Dólar opera em alta e volta a passar os R$ 5,80, com cenário fiscal brasileiro e nova escalada na guerra na Ucrânia
Na última terça-feira, a moeda norte-americana avançou 0,36%, cotada a R$ 5,7676. O principal índice de ações da bolsa de valores avançou 0,34%, aos 128.197 pontos. Dólar
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O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (21), na volta do feriado do Dia da Consciência Negra, quando o mercado brasileiro não operou.
Neste pregão, as atenções seguem voltadas com o cenário fiscal, à medida que investidores aguardam o anúncio de um pacote de corte de gastos pelo governo federal.
Está prevista para esta quinta uma nova reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar sobre esse pacote fiscal. As discussões sobre o tema foram iniciadas no fim de outubro, após o segundo turno das eleições municipais, e se estenderam até o fim da última semana, antes do encontro do G20.
Agora, o governo volta a tratar o assunto, à medida que o mercado demanda maior agilidade no anúncio. A expectativa é que o governo anuncie medidas capazes de conter as despesas a fim de manter a sustentabilidade das regras fiscais vigentes e equilibrar as contas públicas. A meta fiscal para 2024 e 2025 é de déficit zero, ou seja, de igualar receitas e despesas.
No cenário externo, uma nova escalada na guerra na Ucrânia gera preocupação pelo mundo e reflete nos mercados globais.
Nesta quinta, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia, segundo a Força Aérea ucraniana. Esta foi a primeira vez que a Rússia utilizou um míssil tão poderoso, de capacidade nuclear e de longo alcance na guerra, iniciada em 2022.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h55, o dólar subia 0,82%, cotado a R$ 5,8147. Veja mais cotações.
Na terça, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,36%, cotada a R$ 5,7676.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,38% na semana;
recuo de 0,24% no mês;
ganho de 18,86% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na terça, o índice fechou em alta de 0,34%, aos 128.197 pontos.
Com o resultado, acumulou:
ganhos de 0,32% na semana;
perdas de 1,17% no mês;
recuo de 4,46% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
Em uma semana mais curta por conta do feriado da Consciência Negra no Brasil na quarta-feira (20) e sem grandes divulgações de indicadores previstas para os próximos dias, investidores continuam a monitorar as reuniões do G20 nesta terça-feira.
O encontro de líderes das maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, teve como foco o combate à fome, a mudança climática e a reforma das instituições de governança global, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltados para os encontros do G20, a previsão do mercado é que o anúncio das medidas de cortes de gastos fique apenas para depois das reuniões.
Segundo analistas, apesar da demora ainda causar preocupação no mercado, a estimativa de que o governo anuncie um corte em torno de R$ 70 bilhões tem sido bem-vista pelos investidores.
“O que Haddad tem dito é que o pacote está pronto. Os números giram em torno de R$ 70 bilhões de economia na soma de 2025 e 2026, mas ainda há poucos detalhes”, disse Caio Megale, economista-chefe da XP.
A previsão, segundo Megale, é que os cortes fiquem entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões para 2025 e atinjam os R$ 40 bilhões em 2026.
A espera pelo pacote de cortes já dura mais de duas semanas. Inicialmente, investidores acreditavam que as medidas seriam anunciadas logo após o fim do segundo turno das eleições municipais. No entanto, as negociações para decidir quais ministérios seriam atingidos pelos cortes se estenderam.
No domingo (18), em entrevista à Times Brasil CNBC, Haddad afirmou que o pacote com medidas de contenção de gastos está “está fechado” e será divulgado em breve.
“Nós vamos anunciar brevemente, porque está faltando a resposta de um ministério […], o Ministério da Defesa”, afirmou. “Tivemos boas reuniões com o ministro [José Múcio] e os comandantes das Forças”.
O ministro também informou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sinalizou que fará todo o esforço necessário para aprovar as medidas ainda neste ano no Congresso.
Na segunda-feira, o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que as taxas de juros mais longas estão em alta por uma percepção dos mercados financeiros de que o governo não conseguirá cumprir com as metas estabelecidas pelo arcabouço fiscal — regra que limita as despesas públicas.
No exterior, as atenções ficam voltadas para o agravamento das tensões entre Rússia e Ucrânia. Para além dos efeitos sociais e geopolíticos, a piora do conflito também aumenta a aversão ao risco pelo mundo e pressiona os preços do petróleo no mercado internacional.
Em falas recentes, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que o país pode considerar o uso de armas nucleares se for alvo de um ataque com mísseis convencionais apoiado por uma potência nuclear.
A afirmação veio após os Estados Unidos terem permitido que a Ucrânia disparasse mísseis de longo alcance fabricados nos EUA em direção à Rússia.
Além disso, o mercado também segue avaliando os eventuais impactos que a gestão de Donald Trump, presidente eleito nos Estados Unidos, pode ter na inflação e nos juros da maior economia do mundo.
Na sexta-feira, dados econômicos e de inflação fortes nos EUA continuaram a remodelar o debate sobre o ritmo e a extensão dos cortes de juros, com investidores reduzindo ainda mais suas expectativas de queda das taxas na reunião de dezembro.
A maior parte do mercado, no entanto, ainda espera um corte, com 61,9% dos economistas projetando um corte de 0,25 ponto percentual no encontro da instituição, em 18 de dezembro. Os dados são da ferramenta FedWatch, do CME Group.
Na zona do euro, o foco ficou com as falas recentes do membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Fabio Panetta. Ele afirmou que a instituição deveria coltar a adotar uma abordagem mais prospectiva na definição da política monetária e fornecer mais orientações sobre medidas futuras, agora que os choques pós-pandemia estão diminuindo e a inflação se normalizando.
*Com informações da agências de notícias Reuters.g1 > EconomiaRead More