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Roraima registra novos casos de ferrugem asiática em lavouras de soja

Doença é considerada a mais severa da cultura e pode provocar perdas de até 90% da produtividade Planta atacada por ferrugem asiática
Alessandro Fortunato/Arquivo pessoal
Roraima registrou novos casos de ferrugem asiática na safra 2021-2022 em quase todas as regiões produtoras do estado. A ocorrência da praga, considerada severa, foi identificada por agrônomos em lavouras nos municípios de Bonfim, Alto Alegre, Mucajaí, Iracema e na capital Boa Vista. O assunto foi destaque no programa Roraima Rural deste domingo (11).
Para controlar a praga, a Agência de Defesa Agropecuária (Aderr) fez um cadastro de produtores para monitoramento dos registros da praga durante o período de safra, o cumprimento do vazio sanitário, além do calendário de semeadura e os cultivos autorizados em caráter especial.
Na capital, por exemplo, o agricultor Ariel Perez, que cultiva o grão na região do Bom Intento, notou a presença da doença no final do ciclo da planta. Para combater a ferrugem, Perez usou quatro tipos de fungicidas e espera manter a média de produtividade entre cerca de 60 e 65 sacas por hectare, sem perdas significativas na propriedade.
Plantação de soja do produtor Ariel Perez
Roraima Rural/Reprodução
É possível controlar a ferrugem asiática com manejo adequado e monitoramento regular da área plantada, conforme explica o pesquisador Alessandro Fortunato, coordenador do laboratório de fitopatologia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Roraima.
Caso não haja o cuidado, a doença pode causar uma desfolha na planta, impedindo a formação dos grãos, podendo gerar perda total da lavoura.
“Os produtores que ainda estão com soja verde precisam fazer o monitoramento da propriedade. Isso pode ser feito com o coletor de esporos, um equipamento de baixo custo que ajuda a identificar a presença do fungo que causa a doença. Com o laboratório, nós nos colocamos a disposição para capacitar funcionários de propriedades rurais e auxiliar agricultores na identificação da ferrugem”, destacou.
A soja é considerada hoje o principal grão de exportação do estado. Nesta safra, a área total cultivada chegou a 100 mil hectares com a expectativa de colher até 330 mil toneladas, segundo estimativa da Secretaria Estadual de Agricultura. A colheita está em andamento e ocorre na entressafra dos grandes estados produtores, o que oferece a comercialização do grão.
Controle e monitoramento são fundamentais
Engenheiro agrônomo, Anderson Rossatto, atua em fazendas de Roraima
Roraima Rural/Reprodução
O engenheiro agrônomo, Anderson Rossatto, atua em fazendas de Roraima e explica que a próxima safra de soja também pode ser afetada caso o controle e monitoramento deixem de ser realizados.
Na avaliação dele, é importante estar atento à janela de plantio do estado para evitar a exposição das plantas à doença.
Os cultivos tardios devem ser avaliados pelos produtores e é indicado nesses casos usar variedades de soja mais precoces.
“Quando são feitas as colheitas, o fungo pode se disseminar de forma rápida pelo ar. Dessa maneira, o fungo pode chegar em propriedades que plantaram mais tarde e, assim, atingir lavouras que ainda estão em desenvolvimento causando contaminação da área”, explicou.
O agrônomo destaca que para evitar prejuízos no próximo período de semeadura é necessário também ter um manejo entressafra. Isso pode ser feito com controle de plantas daninhas que carregam o fungo após o fim da colheita.
Tanto pesquisador Fortunato como engenheiro agrônomo Rossatto reforçam que a presença da ferrugem não deve causar grandes perdas em 2022, em razão do aparecimento da doença ter acontecido já quase no fim da safra.
Além disso, o estado dispõe de vários tipos de materiais fungicidas que combatem a doença. Mesmo assim, os especialistas mantém o alerta de monitoramento e manejo correto nas áreas produtivas de soja para evitar perdas nos anos seguintes.
Combate à ferrugem asiática
Planta atacada por ferrugem asiática
Getty Images via BBC
Em junho desse ano, Roraima iniciou o Programa Estadual de Controle da ferrugem asiática para combater a disseminação da doença.
Sojicultores do estado foram convocados para fazer um cadastro junto na Aderr e prestar informações que incluíam tamanho da área cultivada e período do plantio. A partir desse levantamento, a Agência deve fazer o monitoramento e fiscalização nas propriedades, além de implantar o vazio sanitário – período em que não pode ter haver plantio de soja no estado entre 19 de dezembro desde ano a 18 de março de 2023.g1 > EconomiaRead More

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