Lembra dele? Luan Polli explica saída conturbada do futebol brasileiro e novo começo no Irã
Goleiro de 31 anos está no Nassaji Mazandaran e não pensa em voltar para o Brasil Luan Polli teve um começo muito promissor no Figueirense e Flamengo e, anos depois, alcançou o auge defendendo o Sport no Brasileirão. Contudo, após 2020, o goleiro catarinense foi pouco aproveitado no futebol brasileiro e, neste ano, partiu rumo ao Irã, para tentar um novo capítulo na carreira.
Em entrevista exclusiva ao ge, para a série Catarinenses pelo Mundo, Luan Polli reflete sobre a trajetória e o atual momento no futebol iraniano.
Luan Polli é goleiro do Nassaji Mazandaran, do Irã
Divulgação/Nassaji Mazandaran
Catarinense de Meleiro, no Sul do estado, Luan Polli surgiu como uma grande promessa debaixo das traves do Figueirense. Em 2012, o jovem goleiro foi emprestado ao Flamengo, onde fez sua estreia profissional em 2014. No mesmo ano, retornou ao Furacão, onde ficou por mais dois anos.
Depois do Figueira, o goleiro passou por Boa Esporte e Naxxar Lions (de Malta), antes de chegar no Sport, em 2018, onde teve o melhor momento da carreira no clube pernambucano.
— Minha estreia foi na reta final da Série B, onde conseguimos o acesso. Terminamos em segundo lugar, realmente foi um ano inesquecível. A partir daí as coisas realmente começaram a acontecer na minha vida profissional. No ano seguinte fizemos a Série A, conseguimos fugir do rebaixamento que estava praticamente decretado, foi um ano bem especial pra mim.
Luan Polli Sport
Marlon Costa / Pernambuco Press
Apesar da carreira estar engrenando, Luan Polli ficou sem espaço em 2021 e trocou o Sport pelo Atlético-GO.
No Dragão, o goleiro fez parte da campanha do título estadual em 2022, mas, quando tudo ia se encaixando, aconteceu de novo. Mais uma transferência. Dessa vez para o Fortaleza.
Porém, o goleiro não conseguiu atuar pelo Leão do Pici e se mudou novamente.
— Acabou que as coisas não aconteceram da forma que eu previa e decidi seguir para o Coritiba. Ali acredito que foi um passo equivocado da minha parte por estar bem estabilizado em Fortaleza. Era a terceira opção no Fortaleza e fui para Curitiba com intuito de ter mais oportunidades e as coisas não aconteceram dessa forma.
Catarinense Pelo Mundo: Goleiro Luan Poli joga no Irã
Luan fez cinco partidas no Coxa em 2023, ano do rebaixamento para a Série B, e o clube rescindiu com o atleta.
— A gente nunca tá satisfeito com o que aconteceu dentro de campo, porque fomos rebaixados ano passado e a gente fica com essa mágoa também — revelou.
Sem contrato, veio a oportunidade de um novo capítulo, no Irã.
Luan Polli – goleiro do Atlético-GO
Bruno Corsino / ACG
Vida no Irã
Um dos berços da civilização, o Irã, culturalmente, é muito diferente do Brasil. Para comparação, por exemplo, a cultura persa segue um calendário diferente.
— É um país com costumes totalmente diferentes dos nossos, inclusive eles seguem outro calendário. Eles estão aqui no ano 1403. Mas eu tô me adaptando muito bem. A percepção é totalmente diferente do que a gente tem no Brasil. A segurança que eu tenho no país é totalmente oposta à que eu tinha no Brasil. Me surpreendeu e fiquei muito feliz e encantado com o povo iraniano, da forma como me acolheram desde a minha chegada.
Assim como grande parte dos Catarinenses pelo Mundo, a maior saudade de Luan Polli, além da família, é da culinária brasileira.
— Principalmente do nosso churrasco. A culinária é um pouco diferente, mas tô me acostumando tranquilamente. Eles comem muita ovelha, frango e não tem carne de porco. Tem as suas diferenças, mas nada de outro mundo. Arroz, carne e muito vegetal, desde o café da manhã. Muitas especiarias, nozes, frutas secas. É uma alimentação bem balanceada e saudável.
Luan Polli é goleiro do Nassaji Mazandaran, do Irã
Divulgação/Nassaji Mazandaran
O futebol iraniano também segue um calendário de disputa diferente, o modelo europeu. Ou seja, a temporada se encerra no final de maio.
— O futebol aqui está ainda em desenvolvimento. São três clubes considerados grandes, esses tão um pouco à frente. O meu é um clube muito tradicional, está se estruturando e tem um nível bem legal para se desenvolver no decorrer dos anos. O nível desses três clubes acabam se sobressaindo, tem jogadores de outros países, mais experientes.
O elenco atual do Nassaji Mazandaran é praticamente todo composto por iranianos. Tem apenas três estrangeiros, contando com o Luan.
Equipe do Nassaji Mazandaran na temporada 2023/24
Divulgação/Nassaji Mazandaran
Futuro no futebol
Apesar da saudade da família no Brasil, Luan Polli diz que a qualidade de vida que o Irã proporciona o faz querer ficar.
— A gente tá gostando muito daqui pela segurança, pelo futebol em si, pela tranquilidade que a gente leva porque não é a loucura que é no Brasil com dois, três jogos na semana. Aqui a gente tem um por semana, muito mais tempo de estar em casa com meu filho, vendo meu filho crescer, se desenvolver no dia a dia, coisa que a gente perdia muito tempo aí no Brasil. A ideia é permanecer fora do Brasil no momento.
O goleiro de 31 anos tem contrato com o Nassaji Mazandaran até o final da temporada.
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