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Por que as feministas estão preocupadas com a perspectiva de vitória da extrema direita na Itália

Um partido italiano de origem fascista, o Fratelli d’Italia, está, segundo as pesquisas, na liderança nas eleições parlamentares do próximo domingo na Itália. Giorgia Meloni em campanha, em 11 de setembro de 2022
Piero Cruciatti/ AFP
Enquanto o partido italiano de origem fascista – o Fratelli d’Italia – está, segundo as pesquisas, na liderança nas eleições parlamentares do próximo domingo na Itália, os setores de esquerda e as feministas estão apreensivos com a visão da extrema direita sobre o lugar da mulher na sociedade.
Uma multidão participou da marcha à luz de velas em memória de Alessandra Matteuzzi, assassinada por seu ex-parceiro na rua – um feminicídio, segundo relatórios da polícia. Durante o protesto, a perspectiva de um governo liderado pela extrema-direita foi considerada preocupante.
“As mulheres estão mal protegidas, será ainda pior”, denuncia Chiara, da associação a comuna de Bolonha, que também teme ataques ao direito ao aborto. “Na região de Las Marcas [leste], onde Fratelli d’Italia governa, o aborto não é disponibilizado devido a uma taxa muito alta de objeção por parte dos médicos, e a pílula do dia seguinte é distribuída apenas seletivamente”, explica ela.
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O programa da candidata de extrema direita ao Parlamento, Giorgia Meloni, inclui medidas como o enterro de fetos sem o consentimento da mulher que aborta, ou a obrigação de ouvir o coração do feto antes de abortar.
Obscurantismo e obsessões macabras
“Negar às mulheres seus direitos, a autodeterminação sobre seu corpo, sua própria emancipação, não é apenas um retrocesso, mas também um desastre da democracia”, diz Rita Monticelli, conselheira do Partido Democrata em Bolonha, de centro-esquerda, que denuncia o obscurantismo e obsessões macabras. “À esquerda, quando falamos de feminismo, não estamos falando apenas de mulheres, mas da sociedade como um todo. Trata-se de valores básicos”, diz ela.
Giorgia Meloni, cujo lema é “Deus, Família, Pátria”, diz que quer dar à mulher o direito de “não fazer um aborto”.
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