto comprimidos de iodo aos moradores em um raio de 50 km ao redor da central, conforme as instruções do Ministério da Saúde, embora tenha informado que só deviam ser usados em caso de alerta radioativo.
Enquanto isso, os moradores se preparavam para o pior. “Sabe, vivemos o acidente de Chernobyl, a ameaça era muito grande, mas sobrevivemos, graças a Deus. Hoje, a ameaça é total, de 100%”, disse Katerina, uma aposentada.g1 > MundoRead More

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