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Agora dirigente, Henrique admite trauma com 7 a 1: “Nunca vi o jogo”

Agora dirigente, Henrique admite trauma com 7 a 1: “Nunca vi o jogo”

Ex-Coritiba, Palmeiras, Corinthians e Flu, zagueiro estava no banco de reservas nas semifinais da Copa de 2014. “Ficou uma cicatriz muito grande dentro da gente”, diz Esquenta do GE: Henrique, ex-Coritiba, fala sobre carreira e seleção
Aos 38 anos, Henrique carrega um currículo pesado. Ainda sem pendurar as chuteiras em definitivo e agora presidente do Nacional-PR, o zagueiro soma passagens por Coritiba, Palmeiras, Corinthians, Fluminense e até Barcelona, entre outros. Porém, foi com a seleção brasileira que ele viveu lembranças marcantes, para o bem e para o mal, na Copa do Mundo de 2014.
Henrique foi uma das surpresas da lista de Felipão. Do banco de reservas, o zagueiro viu a derrota por 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais, o mais vexame do Brasil em Copas.
– A gente estava no banco, conversando. Quando saiu o gol… calma, começa a olhar pro pessoal, tudo beleza. Vem o 2 a 0, olhando para o lado. A hora que deu 3 a 0… não é possível. O pessoal não tinha nem reação, nem tempo para reagir. Na hora que você fala que não é possível, 4 a 0. Vamos nos reorganizar, não tomar mais para resolver no vestiário. Foi uma sensação, não só na hora do jogo, mas parecia um pesadelo, você só quer acordar – relembrou o zagueiro, em entrevista ao Globo Esporte Paraná.
– Ninguém acreditava, nem a Alemanha acreditava no que está acontecendo. E até mesmo acho que tirou um pouco o pé. Foi a pior [lembrança na seleção], não só para mim que estava ali, mas para todo brasileiro, uma semifinal de Copa do Mundo, em casa. É muito pesado.
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Henrique admite trauma com 7 a 1: “Não vi o jogo de novo”
Dez anos depois, Henrique admite o trauma deixado pelo jogo, tanto que até hoje não consegue ver os lances novamente.
– É difícil, fica marcado, fica manchado, daqui 20 ou 30 anos vai ser lembrado isso. Um jogo em casa. Eu na verdade não vi o jogo ainda. Nunca vi o jogo. Nada. Não vi o jogo de novo. Eu não consigo. Às vezes passa uns lances, eu já mudo de canal. Ficou marcado aquilo. Ficou uma cicatriz muito grande dentro da gente. Uma lembrança muito difícil – contou.
– Depois teve mais três ou quatro dias na Granja, tinha que jogar o terceiro e quarto lugar. Foram dias, horas, momentos ali bem tristes para todo mundo, mas pra gente que estava participando de uma forma, em um contexto geral. Até hoje a gente fica assim. Fica marcado para a vida inteira. Aos poucos a gente vai tentando amenizar a cicatriz, uma hora dessas a gente consegue olhar o jogo de novo.
Henrique, ex-Coritiba e Palmeiras e atual presidente do Nacional-PR
Reprodução/RPC
Henrique começou a ser convocado para a seleção em 2008. Não foi lembrado por Dunga para a Copa de 2010, mas acabou chamado por Felipão, com quem tinha trabalhado no Palmeiras, em 2014. Fez apenas um jogo, substituindo Neymar no momento em que o atacante sofreu a lesão contra a Colômbia.
– A primeira convocação fica marcada, mas a estreia na Copa do Mundo fica mais. Foi na lesão do Neymar, contra a Colômbia. Na hora [o Felipão] falou: Henrique, vai lá e entra. Não falou mais nada. Entra na frente da zaga e fica ali. Você vai de 0 a 200. Na hora que machuca, vai ter que jogar, foram alguns minutos que foram uma eternidade. Deu tudo certo. Foi uma experiência que até dormir de novo, até passar a ansiedade, a tensão… Mas foi legal – disse.
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Trajetória na zaga
Henrique foi revelado pelo Coritiba, subiu ao profissional em 2006 e foi campeão da Série B um ano depois. Ele seguiu para o Palmeiras, se destacou e depois foi negociado com o Barcelona, em 2008.
O zagueiro não chegou a atuar pelo time espanhol e foi emprestado em seguida para o Bayer Leverkusen e para o Racing Santander.
– Na época que eu fui para lá, o Barcelona tinha ganhando quatro campeonatos, Champions e tudo. A gente ficou treinando, mas já tinha o grupo deles. Quando o Barcelona me comprou, fui emprestado para o Bayer Leverkusen, fui bem, tanto que tinha chance de renovar – disse Henrique.
– Voltamos para o Barcelona, ficamos um tempo, mas tinha quatro zagueiros, Puyol, Piqué, Rafa Marques, trouxeram outro que o Pep pediu na época. Eu precisava jogar, queria jogar também, mas seria muito difícil. Quase na última semana de janela surgiu a oportunidade de jogar no Racing Santander, decidi abraçar e fiquei dois anos lá – completou.
Neymar e Henrique, em treino da Seleção em 2014
André Durão
Em 2011, Henrique voltou ao Palmeiras, onde foi campeão da Copa do Brasil em 2012, com Felipão. Em 2014 foi para o Napoli e acabou convocado para a Copa do Mundo.
Henrique jogou ainda pelo Fluminense, pelo Corinthians e passou pelos Emirados Arábes Unidos e por Portugal. Em 2021, o zagueiro retornou ao Coritiba, onde atuou por três temporadas, deixando o clube no fim de 2023.
Presidente Henrique
Henrique não joga há um ano, desde que saiu do Coritiba. Enquanto deixa em aberto a possibilidade de atuar novamente, ele assumiu em março de 2024 uma nova função no futebol: a de presidente do Nacional-PR, time da Segunda Divisão do Campeonato Paranaense.
No primeiro desafio à frente do clube, Henrique viu o Nacional-PR parar na primeira fase da Divisão de Acesso neste ano. A busca agora é por planejar a próxima temporada e tentar subir à elite do estadual.
– Eu já vinha namorando o Nacional há algum tempo. Teve essa oportunidade de abraçar, de estar à frente do clube, junto com o Aladim, que é meu sócio. Uma experiência muito grande. Na verdade, estou correndo mais do que quando jogava (risos). Mas é legal, estamos trabalhando firme, Campo Mourão é uma cidade que nos abraçou. Nesse ano passou perto. Agora com toda essa estrutura, essa ajuda, tem tudo para dar certo.
Henrique é o presidente do Nacional-PR
Divulgação/Nacional-PR
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