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Por que crianças são maioria entre as 268 vítimas de terremoto na Indonésia

Tremor atingiu a ilha de Java na segunda-feira (21) e também foi sentido na capital, Jacarta, e ocorreu durante o horário escolar – muitas escolas ainda não estão preparadas para terremotos. Índice alto de mortos também é explicado por pouca profundidade do epicentro do terremoto, de magnitude 5,6. Crianças e parentes são tratados no meio da rua em Cianjur, na ilha de Java, na Indonésia, epicentro do terremoto que deixou centenas de mortos, em 21 de novembro de 2022.
Tatan Syuflana/ AP
Embora terremotos sejam bastante comuns na Indonésia, o tremor que atingiu o país nesta semana deixou uma marca particularmente triste: uma grande parte das vítimas eram crianças.
Segundo o governo, a maioria dos 268 mortos por conta do tremor eram estudantes primários que estavam em escolas no momento do terremoto, que devastou parte da ilha de Java – a principal do país -, onde ocorreu o epicentro, e deixou outras 58 mil pessoas desabrigadas.
O terremoto ocorreu por volta das 13h no horário local e foi bastante sentido também no centro da capital, Jacarta.
O diretor da Agência Nacional de Resgate e Buscas do governo indonésio, Henri Alfiandi, afirmou que a maioria das vítimas eram crianças que estavam na escola no momento do tremor, que ocorreu as 13h no horário local.
Ainda não há um balanço oficial com o número de menores de idade entre as vítimas, mas o governo disse que dezenas delas ainda estão desaparecidas.
“Dois filhos meus filhos sobreviveram, eu cavei a terra e os encontrei. Outros dois foram encontrados, e um ainda está desaparecido”, contou à agência de notícias Reuters uma moradora de Cianjur, município de Java, identificada como Cucu, de 48 anos.
Até a última atualização desta notícia, 151 pessoas ainda estavam desaparecidos.
Foto aérea de 22 de novembro de 2022 mostra o estrago provocado por terremoto em Cianjur, na Indonésia
Antara Foto/Raisan Al Farisi/Reuters
Apesar da destruição causada, o tremor não foi dos mais altos no país – segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que registra terremotos no mundo inteiro, a magnitude foi de 5,6. Apenas alguns dias antes, outro terremoto, desta vez com magnitude 6,7, atingiu a ilha indonésia de Sumatra, mas não deixou vítimas nem rastro da destruição registrada no caso de Java.
A principal explicação que as autoridades dão para o alto número de vítimas é que, neste caso, a profundidade do epicentro foi rasa – de cerca de 10 quilômetros. Dessa forma, a potência do tremor foi mais sentida na superfície do que o normal no país.
Mas a infraestrutura e a pouca preparação dos imóveis públicos, como as escolas, também explicam o número de mortos. Mesmo os tremores sendo muito frequentes no país, a maioria das casas e prédios não está adaptada para o fenômeno. Governos locais alegam não ter verba para reformar as construções.
Feridos durante o terremoto são atendidos em Cianjur, em Java, na Indonésia, em 21 de novembro de 2022.
Firman Taqur/ AP
O governo e a imprensa local relatam um cenário de destruição na parte ocidental de Java, com estradas destruídas e prédios e casas no chão – segundo autoridades locais, 22 mil imóveis desabaram parcial ou totalmente.
Com o difícil acesso, os hospitais do município de Cianjur, em Java – epicentro dos tremores – não conseguiram dar conta de atender os feridos, e muitos deles estão em tendas improvisadas ou simplesmente em colchonetes no meio das ruas, onde recebem medicação intravenosa.g1 > MundoRead More

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