Morte de Shinzo Abe teria sido causada por falha na segurança, aponta relatório da polícia federal do Japão
O reconhecimento da falha deve levar o chefe da polícia do país a renunciar ao cargo. Foto do ex-primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, é vista exposta em sala
Adriano Machado/REUTERS
O chefe da Agência Nacional de Polícia do Japão disse nesta quinta-feira (26) que renunciará para assumir a responsabilidade pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, citando a necessidade de um “novo começo” para a organização e suas funções de segurança.
Um relatório publicado no mesmo dia assumiu que a morte do ex-líder político foi causada por uma falha na segurança. Os oficiais garantiram também que revisarão a proteção de líderes e outras figuras-chave, inclusive do exterior.
O relatório conclui que se o assunto tivesse sido tratado adequadamente “o resultado provavelmente poderia ter sido evitado”.
Ex-premiê do Japão, Shinzo Abe, foi assassinado durante um discurso em Nara
Arte g1
Itaru Nakamura é o funcionário mais graduado a renunciar em conexão com o assassinato de Abe em um comício de campanha na cidade de Nara, no oeste do país, em 8 de julho, onde especialistas disseram que a segurança estava seriamente falha.
“No processo de verificação de nosso novo plano de segurança, percebemos que nossos deveres de segurança precisariam de um novo começo”, disse Nakamura em entrevista coletiva.
A segurança em Nara no dia do tiroteio foi amplamente vista como insuficiente, disseram especialistas.
Shinzo Abe: reconstituição mostra como aconteceu o assassinato do ex-primeiro-ministro japonês
Guarda-costas poderiam ter salvado Abe protegendo-o ou tirando-o da linha de fogo nos 2,5 segundos entre o primeiro tiro perdido e o segundo tiro fatal, disseram à Reuters oito especialistas em segurança que revisaram as imagens.
Autoridades japonesas, incluindo o primeiro-ministro Fumio Kishida, reconheceram falhas na segurança em torno da aparição de Abe no evento da campanha eleitoral.
O suposto assassino, preso no local momentos após o tiroteio, está passando por avaliação psiquiátrica, informou a mídia japonesa no mês passado.
Carro carregando corpo de Shinzo Abe passa diante de multidão nas ruas de Tóquio
Issei Kato/REUTERS
Abe, o primeiro-ministro japonês mais longevo no cargo mas divisivo, foi morto a tiros em um comício eleitoral em 8 de julho e, embora os serviços funerários tenham sido realizados logo depois, o Japão decidiu fazer um funeral de Estado na arena Nippon Budokan, em Tóquio, em 27 de setembro.
O governo do primeiro-ministro Fumio Kishida, um protegido de Abe, decidiu que o funeral será pago exclusivamente com recursos do Estado.
A estimativa é de que o governo gaste em torno de US$1,8 milhão (aproximadamente R$9 milhões).g1 > MundoRead More