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Máquinas de milhões do agronegócio: conheça modelos luxuosos à venda na Agrishow em Ribeirão Preto, SP

Dependendo da tecnologia e da aplicação no campo, modelos para o trabalho pesado podem alcançar a casa dos R$ 5 milhões. Marcas expõem produtos na feira de tecnologia até esta sexta-feira (5). Forrageira FR 780 da New Holland Agriculture
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Sofisticação, robustez, desempenho, ergonomia, potência, agilidade, design. Quem ouve essas palavras pode até associá-las aos automóveis com tecnologias de ponta apresentados em famosas feiras ao redor do mundo. Em Ribeirão Preto (SP), isso tudo está associado a supermáquinas, mas para o agronegócio.
Os visitantes do Parque Tecnológico, onde acontece a Agrishow, a maior feira do país para o agronegócio, se surpreendem com gigantes expostas nos estandes. Elas chamam a atenção por serem consideradas o luxo do campo, com que há de mais inovador no setor, mas também pelas cifras de milhões.
O g1 visitou os estandes da feira em busca das superpotências do campo e mostra abaixo cinco delas. Confira.
Forrageira que avalia a planta
A forrageira é usada para colher lavouras de plantas de forragem, usadas na pecuária para alimentação. De tom amarelado e com seis tambores de corte que não passam despercebidos, a nova forrageira FR 780 da New Holland Agriculture, está avaliada em R$ 4,3 milhões. Fabricada na Bélgica, ela tem nove metros de largura e é composta por oito tipos de plataformas que potencializam o trabalho com plantas de baixo a grande porte e até mesmo quando estão entrelaçadas.
O equipamento tem tecnologia para avaliar a qualidade nutricional da planta por meio de um sensor de análise bromatológica. Ali mesmo no campo, o agricultor já fica sabendo fatores importantes como o teor de umidade, o volume de proteína, amido, percentuais de fibras e gorduras que irão alimentar o gado.
Super máquinas roubam a cena nas ruas da Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
Segundo Roberto Jonker, gerente de marketing de produto da empresa, quanto maior a trituração, maior o nível nutricional.
“É como se antes de fazer a nutrição, soubesse todos os níveis nutricionais que tem nesse alimento que será consumido. Então você antecipa todas as informações nutricionais dessa planta para que o zootecnista faça a gestão da dieta deste animal e assim entregue o potencial máximo da produção para o produtor”, explica.
A principal demanda da máquina é para prestação de serviços. Quem compra e tem mais de uma unidade desse produto, fornece a máquina aos demais fazendeiros.
“A forrageira entra em um trabalho social porque consegue atingir vários níveis e tamanhos de clientes. Então se sou um pequeno produtor e não tenho acesso à compra da máquina, posso ter a prestação de serviço. Essa prestação é muito comum no Brasil”, afirma Jonker.
Praticidade para colher cana
Focado na leveza e na facilidade da manutenção, a colhedora de cana-de-açúcar Austoft 9990 Dual Row, da marca de equipamentos agrícolas Case IH, é avaliada em aproximadamente R$ 4,7 milhões.
A máquina tem piloto automático orientado por GPS, que facilita a operação na colheita mesmo em canaviais entrelaçados, e um sistema de telemetria que se conecta a uma plataforma para a gestão integrada do negócio. A transferência de dados da máquina é feita por uma plataforma que faz o gerenciamento das informações e as disponibiliza em nuvem.
Colheitadeira de cana de alta performance exposta na Agrishow 2023
Divulgação/Case IH
Com 26 toneladas, 14,2 metros de comprimento e 6,3 metros de altura, a máquina possui duas linhas que facilitam a colheita e uma plataforma removível para facilitar a manutenção. O modelo permite que o produtor não perca tempo durante a produção ou quando o equipamento sofre algum dano.
O gerente de marketing de produto da Case IH, Regis Ikeda, afirma que a troca dessa plataforma substituta é feita em até 15 minutos, enquanto uma máquina convencional de uma linha fica horas ou dias parada.
“Essa é uma peça que não faz parte da máquina, assim aumenta a disponibilidade dela. Ao invés de ficar com a máquina inteira parada, é só desacoplar essa plataforma e colocar uma plataforma reserva. Então enquanto a máquina continua trabalhando, você faz a manutenção da plataforma”, diz.
Colhedora de cana-de-açúcar da marca Case IH exposta na Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP
Gaspar Nóbrega
Força na fazenda
Já o trator Steiger 620 da marca é importado dos Estados Unidos, onde a empresa foi fundada, e é um dos produtos de destaque para melhoria do plantio e fracionamento da lavoura, para atender as necessidades de plantação em um curto período de tempo.
Robusto e imponente, ele tem potência máxima de motor de 669 cavalos, 24 válvulas, tração 4×4, piloto automático, partida elétrica, transmissão automática, cabine com redução de ruído, 7,6 metros de comprimento e 4,1 de altura. O trator é avaliado, em média, em R$ 5,4 milhões.
Ele também está equipado com acesso remoto para diagnóstico e serviços de atualização de softwares e transmissão de dados em tempo real.
Novo trator Steiger 620 da Case IH
Gaspar Nóbrega
O gerente de marketing de produto da Case IH, Lauro Rezende, conta que a máquina foi pensada para a agricultura de larga escala conseguir fracionar plantadeiras de até 61 linhas.
“Se o plantio fosse de 8 a 9 quilômetros por hora, esse trator tem condição de puxar um equipamento grande nessa velocidade. Por ele ser um trator quatro por quatro integral, ele tem uma capacidade de chegar em até 20% a mais que um trator convencional. Com isso, consigo puxar implementos pesados e ter um ganho de escala com um custo por hectare mais baixo que o convencional”.
O trator Steiger 620 puxando implemento em lavoura
Divulgação/Case IH
Contra as pragas
O chamativo pulverizador Uniport 4530, da Jacto, empresa brasileira fundada por um imigrante japonês, tem uma barra de 42 metros para aplicação de defensivos agrícolas na lavoura. O equipamento é desenvolvido em Pompéia (SP) e está avaliado em torno de R$ 2,3 milhões.
Para produção em larga escala, a máquina chega a desenvolver velocidades de até 35 quilômetros por hora e pode economizar em média 35% do combustível.
Pulverizador Uniport 4530 da marca Jacto
Divulgação
Segundo o fabricante, o pulverizador é em torno de três a quatro toneladas mais leve que o concorrente com a mesma especificação. As quatro rodas da máquina podem girar, diminuindo o espaço da manobra, ao contrário das máquinas convencionais que giram apenas as rodas dianteiras.
“Quando tenho menos peso andando sobre o solo, faço com que a planta cresça com mais vigor. Ela também tem um sistema de produção inteligente. Também controla os motores de roda que estão em cada pneu e com isso conseguimos economizar combustível porque traciona só aquilo que o solo demanda, e não fica fazendo a famosa patinagem”, explica Rodrigo Madeira, gerente de negócios.
O pulverizador tem controlador automático bico a bico, o sistema Ekos, com soluções para gerenciamento da operação agrícola, piloto automático hidráulico e barra de luzes.
Pulverizador Uniport 4530 durante atividade em lavoura de algodão
Divulgação/Jacto
Colheita de grãos
Outro diferencial é a colheitadeira Ideal, da Fendt, estimada em R$ 4,5 milhões. Produzida no Brasil, a máquina foi desenvolvida com o enfoque na alta performance do produto e qualidade de grãos como soja, milho, feijão e trigo.
“O grande diferencial dela é na parte de armazenamento de grãos. Chegamos em até 220 sacas de capacidade de grãos e uma taxa de descarga de 210 litros por segundo. Como únicos fabricantes, temos uma plataforma de corte de 50 pés. Com a máquina Ideal dá para tirar de 90 a 100 hectares por dia durante uma colheita de soja”.
Colheitadeiras de grãos têm capacidade para armazenar 17,1 mil litros
Divulgação/Fendt
O modelo Ideal 9, por exemplo, tem tanque graneleiro de 17,1 mil litros, enquanto o tanque de combustível pode armazenar 1,5 mil litros.
As unidades de corte são capazes de conduzir até mesmo espigas para dentro da máquina, sendo debulhadas em sua totalidade, e são protegidas contra pedras.
A bandeja de grãos frontal tem formato côncavo para canalizá-los, enquanto a traseira é convexa para fazer com que a safra seja recolhida nas extremidades externas. Segundo o fabricante, o design evita perdas de até 60% em comparação às bandejas planas.
Na parte de comando da colheitadeira, o apoio de braço conta com um joystick prático e o botão de membrana/alternar para as funções da máquina. Possui uma tela digital para as principais configurações da máquina. O terminal permite ajustar a máquina de forma fácil, tocando ou pressionando um botão. O projeto também permite o encaixe de um tablete para acessar as funções mais avançadas da máquina por meio de aplicativo.
Nova colheitadeira Ideal da Fendt
Divulgação
g1 mostra Agrishow 2023 em fotos
*Sob supervisão de Thaisa Figueiredo
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