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Seis meses de guerra: EUA anunciam pacote recorde para a defesa de um país que ‘renasceu’

No dia em que a guerra da Ucrânia completa seis meses, o presidente dos EUA Joe Biden anunciou, nesta quarta-feira (24), uma ajuda de quase US$ 3 bilhões ao país invadido, cifra que representa o maior pacote de segurança fornecido por Washington até aqui. O comunicado também chegou junto de outra data simbólica para os ucranianos: o Dia da Independência. As informações são da rede CBS News.

Os bilhões são oriundos de fundos alocados da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês). A partir dela, Washington adquire armas por meio de contratos em vez de sacar do caixa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD, na sigla em inglês) para o envio imediato.

Em comunicado, o líder dos EUA disse que seu país está empenhado em ajudar os ucranianos em sua luta pela defesa da soberania.

“Como parte desse compromisso, tenho orgulho de anunciar nossa maior parcela de assistência à segurança até hoje: aproximadamente US$ 2,98 bilhões em armas e equipamento a serem fornecidos através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia”, disse Biden em um comunicado. 

No Dia da Independência da Ucrânia, o casal presidencial colocou flores no Muro da Memória dos Defensores Caídos, na Catedral de Mykhailivskyi em Kiev (Foto: Defense of Ukraine/Reprodução Twitter)

Segundo o presidente norte-americano, os fundos permitirão a compra sistemas de defesa aérea, sistemas de artilharia e munições, sistemas aéreos não tripulados e radares, o que garantirá a Kiev uma defesa a longo prazo.

Até aqui, o uso de armamento ocidental enviado por parceiros, em especial o lança-foguetes Himars, de fabricação americana, tem feito grande diferença para os ucranianos. Como o episódio que resultou na retirada de soldados russos da Ilha das Cobras e a atual campanha sistemática para destruir a retaguarda das instalações russas no sul ocupado da Ucrânia e na península da Crimeia, por exemplo.

Enquanto aguarda pelo reforço, a população ucraniana convive com o medo. Nesta segunda-feira, o DoD emitiu um alerta de que Moscou pode intensificar seus esforços de guerra nos próximos dias. Os ataques seriam dirigidos contra a infraestrutura civil e instalações governamentais. 

Renascimento

Na mesma data em que seu país comemora os 31 anos de independência da União Soviética, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, ao olhar exatos seis meses para trás durante discurso nesta quarta (24), em frente ao monumento central de Kiev, disse que a Ucrânia “renasceu” quando teve seu território invadido pelas tropas de Vladimir Putin, segundo repercutiu a agência Reuters. Para ele, o ataque “reavivou o espírito da nação”.

“Uma nova nação apareceu no mundo em 24 de fevereiro às 4h da manhã. Não nasceu, mas renasceu. Uma nação que não chorou, gritou ou se apavorou. Uma que não fugiu. Não desistiu. E não esqueceu”, disse Zelensky vestido em seu uniforme de combate e prometendo expulsar o inimigo.

Parte da promessa consignada pelo mandatário é retomar o controle de áreas ocupadas ao leste, bem como a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

“O que para nós é o fim da guerra? Costumávamos dizer: paz. Agora dizemos: vitória”, disse ele.

Há poucos dias, num gesto que pareceu desafiador, Zelensky expôs tanques russos queimados e veículos blindados no centro de Kiev.

Rússia estagnada

Nas últimas semanas, nenhum dos lados teve ganhos territoriais significativos e ambos enfrentaram problemas logísticos. No início do mês, o cenário era mais favorável aos ucranianos, que destruíram pontes sobre o rio Dnieper, o que comprometeu o tráfego militar do inimigo, consequentemente deixando as tropas russas estagnadas nas margens do outro lado. Também retomaram o controle de 44 localidades e cidades.

Em geral, a Rússia tem feito pouco progresso desde que suas tropas foram afastadas de Kiev nas primeiras semanas da guerra, segundo a Reuters.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse em uma reunião de ministros da Defesa no Uzbequistão que a Rússia havia deliberadamente desacelerado a chamada “operação militar especial” na Ucrânia para evitar baixas civis. 

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