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Na Sérvia, extrema direita ameaça Parada do Orgulho LGBTQIA+, e presidente cancela o evento

A polícia afirmou que há riscos de segurança tanto para os participantes da parada como para os outros cidadãos de Belgrado e resolveu proibir o evento. A organização afirmou que vai procurar a Justiça. Marcha contra a Parada do Orgulho em Belgrado, em 11 de setembro de 2022
Zorana Jevtic/Reuters
Diversas cidades europeias organizaram uma semana do orgulho LGBTQIA+ nesta semana que deve terminar com uma parada no sábado (17). Na Sérvia, os eventos se tornaram um motivo de desentendimentos entre dois grupos: os ativistas e grupos de extrema direita, que são contra a parada. O presidente decidiu proibir o evento, e a polícia cancelou a marcha alegando motivos de segurança.
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Há semanas que o tema é motivo de preocupações no país. No fim de agosto, o presidente do país, Aleksandar Vucic afirmou que a Parada do Orgulho seria proibida.
Nas últimas semanas, grupos de extrema direita, motoclistas e padres da igreja ortodoxa fizeram diversas manifestações contra a parada na capital do país, Belgrado. Milhares de pessoas foram aos evento anti-LGBTQIA+.
Dejan Djuric , um dos participantes de uma marcha contra o orgulho LGBTQIA+ que ocorreu no domingo (11), justificou sua opinião da seguinte forma: “O Orgulho é uma das últimas manobras dos globalistas, é uma sodomização da Sérvia e um golpe para a Igreja Ortodoxa sérvia, nosso povo e nossas tradições”.
Os grupos anti-LGBTQIA+ então decidiram marcar uma marcha para o próximo sábado (17), o mesmo dia em que a Parada do Orgulho está programada (não só em Belgrado, mas em diversas cidades europeias).
Nesta terça-feira, citando razões de segurança, o Ministério do Interior proibiu oficialmente o desfile e também a contramanifestação planejada para o mesmo dia. A polícia da Sérvia disse que há risco de confrontos com ativistas de extrema direita. De acordo com a nota da polícia, há riscos de segurança não só para as pessoas que forem participar das duas marchas, mas, também, para os outros cidadãos de Belgrado.
Os organizadores afirmaram que vão procurar a Justiça para contestar a proibição.
Histórico da Sérvia
Em 2001 foi organizado o primeiro evento do Orgulho LGBTQIA+. Grupos de extrema direita atacaram os participantes da marcha, que ficou conhecida como “Parada Sangrenta”.
Desde então, a Sérvia adotou leis antidiscriminação e realizou oito marchas do orgulho anuais sem grandes incidentes. A primeira-ministra do país, Ana Brnabic, é abertamente homossexual.
Na prática, a homofobia ainda é marcante. Quase 60% dos moradores LGBTQIA+ dizem ter sofrido agressões físicas ou emocionais no país, de acordo com um estudo de 2020. A Igreja Ortodoxa sérvia, que grande influência na opinião pública, apoia fortemente a proibição do EuroPride.
Depois que a proibição foi anunciada, ativistas gays vaiaram a primeira-ministra sérvia Ana Brnabic, que é abertamente lésbica, mas que é acusada pela comunidade gay de não fazer nada para melhorar a condição dos LGBTQIA+ no país.
Veja abaixo um vídeo sobre os 50 anos da parada do orgulho em Londres.
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