Acusados de planejar atentados de 11 de setembro assumem culpa, diz Pentágono
Três homens presos em Guantánamo admitiram a responsabilidade de planejar ataque que matou quase 3 mil pessoas. Khalid Sheikh Mohammed, fotografado logo após sua captura no Paquistão, em Março de 2003
Arquivo AP
O homem acusado de ser o principal planejador dos ataques da al-Qaeda em 11 de setembro de 2001 se declarou culpado, declarou o Departamento de Defesa dos Estados Unidos nesta quarta-feira (31).
Espera-se que Khalid Sheikh Mohammed e dois cúmplices no ataque, Walid Bin ‘Attash e Mustafa al-Hawsawi, assumam a responsabilidade pelo crime na comissão militar da Baía de Guantánamo, em Cuba, na próxima semana.
O acordo dos Estados Unidos com os homens vem mais de 16 anos após a acusação de responsabilidade deles pelos atentados, e mais de 20 anos depois de militantes tomarem controles de voos comerciais e lançarem-nos contra edifícios, matando quase 3 mil pessoas.
Famílias das vítimas afirmavam que queriam ver os homens assumirem formalmente a culpa. Autoridades do Pentágono negaram divulgar os termos do acordo. De acordo com o New York Times, citando fontes anônimas do Pentágono, os termos incluem a condição de longa data dos homens serem poupados do risco de pena de morte.
Os acusados compareceram a audiências pré-julgamento de pena de morte. Advogados de defesa argumentaram que os interrogatórios conduzidos pelo FBI deveriam ser considerados inválidos, pois os acusados foram torturados enquanto estavam em custódia.
Quem é Khalid Sheikh Mohammad?
Mohammad, também conhecido pelas iniciais KSM, é mais conhecido como a suposta cabeça por trás dos ataques de 11 de setembro.
O paquistanês de 56 anos, criado no Kuwait, teria sido o primeiro a sugerir que Osama bin Laden utilizasse voos comerciais como mísseis e lançá-los em prédios.
Em 1993, ele conspirou com seu sobrinho para detonar um carro-bomba no estacionamento sob o World Trade Center.
Mohammad foi capturado no Paquistão em 2003 e levado para as prisões secretas operadas pela CIA no Afeganistão, antes de ser transferido para Guantánamo em 2006.
Em 2007, ele afirmou em uma audiência a portas fechadas que ele tinha sido responsável por diversos ataques, incluindo 11 de setembro e bombardeios da al-Qaeda em Bali e no Quênia.
Bin ‘Attash teria auxiliado Mohammad a planejar os ataques e enviar dinheiro aos responsáveis pelos sequestros das aeronaves, enquanto Al-Hawsari teria auxiliado os sequestradores em viagens e em transferências financeiras.
Além dos três, Ali Abdul Aziz Ali e Ramzi Bin al-Shibh também foram acusados e indiciados em Junho de 2008 e novamente em maio de 2012, pelo suposto envolvimento nos atentados de 2001. Ali e e Al-Shibh não fizeram acordos até o momento.
*com informações da DWg1 > Mundo Read More