Caso Daniel Alves: Cerca de 20 testemunhas devem depor no segundo dia de julgamento
Jovem que acusou o ex-atleta de estupro prestou depoimento na sessão de segunda (5) por cerca de uma hora. Sua voz foi distorcida para proteção, e a imprensa foi proibida de acompanhar sua fala Daniel Alves durante sessão de julgamento
Jordi Borras/AFP
Cerca de 20 testemunhas devem depor no julgamento do ex-jogador brasileiro Daniel Alves, acusado de ter estuprado uma mulher em uma boate em Barcelona, nesta terça-feira (6).
O ex-atleta, que está preso há mais de 380 dias em prisão preventiva, foi à Audiência de Barcelona, a instância mais alta da Justiça local, para prestar depoimento no julgamento, que durará até quarta-feira (7) e ouvirá outras 28 testemunhas e a jovem espanhola que acusa o brasileiro.
A jovem que acusou Alves prestou depoimento na sessão de segunda (5) por cerca de uma hora. Sua voz foi distorcida para proteção, e a imprensa foi proibida de acompanhar sua fala — desde o início do caso, a juíza responsável pelo julgamento proibiu a divulgação da identidade e de imagens da jovem.
Além disso, Duas mulheres acusaram Daniel Alves de as apalpar na mesma noite em que ele teria estuprado uma amiga delas. As três dançaram com ele e amigos dele na área VIP da balada, segundo o jornalista espanhol Jesús González Albalat, que viu imagens da boate na noite do dia 30 de dezembro de 2022, que estão em segredo de justiça.
O jogador, que pelo cronograma inicial do julgamento falaria na segunda, pediu para se pronunciar só na quarta, depois de todas as testemunhas. O pedido foi aceito.
A Promotoria de Barcelona pede nove anos de prisão para o brasileiro. Ainda não há previsão para a sentença sobre o caso.
Julgamento
As sessões do julgamento terão depoimentos de Alves e de 28 testemunhas que estavam na boate, Sutton, em Barcelona, na noite em que, segundo a acusação, o estupro ocorreu, em 30 de dezembro de 2022.
As testemunhas foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa quanto pela acusação.
Seis testemunhas prestaram depoimento nesta primeira sessão, entre elas, a mãe de Daniel Alves.
As outras 22 testemunhas falarão nesta terça.
Já a última sessão, em 7 de fevereiro, será dedicada a trâmites periciais, que entregarão um relatório e conclusões.
A juíza Isabel Delgado Pérez, que julga o caso, ficará responsável por elaborar a sentença. Ao g1, o tribunal disse que ainda não há prazo para que saia a sentença final ao jogador. Até lá, Daniel Alves permanecerá em prisão preventiva, segundo a decisão atual da Justiça.
O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão ao jogador. A defesa da mulher que denunciou o estupro queria uma sentença maior, de 12 anos de prisão.
‘Tribunal paralelo’
No início da sessão no primeiro dia de julgamento, a advogada de Daniel Alves, Inés Guardiola, afirmou que o jogador se diz vítima de um “tribunal paralelo”, feito, segundo ele, pela opinião pública. A defesa pediu a anulação do julgamento, alegando que a juíza responsável pelo caso não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima.
Guardiola solicitou também que novos testes fossem realizados e, só depois disso, que o julgamento fosse retomado. A juíza não acatou o pedido, e a Promotoria contestou na sessão que todos os direitos do acusado foram preservados.
A mãe de Alves também participou do julgamento. Lucia Alves, que foi a primeira a chegar ao Tribunal, é uma das 28 testemunhas convocadas para falar no caso.g1 > Mundo Read More