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Brasileiro dedica prata em Paris a cão-guia: “Um dos maiores personagens dessa medalha”

Brasileiro dedica prata em Paris a cão-guia: “Um dos maiores personagens dessa medalha”

Wendell Belarmino tem o cachorro há dois anos e contou como ele fez parte da conquista de sábado: “Foi muito importante para minha recuperação mental e psicológica” “Indescritível”, declara Wendell após conquistar a medalha de prata na natação
Liberdade. Um dos símbolos da França. E também o que o cão-guia Ink trouxe ao medalhista paralímpico Wendell Belarmino neste ciclo até Paris. E logo após conquistar a prata nos 50m livre S11, para atletas com deficiência visual quase total ou total, foi para o seu companheiro de todas as horas que o nadador brasileiro dedicou a conquista.
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O nadador paralímpico Wendell Berlarmino com o cão-guia Ink
Arquivo pessoal
– Ink, meu cão guia. Além de guia, ele me auxiliou em tudo, e foi muito importante para minha recuperação mental e psicológica. Me deu outra motivação. Ele é um dos maiores personagens dessa medalha. A pelúcia (mascote das paralimpíadas) não vai ficar de brinquedo para ele. Estou com muita saudade dele e doido para voltar e poder apertá-lo – afirmou Belarmino..
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O nadador paralímpico Wendell Berlarmino com o cão-guia Ink
Ale Cabral/CPB
O nadador recebeu o cão-guia em 2022, após participar de um edital aberto pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com o Instituto Federal Catarinense (IFC) e a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR).
Ink tem 5 anos e meio e foi treinado em Balneário Camboriú (SC). Os cães-guias auxiliam as pessoas com deficiência visual em várias tarefas cotidianas, como parar em sinais, desviar de obstáculos e encontrar as portas dos estabelecimentos, entre outras habilidades. O animal graduado como cão-guia trabalha por cerca de oito anos, em média, antes de se aposentar.
O nadador paralímpico Wendell Berlarmino com o cão-guia Ink no aeroporto
Arquivo pessoal
Belarmino e Ink, nesses dois anos de convívio, se tornaram inseparáveis. E o cão-guia é o xodó do nadador. Segundo familiares do atleta, só falta o cachorro aprender a dirigir, pois viajar de ônibus e avião com a equipe do Praia Clube, de Uberlândia, onde Belarmino treina, ele já faz.
– Uma das mais importantes conquistas e que mudou a minha vida tá aqui na foto (Ink). Agradeço a tudo e a todos que trabalharam nos últimos anos e trabalham até hoje para que pessoas com deficiência visual como eu possam ter o direito de ter um cão-guia com toda a legislação que nos permite ter uma vida com autonomia ao lado deles – escreveu Belarmino em sua conta no Instagram em uma foto com o cão-guia.
O nadador paralímpico Wendell Berlarmino com o cão-guia Ink
Arquivo pessoal
Belarmino teve uma grave lesão do ombro depois das Paralimpíadas de Tóquio. E precisou passar por um procedimento para retirar líquido da medula e replicar no local da lesão para a celula regenerar. Depois, teve problemas com o treinador e deixou Brasília, onde treinava. Em Uberlândia, demorou para se recuperar, ficou mal, engordou e lidou com problemas de saúde mental. Por isso todo agradecimento aos familiares, amigos e ao cão-guia que esteve ao lado dele até a prata em Paris.
– Estou muito feliz. É como se eu tivesse ganhado a prova. Há 3 anos nem cogitava estar aqui, e estar aqui, subir no pódio de novo, depois de um ciclo tão conturbado para mim, é sensacional. Agradeço a todo mundo, minha família principalmente, que me acolheu e investiu tempo e dinheiro em mim – concluiu Belarmino.
Prata para Wendell Belarmino
Wendell Belarmino leva a medalha de prata nos 50m livre da natação nas Paralimpíadas
Na última prova com brasileiros no dia da natação, Wendell Belarmino conquistou a medalha de prata nos 50m livre S11. E foi uma medalha dividida. Wendell e o chinês Dongdong Hua bateram na borda com o mesmo tempo, 26s11, e ambos ficaram com a prata. O japonês Keiichi Kimura ganhou o ouro com o tempo de 25s98.
– Acho que esse chinês deve ter pesadelo comigo, a gente sempre tá perto, agora a gente empatou – brincou, rindo.
O nadador ficou cego por causa de um glaucoma congênito. Nas Paralimpíadas de Tóquio, Belarmino havia conquistado uma medalha de ouro, uma de prata e uma de bronze.
Wendell Belarmino conquista a medalha de prata nos 50m livre S11 (deficiência visual)
Silvio Ávila/CPB geRead More

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