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Opinião: após driblar retranca nos pênaltis, Lusa precisará crescer contra o XV

Opinião: após driblar retranca nos pênaltis, Lusa precisará crescer contra o XV

Portuguesa elimina São Bento nos pênaltis, depois de dois empates sem gols no tempo normal, e encontra XV de Piracicaba nas quartas de final da Copa Paulista A Portuguesa vai enfrentar o XV de Piracicaba nas quartas de final da Copa Paulista. O primeiro jogo será no estádio do Canindé e o segundo no Barão da Serra Negra. Valem as mesmas regras da fase anterior: o mando na volta é a única vantagem de quem tem a melhor campanha, já que um empate no agregado leva a decisão aos pênaltis.
A classificação da Lusa veio em um confronto com o São Bento nas oitavas de final. Foram dois empates sem gols: o primeiro em Sorocaba na terça-feira (27) e o segundo em São Paulo no sábado. O triunfo rubro-verde foi conquistado nos pênaltis.
No jogo de ida, o técnico Alan Dotti escalou uma Portuguesa mais cautelosa, em um 3-5-2 quase inédito na competição. Um esquema que praticamente não permitiu chances de gol ao time de Sorocaba, mas que também tornou o ataque lusitano inócuo.
Portuguesa x São Bento, Copa Paulista
Dorival Rosa / Portuguesa
A Lusa, que já contava no jogo de ida com as baixas por lesão do zagueiro Clebson, do lateral esquerdo e ponta Carlos Henrique e do centroavante Kadir, ganhou mais um problema para a volta: o meia Franco, com suspeita de contusão de ligamento no joelho. A boa notícia foi a volta do lateral esquerdo Pedro Henrique após suspensão.
Jogando em casa e precisando fazer o resultado, Alan Dotti voltou ao habitual 4-3-3. Rafael Pascoal no gol; Kauã e Maurício no miolo de zaga; Ben-Hur na lateral direita e Pedro Henrique na lateral esquerda; Ferreira, Elvis e Cristiano no meio-campo; no ataque, Maceió de um lado, Bryam de outro e Anderson Magrão centralizado.
Vale destacar que Maurício, contratado para o mata-mata e tendo estreado em Sorocaba, foi titular no lugar de Marco. Também chamou atenção o uso de Cristiano, até então o camisa 9, vestindo a 10. Por fim, o primeiro jogo de titularidade de Magrão.
O primeiro tempo foi de uma Portuguesa ofensiva e propositiva, tentando dominar as ações, buscando abrir o placar. Enquanto isso, o São Bento se fechava em um verdadeiro ferrolho defensivo, escapando para o ataque em raríssimos momentos.
Como já era de se esperar, diante de uma zaga que só havia sofrido quatro gols em nove jogos, e com um ataque que passou toda a primeira fase tentando se adequar na melhor formação, a Lusa sofreu para criar chances e, principalmente, concluir em gol.
Portuguesa comemora classificação na Copa Paulista
Dorival Rosa / Portuguesa
A Portuguesa tentou construir jogadas pela direita, em descidas de Ben-Hur com Bryam, pela esquerda, em alternâncias de Pedro Henrique com Maceió, e também pelo meio-campo, com Cristiano na articulação e Anderson Magrão fazendo o pivô.
Só que o gol não saiu e, quando chegou o intervalo, estava na cara o que viria no segundo tempo. A equipe azul e branca, treinada por Ademir Fesan, chegou ao Canindé defendendo um histórico de cinco placares 0x0 nos nove jogos que havia disputado.
Não seria nada simples. E não foi. Até porque a bola passou a ficar mais parada do que rolando. O árbitro Gabriel Henrique Meira Bispo não conseguiu conter a catimba são-bentista, que consistia em faltas, quedas em campo, demora em tiros de meta, etc.
Na etapa final, conforme os minutos foram passando, o São Bento foi se fechando e enrolando ainda mais. E a Portuguesa foi arrefecendo, em parte pela condição física, sobretudo de atletas mais experientes como Ben-Hur, Cristiano e Anderson Magrão.
Na metade do segundo tempo, os pênaltis estavam cantados. A própria postura do técnico Alan Dotti, de fazer apenas uma alteração, trocando Bryam por Leandro, não foi só pela real escassez de grandes opções no banco de reservas. Claramente a intenção foi manter em campo os atletas com mais potencial de converter pênaltis.
Após um jogo feio, de baixa qualidade, com poucas chances de gol e muita cera, a decisão foi par a marca da cal. Até pelo que (não) se viu tecnicamente nos dois jogos, o clima na arquibancada do Canindé era de tensão e dúvida quanto às cobranças – sem contar o histórico lusitano nada positivo em disputas de penalidades.
Só que aí veio a surpresa. A Lusa foi cirúrgica nas cobranças. Maceió, Ben-Hur e Cristiano converteram, sem chances para o goleiro André Luiz. Do lado do São Bento, Alex Henrique, Cirilo e Bruno Silva também marcaram. Elvis foi para a bola e fez o quarto para a Portuguesa. Foi quando Wesley Barbosa chutou… para fora.
Coube a Anderson Magrão anotar o quinto gol lusitano e fazer o Canindé explodir em festa. Com 5×3 no placar, o São Bento acabou eliminado na disputa que tanto pareceu desejar: a de pênaltis. Lusa classificada para as quartas de final da Copa Paulista.
Na classificação geral, a Portuguesa (58,3%) ficou atrás de Monte Azul (83,3%), Taquaritinga (73,3%), Votuporanguense (70%) e XV de Piracicaba (63,3%), e a frente de Capivariano (53,3%), União São João (43,3%) e Comercial (40%).
Como já havia acontecido nas oitavas, o chaveamento das quartas de final foi definido com base no índice de aproveitamento desde a fase de grupos. O XV chega a esta etapa tendo feito 10 jogos (cinco vitórias, quatro empates e uma derrota). Já a Portuguesa, tendo disputado 12 partidas (cinco vitórias, seis empates e uma derrota).
A semana rubro-verde será de definições: se Franco realmente já não mais terá condições de jogar a Copa Paulista, se Carlos Henrique consegue reunir condições de voltar a atuar logo e se Maceió realmente não defenderá mais a Portuguesa.
Sim, o empréstimo do atacante, que pertence ao São Caetano, se encerra na quinta-feira (5). O contrato dele com o Azulão vai até o fim do ano. A Lusa firmou um pré-contrato com Maceió, mas só a partir de janeiro. Ou os clubes chegam a um acordo sobre esse intervalo até quinta-feira (5), ou Maceió não vestirá mais rubro-verde em 2024.
Será mais um problema para a Portuguesa, que já tem um elenco de poucas opções e com dificuldades para render ofensivamente. Encarar o XV de Piracicaba, ainda mais decidindo fora, sempre foi e novamente será uma pedreira. Mas se trata de um torneio nivelado, ainda que por baixo, em que paciência, disciplina e superação contam.
*Luiz Nascimento, 32, é jornalista da rádio CBN, documentarista do Acervo da Bola e escreve sobre a Portuguesa há 14 anos, sendo a maior parte deles no ge. As opiniões aqui contidas não necessariamente refletem as do site. geRead More

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