Campeão mundial cobra valorização do kickboxing: “O que vou fazer com o cinturão? Comer?”

Cubatense Jackson Elitelmo fala sobre as dificuldades financeiras após título na Argentina. O cubatense Jackson Elitelmo, de 20 anos, foi campeão mundial Open de Kickboxing – categoria até 57 kg, no último fim de semana, em Buenos Aires, na Argentina.
O lutador foi convidado pela Confederação Brasileira de Lutas e Artes Marciais para representar o País no torneio internacional após as recentes conquistas do campeonato brasileiro e paulista. Profissionalmente, Jackson soma sete vitórias em oito combates.
Jackson Elitelmo foi campeão mundial na Argentina
Juliana Vaz
– Fizemos uma luta só no “low kicks” (uma das modalidades do Kickboxing). Foi uma luta muito dura contra o Argentino, um adversário muito bom. No primeiro round consegui um lockdown. No segundo ele sentiu que perdeu, então veio pra cima com tudo, (…) dei uma caída, mas consegui pontuar aos poucos e graças a Deus conseguimos sair com a vitória – explica o atleta em entrevista ao ge.
Orgulhoso da conquista do aluno, o treinador Thiago de Carvalho Ribeiro relembra a trajetória do novo campeão mundial.
– Ele começou no Kickboxing muito novo – aos 13 anos – dentro do projeto social Nova Esperança (em Cubatão). A princípio não era um atleta que faríamos um trabalho competitivo, mas o Jackson foi aquela questão adversa. Na época tinham atletas mais fortes, e ele entrou sem saber nada. Mas se mostrou dedicado, esforçado.
O que o cinturão traz?
Jackson Elitelmo é campeão paulista, brasileiro e mundial da modalidade
Juliana Vaz
Apesar do título mundial, viver do esporte de combate é uma luta que o Jackson ainda sonha vencer. Durante o dia, ele trabalha em uma refinaria como auxiliar de eletricista para sustentar a família. Segundo ele, o valor das premiações é muito baixo. A bolsa mais alta que recebeu foi de R$ 1.000,0.
– É pouco, mas é um dos eventos que valoriza o atleta. Porque tem evento que você luta profissional e quer dar só o cinturão. O que vou fazer com o cinturão? Vou comer o cinturão? Não tem como. Então o pessoal tem que valorizar mais os atletas. Porque no meio da luta o atleta pode se machucar ou até mesmo vir a óbito – desabafa. geRead More