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Militares mexicanos têm responsabilidade no desaparecimento de 43 estudantes em 2014, diz comissão do governo do país

Em 29 de março, o presidente Andrés Manuel López Obrador anunciou que membros da Marinha estavam sob investigação por supostamente terem adulterado provas durante as primeiras investigações, especificamente em um depósito de lixo onde foram encontrados restos humanos. Parentes dos 43 estudantes de Ayotzinapa desaparecidos há cinco anos exibem fotos dos jovens do lado de fora do escritório do procurador geral, na Cidade do México, na quarta-feira (25)
AP Photo/Rebecca Blackwell
Militares mexicanos têm responsabilidade no desaparecimento de 43 alunos da escola de Ayotzinapa em 2014, de acordo com um relatório de uma comissão do governo divulgado nesta quinta-feira (18).
Alejandro Encinas, subsecretário do Interior, apresentou o relatório em ato público. Ele afirmou que as ações, omissões ou participações dos militares “permitiram o desaparecimento e execução dos estudantes, bem como o assassinato de outras seis pessoas”.
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Não foi comprovada uma ação institucional, mas pessoas das secretarias de Defesa e da Marinha enviadas à região no momento dos acontecimentos tiveram responsabilidades claras, afirmou Encinas, que também é o chefe da Comissão da Verdade de Ayotzinapa. Ele não detalhou se esses agentes ainda estão na ativa.
Encinas esclareceu que é preciso continuar investigando até que ponto militares do Exército e da Marinha participaram do crime, que ele afirmou ser um crime de Estado.
Militares sob suspeita
Em 29 de março, o presidente Andrés Manuel López Obrador anunciou que membros da Marinha estavam sob investigação por supostamente terem adulterado provas durante as primeiras investigações, especificamente em um depósito de lixo onde foram encontrados restos humanos, incluindo os dos únicos três estudantes identificados até o momento.
“A instrução foi dada para investigar os chefes da Marinha que participaram daquela operação e todos os que participaram já depuseram perante o Ministério Público”, disse o presidente, que criou a comissão para dar um novo impulso às investigações.
Relembre o caso
O desaparecimento dos 43 estudantes ocorreu entre a noite de 26 de setembro e a madrugada de 27 de setembro de 2014, quando se dirigiam à cidade de Iguala para pegar os ônibus nos quais pretendiam viajar até a Cidade do México para participar de protestos.
O caso é uma das piores violações de direitos humanos no México, que contabiliza cerca de 100 mil desaparecidos, e houve comoção internacional na época.
De acordo com as investigações, os jovens foram capturados pela polícia local em conluio com o cartel de drogas Guerreiros Unidos, acusado de assassiná-los e incinerar seus corpos.
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