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Volta do Gre-Nal ao RS vira ápice de reconstrução de Inter e Grêmio após enchentes

Volta do Gre-Nal ao RS vira ápice de reconstrução de Inter e Grêmio após enchentes

Tragédia climática no estado abalou estruturas e deixou clubes itinerantes, mas solidariedade sobressaiu e foi ponto de partida para retomada O capítulo 443 do clássico Gre-Nal neste sábado, no Beira-Rio, terá o simbolismo de ser o primeiro no Rio Grande do Sul após as enchentes de maio. Como todo povo gaúcho, Inter e Grêmio foram duramente afetados, mas mostraram força, muitas vezes evidenciada em campo, para superar o desafio da reconstrução.
Torcedores de Inter e Grêmio usam Gre-Nal como símbolo de redenção após enchente
Os rivais já se enfrentaram após o período mais crítico da tragédia climática, mas o clássico não pôde ser realizado em solo gaúcho devido às consequências da enchente. Em 22 de junho, há quase quatro meses, o Gre-Nal 442 foi disputado em Curitiba, com mando do Grêmio, já que a Arena ainda não tinha sido reaberta. Essa foi uma das muitas casas provisórias dos dois clubes.
Gre-Nal da volta ao RS
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Do ponto de vista das instituições, os prejuízos foram diversos. Atingiram estruturas patrimoniais, devastadas pelas águas, e as finanças, entre valores gastos e que deixaram de ser arrecadados durante o período. Além, claro, de abalar a competitividade das duas equipes, fato ressaltado por ambos os lados.
Com certeza nosso principal prejuízo foi desportivo. O Grêmio tem uma performance muito boa jogando em casa. A torcida é sempre o nosso 12º atleta.
Além da perda financeira, tivemos perda de competitividade, passamos 70 dias longe do nosso estádio Beira-Rio, jogando em três estados diferentes.
Fábio Floriani, vice-presidente do Grêmio
William Ramos/RBS TV
O Inter calcula quase R$ 90 milhões de prejuízos totais. Desse montante, R$ 19 milhões foram em patrimônio, principalmente o Beira-Rio e o CT Parque Gigante. Esse último, às margens do Guaíba, foi praticamente todo reconstruído e ficou 115 dias sem operar. O estádio retornou antes e reabriu 70 dias depois do início das enchentes, no jogo contra o Vasco.
De parte do Grêmio, o valor divulgado é de R$ 17 milhões, considerando custos com logística, de todo período longe do estado, e recuperação de estruturas. Três CTs do clube foram afetados, em diferentes proporções: do grupo profissional (CT Luiz Carvalho), categorias de base (CT Hélio Dourado) e escolinhas (CT do Cristal).
Vale ressaltar que os gastos com a reestruturação da Arena não são de responsabilidade do Grêmio, mas sim da empresa que administra o estádio. A reportagem do ge tentou contato para apurar os prejuízos da Arena, mas os valores não foram divulgados. A casa gremista ficou sem receber partidas por mais de quatro meses.
Funcionários de Grêmio e Inter lembram estragos pela enchente no RS
Solidariedade e resiliência
A enchente, inegavelmente, trouxe dor e sofrimento. No entanto, um alento foi a imensa mobilização que se formou, da qual Grêmio e Inter fizeram parte como peças fundamentais. Os dois rivais se tornaram o elo entre as doações recebidas de todo o país e seus devidos destinatários, abrindo caminho para a solidariedade do povo.
Logo no início de maio, Inter e Grêmio disponibilizaram suas estruturas para receberem donativos. Isso antes de os próprios clubes serem também atingidos. Curiosamente, uma das únicas opções que restou foi o velho estádio Olímpico. Ainda de posse do Grêmio e inativo há 11 anos, o Monumental uniu voluntários e doadores para servir de apoio à comunidade.
– O Olímpico estava lá, fechado, ressurgiu como um ponto importante logístico dentro da cidade que apresentava problemas de deslocamento. Esse aprendizado, essa experiência, foi muito gratificante. Ver a comunidade, o clube, os atletas, todo mundo mobilizado para poder acudir os mais necessitados – destaca Fábio Floriani.
Victor Grunberg, vice-presidente do Inter, mostra altura da água no Beira-Rio
Emerson Garcia/RBS TV
O lado colorado teve como um dos grandes símbolos de resiliência a reabertura do Beira-Rio pouco mais de dois meses depois do estádio ter seu gramado submerso pelas águas do Guaíba. Para Victor Grunberg, o palco do maior clássico gaúcho neste sábado demonstrou a força do clube e todos ao redor.
– O Inter sai mais forte da enchente, com muita união, força e resiliência. O Beira-Rio é o estádio que foi construído sobre as águas e ele foi reconstruído das águas, com a força do nosso povo. Espero que a gente consiga, com esses valores, trazer para o nosso dia a dia e estar cada vez mais próximos uns dos outros – ressalta o dirigente.
Dentro de campo, o resultado do Gre-Nal passará a ser conhecido a partir das 16h deste sábado, quando os rivais se enfrentam pela 443ª vez. Fora dele, o resultado da reconstrução dos clubes, e também do povo gaúcho, já é positivo. O primeiro clássico após a maior tragédia climática do Rio Grande do Sul também simboliza a retomada do estado quase seis meses depois. geRead More

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