Robson se despede do Coritiba “de cabeça erguida” e avalia relação com a torcida: “Amor e ódio”
Quarto maior artilheiro do século, atacante deixa o Coxa e projeta futuro promissor para o clube Exclusivo: Robson fala do adeus ao Coritiba
A história entre Coritiba e Robson chegou ao fim na semana passada com o anúncio da não renovação de contrato do camisa 30. Em entrevista ao ge, o atacante relatou o sentimento de encerrar a passagem pelo Coxa e afirmou sair de “cabeça erguida”.
Creio eu que eu saio pela porta da frente, de cabeça erguida. Deixa as pessoas falarem, eu não esquento, eu sei da minha índole e do meu caráter. Eu só tenho que agradecer a Deus e a todos que sempre torceram por mim.
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Robson, ex-atacante do Coritiba
Rodrigo Brito/RPC
Robson deixou o Coritiba após 150 jogos e 48 gols marcados, números que fazem dele o quarto maior artilheiro do clube no século, atrás apenas de Keirrison (72), Marcos Aurélio (53) e Rafinha (49). O último ato dele com a camisa do Coxa, talvez não seja a melhor lembrança – goleada de 4 a 0 para o Santos, no Couto Pereira.
— Eu entendo que o futebol tem muito dessas coisas (não renovação), eu entendo também que o ciclo começa e termina, e acho que aqui o meu terminou. Acho que se encerrou da melhor forma possível, óbvio que eu queria ter conquistado mais um acesso ou até mesmo um título paranaense, mas não consegui — afirmou.
Robson: o “inevitável” do Coritiba
Amor e ódio a Robson
Foram muitos momentos importantes de Robson com a camisa do Coxa, mas foi em 2024 que ele caiu de vez no gosto da torcida, inclusive com o apelido de “O inevitável”.
— No começo, a gente fica um pouco meio sem jeito. Não sou muito dessa de pegar apelido, mas depois vai pegando, a galera vai falando o tempo inteiro, chamando na rua, no mercado, onde a gente passava falavam. Aí você vê que é carinhoso, que é uma parte legal, uma parte boa da torcida e a gente meio que vai se adaptando a isso — destacou Robson.
Robson comemora gol do Coritiba sobre a Ponte Preta
JP Pacheco/Coritiba
Ainda assim, o atacante foi bastante criticado, mas demonstrou saber lidar com as opiniões contrárias.
— Foram alguns anos lutando, brigando para conquistar o carinho deles, de todos ali, eu acho que as pessoas mais gostam de mim do que me criticam. Eu sei que o futebol é muita paixão e envolve muita coisa, mas creio que eu fiz um bom papel. Fiz o meu melhor enquanto estava dentro de campo. Eu acho que é uma mescla de amor e ódio, mais voltado ao amor — disse.
2024 de muitos gols e lesão
O último ano de Robson pelo Coritiba teve o melhor começo de temporada da carreira dele. Na maior parte de 2024, o atacante foi o artilheiro do time, com 14 gols, até ser superado por Matheus Frizzo. Os números só não foram melhores em razão de uma lesão que o afastou três meses dos jogos e, consequentemente, influenciou na opção do Coxa em não renovar o contrato.
— Antes da cirurgia a gente estava conversando (sobre a renovação), batendo um papo, após cirurgia também, só que faz parte. O clube está com outros pensamentos, querendo modernizar, querendo deixar um plantel um pouco mais jovem, e eu entendo isso — completou.
Robson fala sobre começar no banco e celebra gol pelo Coritiba: “Estou aqui para ajudar”
Incômodo com a reserva?
— Todo jogador se sente um pouquinho incomodado com esse questão de estar no banco, mas eu acho que vale o companheirismo, a entrega, é o cara entender também o momento. Os outros atletas estavam num momento melhor que eu, e a única coisa que eu podia (fazer) era tentar ajudar, entrar do meu jeito, entrar dando meu máximo. Creio eu que fiz isso.
Robson, autor do gol do Coritiba contra o Vila
JP Pacheco/ Coritiba
Trabalho da SAF
— É óbvio que não é a curto prazo, é a longo prazo. Creio, e torço, para que dê certo e que o Coritiba se torne cada vez maior, de uma proporção gigantesca. Espero que eles (SAF) estejam no caminho certo, que consigam deixar o Coritiba gigantesco.
Projeto do Coritiba
— Trabalhinho de formiguinha, então, que tenham um pouquinho de paciência. Eu sei que isso aqui é gigantesco, eu sei do tamanho da torcida, é difícil, mas que eles tenham um pouquinho de paciência, que eles tenham muita fé e eu tenho certeza que daqui a uns anos o Coritiba vai estar nos cenários, sendo campeão, e a torcida vibrando. E vão lembrar do que eu falei.
Com gol de Robson, Coritiba vence o Cianorte
Amizades
— Tem bastante, algumas passagens, não tem como, o próprio Rafinha se tornou um irmão, um amigo de se falar toda semana. O Henrique, o Boschilia, o Muralha, o próprio Natanael, o Farias, a gente sempre que se encontra bate um papo. Os meninos que trabalham no clube, os massagistas, os roupeiros… tem bastante, cara. É difícil (lembrar todos). Às vezes, eu vou esquecer algum, e alguém vai ficar bravo comigo (risos). É isso que a gente tem que levar daqui, é isso que a gente tem que levar do futebol, são as amizades que a gente faz, as histórias que a gente conta, os momentos que a gente passa.
Torcida pelo Coxa
— Fui feliz e espero, quem sabe, um dia voltar, mas aí volto como torcedor. lá apoiando e torcendo junto com eles. Obrigado nação coxa-branca por tudo que vocês fizeram por mim, por todo carinho, por toda torcida, por cada comemoração de gol, estarei sempre na torcida, cada dia que passa o carinho e a paixão pelo clube aumentam. Fica aqui um abraço, um carinho, um beijo e espero que vocês comemorem muito.
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