Espera por transplante de coração une torcedores rivais em Pernambuco

Fábio e Gil, torcedores do Náutico e Santa Cruz, respectivamente, são amigos desde a fila do transplante, que precisaram encarar por sete meses até conseguir cirurgia Espera por transplante de coração uniu tricolor e alvirrubro
Fábio Luís da Silva e Gilderlei Gomes são torcedores apaixonados, um pelo Náutico e outro pelo Santa Cruz. A conexão entre eles, no entanto, vai além da rivalidade esportiva. Os dois se conheceram enquanto esperavam por um transplante cardíaco no Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco Professor Luiz Tavares (Procape), um importante centro cardiológico do Recife.
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Estiveram internados juntos por sete meses, compartilhando momentos de angústia e esperança. Fábio e Gil enfrentavam o medo e a expectativa pela cirurgia, um dando suporte ao outro.
“Meu medo era não sair da sala, é uma cirurgia muito complicada, tem que desligar tudo, tirar o coração. Falei: ‘Será que eu vou resistir?”‘, lembra.
O futebol, claro, contribuiu bastante para o amadurecimento da amizade. Assistir aos jogos estava liberado, assim como a inevitável resenha.
– A gente assistiu ao jogo do Santa Cruz lá no quarto junto. E como foi? Eu perdi, né, como sempre! – lembrou Fábio, entre risos.
Fábio Luís da Silva e Gilderlei Gomes iniciaram a amizade no hospital, enquanto aguardavam por um transplante
Reprodução TV Globo
Um presente inesquecível
O grande dia deles chegou em 2023. Fábio foi o primeiro a passar pela cirurgia de transplante, em 28 de março. Vinte dias depois, foi a vez de Gil. Em meio a essas experiências, eles fizeram uma promessa: ao receberem alta, iriam à casa um do outro. Mas eles foram além.
Recentemente, os dois foram ao estádio do Arruda. A visita foi um presente do alvirrubro Fábio ao amigo tricolor. Ao entrarem no gramado, a emoção tomou conta deles. Gil lembrou dos momentos que o clube do coração proporcionou.
– Amei, ainda mais no time do meu coração, meu Arrudão… Estou muito emocionado, obrigado, Fábio – agradeceu Gil.
– Eu tô sentindo a mesma felicidade que ele, tô mais feliz ainda por poder proporcionar esse momento, já que faz tempo que ele não vem aqui. Agora ele tá matando as saudades – afirmou Fábio.
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Amigos que se conheceram na fila do transplante, Fábio e Gil se encontram no Arruda
Reprodução TV Globo
Conscientização pela doação de órgãos
Gil, consciente do que passou, se comprometeu a sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos.
– O que eu puder fazer pra arrumar gente, pra conscientizar as pessoas pra fazer doação de órgãos, eu vou fazer isso. Eu sei o que sofri aqui dentro, sei o que meus filhos e minha esposa sofreram lá fora, muita gente achava que eu não ia sair aqui de dentro vivo, e hoje eu tô aqui, contando história.
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Reprodução/Globo
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