Senna já perdeu vitória por ordem da McLaren; veja outras decisões

Em 1991, brasileiro conquistou o título mundial em corrida perdida para Gerhard Berger na reta final por ordem da equipe O domingo de dobradinha da McLaren no pódio do GP da Hungria de F1 2024 não foi apenas de sorrisos. Durante a prova, a equipe suplicou para que Lando Norris devolvesse a liderança para Oscar Piastri. Demorou, mas o britânico desacelerou e permitiu que o companheiro o ultrapassasse. Em 1991, Ayrton Senna também passou por uma situação similar quando cedeu a vitória para Gerhard Berger por uma ordem da McLaren.
GP da Hungria: Piastri vence 1ª na F1; Hamilton e Verstappen batem
F1 2024 tem maior número de vitórias de pilotos diferentes desde 2012
Siga o canal de automobilismo do ge no WhatsApp
Ayrton Senna foi campeão mundial da F1 em 1991
Paul-Henri Cahier/Getty Images
A primeira vitória de Oscar Piastri na Fórmula 1 foi marcada por uma polêmica no rádio da McLaren. A equipe levou Lando Norris aos boxes antes do australiano para uma defesa de posição no pódio e, com isso, o britânico ficou à frente do companheiro de equipe.
Hamilton aponta hostilidade frequente de Verstappen em duelos
Max Verstappen tem maior jejum de vitórias na F1 desde 2021
Pelo rádio, o time pediu para que Norris devolvesse a posição, mas ele acelerou e aumentou a distância. O engenheiro de Lando pediu muitas vezes até que, com três voltas para o fim, ele tirou o pé e cedeu a liderança.
– O caminho para ganhar um campeonato não é sozinho, mas sim com a equipe. Você vai precisar do Oscar (Piastri) e da equipe – disse o engenheiro Will Joseph no rádio de Lando Norris
Lando Norris e Oscar Piastri no pódio do GP da Hungria de F1 2024
Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images
Essa não foi a primeira vez que a McLaren pediu para que os pilotos trocassem de posição na liderança. Em 1991, Ayrton Senna já havia conquistado o título mundial com o abandono de Nigel Mansell e era o primeiro colocado. Pelo rádio, o chefe da equipe, Ron Dennis, falou para o brasileiro entregar a posição para Gerhard Berger. Senna desacelerou na reta final e permitiu a ultrapassagem.
Mesmo sem a vitória, Senna não tinha motivos para reclamar. Era o momento do tricampeonato mundial do brasileiro. Outros pilotos, porém, sofreram com ordens de equipe. O ge lembra de casos na Fórmula 1. Confira!
Rubinho x Schumacher – 2001 e 2002
Na sexta etapa de 2001, Michael Schumacher disputava a liderança do campeonato com David Coulthard. O britânico da McLaren liderou o GP da Áustria com facilidade, seguido por Rubens Barrichello. A Ferrari, então, ordenou que o brasileiro cedesse a posição para o alemão. A poucos metros da linha de chegada, Rubinho deixou Schumi passar.
Se a situação já não havia sido agradável em 2001, tudo piorou um ano depois na mesma pista. Pole, Barrichello liderou durante toda a corrida mas, mesmo assim, recebeu outra ordem para deixar o companheiro passar. Novamente, Rubinho desacelerou na reta final e permitiu a vitória de Schumacher.
Michael Schumacher e Rubens Barrichello no pódio do GP da Áustria de F1 2002, famoso por ordens de equipe da Ferrari
Tom Shaw/Getty Images
A ordem da Ferrari não agradou o público de Spielberg, que vaiou a equipe e Schumacher. O alemão, desconcertado no pódio, cedeu o prêmio da vitória ao brasileiro, que aceitou. Essa situação fez a Fórmula 1 proibir os jogos de equipe a partir de 2002.
Massa x Alonso – 2010
Rubinho não foi o único brasileiro prejudicado pelo jogo de equipe da Ferrari. Mesmo com tais ordens ainda proibidas, a escuderia repetiu o feito oito anos depois, em 2010. Felipe Massa e Fernando Alonso protagonizaram a situação no GP da Alemanha daquele ano.
Líder da corrida, Massa estava à frente de Alonso, que se aproximou do brasileiro. O bicampeão mundial reclamou pelo rádio, e a Ferrari acatou os pedidos dele. Foi o momento de Rob Smedley, engenheiro de Felipe, pedir para ele ceder a liderança.
Felipe Massa e Fernando Alonso no GP da Alemanha de 2010, que ficou marcado pelo “Fernando is faster than you”.
Getty Images
– Fernando está mais veloz do que você… Você pode confimar que entendeu a mensagem?
Dessa vez, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) foi na contramão da decisão de 2002. A organização revogou o banimento às ordens de equipe por acreditar que era impossível evitar tal jogo.
Vettel x Webber – 2013
Já tricampeão mundial, Sebastian Vettel buscava o tetracampeonato na temporada 2013. Ele havia sido o terceiro na etapa inicial, na Austrália, e ocupava a segunda colocação do GP da Malásia. Na frente do alemão, estava o companheiro de equipe, Mark Webber.
Pelo rádio, Christian Horner, chefe da RBR, ordenou que os pilotos seguissem o código “Multi 21”. No caso, o “2” valia para Webber, que ficaria na frente, e o “1” para Vettel, logo atrás do australiano. A ideia da equipe era que os dois continuassem nas posições para evitar acidente e concluir uma dobradinha de sucesso.
Mark Webber e Sebastian Vettel no GP da Malásia de 2013
Divulgação
Seb não aderiu a ideia da RBR. Com onze voltas para o fim da prova, o alemão acelerou e ultrapassou Webber para conquistar a vitória. Campeão naquele ano, Vettel teria desobedecido a ordem para se vingar do australiano por um episódio ocorrido em Interlagos meses antes, como Horner revelou em 2018.
Hamilton x Bottas – 2018
Na reta final da temporada de 2018, Lewis Hamilton era o líder do campeonato com 40 pontos de vantagem para Sebastian Vettel, em segundo. Na Rússia, Valtteri Bottas caminhava para a primeira vitória no ano quando uma ordem de equipe acabou com as esperanças de ir ao topo.
Lewis Hamilton e Valtteri Bottas no pódio do GP da Rússia
Clive Rose/Getty Images
O alemão da Ferrari era o terceiro. Com a dificuldade de se ultrapassar no circuito de Sochi, a Mercedes inverteu a ordem dos carros na 25ª volta para neutralizar a ameaça que Vettel impunha a Hamilton – as posições se mantiveram assim até o fim da corrida. A troca não foi desfeita.
– Aquilo foi complicado, foi duro aceitar. Eu estava muito irritado. Honestamente, comecei a me perguntar: por que eu faço isso? Eu até pensei em desistir, parar de vez. Depois da corrida, falei que não faria mais aquilo – disse Bottas.
Quem foi Ayrton Senna, último brasileiro tricampeão de F1
A F1 retorna na próxima semana com a disputa do Grande Prêmio da Bélgica no dia 28 de julho, às 10h. Veja o calendário completo da categoria. geRead More