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Alemanha chega a acordo de compensação com familiares de atletas israelenses mortos no Jogos de 1972

As famílias de 11 atletas israelenses mortos por militantes palestinos durante os Jogos Olímpicos de Munique de 1972 chegaram a um acordo com a Alemanha sobre um pedido de indenização há muito contestado, anunciaram os governos de ambas as nações na quarta-feira (31). As informações são do jornal The New York Times.

No início de agosto, as famílias das vítimas ameaçaram boicotar a cerimônia de aniversário de 50 anos do ataque em Munique, organizada pelas autoridades alemãs, alegando que o valor oferecido era muito baixo. Ao longo de cinco décadas, as famílias receberam um total de 4,8 milhões de euros em compensação, de acordo com um memorando do governo alemão.

“O governo alemão saúda o fato de que agora foi possível chegar a um acordo com os parentes sobre um conceito geral para marcar o 50º aniversário”, disse um porta-voz do chanceler alemão Olaf Scholz.

Memorial em Tel-Aviv lembra o massacre dos Jogos Olímpicos de Munique de 1972 (Foto: WikiCommons)

O presidente de Israel, Isaac Herzog, destacou o esclarecimento histórico do incidente.

“Estamos satisfeitos e aliviados com o fato de que, pouco antes do 50º aniversário do massacre de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique, tenha sido alcançado um acordo sobre esclarecimento histórico, reconhecimento e compensação adequada para as famílias das vítimas”, disse Herzog. 

Um acordo de última hora foi fechado após meses de negociações. A possibilidade de ausência das famílias dos atletas no memorial trouxe o revival de uma lembrança amarga de uma grande crise no relacionamento entre Jerusalém e Berlim.

De acordo com a agência alemã Deutsche Presse Agentur (dpa), o pacto foi firmado após a Alemanha aumentar a sua oferta às famílias para cerca de 28 milhões de euros, valor bem acima dos 10 milhões oferecidos na oferta inicial, que teria incluído os pagamentos já efetuados. 

Desse montante, 22,5 milhões de euros serão custeados pelo o governo federal, enquanto o Estado da Baviera terá de desembolsar 5 milhões e, por fim, mais 500 mil euros pela cidade de Munique, informou a dpa.

Setembro Negro

Em 5 de setembro de 1972, membros do grupo palestino “Setembro Negro” invadiram a Vila Olímpica, mataram dois atletas da delegação de Israel e fizeram mais nove reféns. Os extremistas tinham a esperança de trocá-los por 232 prisioneiros palestinos sob custódia na Alemanha Ocidental.

Todos os nove reféns e um policial alemão acabaram mortos durante uma tentativa de resgate pelas forças alemãs. Parentes dos atletas acusam a Alemanha de não proteger a Vila Olímpica, recusar a ajuda israelense e ainda de atrapalhar a operação de salvamento.

O incidente é considerado uma das maiores entraves diplomáticos no relacionamento entre as nações, o qual tentam reconstruir desde 1965, 20 anos após o fim do Holocausto.

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