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Agente acusa diretor do Palmeiras em caso de denúncia contra o Corinthians: “Não teve ética”

Agente acusa diretor do Palmeiras em caso de denúncia contra o Corinthians: “Não teve ética”

Manoel Barboza detalha caso envolvendo menino de 14 anos e diz que João Paulo Sampaio ignorou até a família do jogador no processo de assinatura do contrato de formação Cobiçado, João Paulo Sampaio é o homem forte da base do Palmeiras
A saída de um menino de 14 anos do Palmeiras para o Corinthians, que acabou excluído do Movimento de Clubes Formadores, ganhou mais um capítulo de polêmica. O agente Manoel Barboza, responsável nesse momento pela carreira da jovem promessa, se manifestou sobre o caso e fez acusações contra João Paulo Sampaio, direto das categorias de base do Palmeiras.
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Manoel deu sua versão do imbróglio ao ge. Ele afirmou que em fevereiro do ano passado foi ao centro de treinamento do Palmeiras se apresentar para Sampaio. Em abril, começou a trocar mensagens com o dirigente para marcar uma reunião e alinhar a assinatura do contrato de formação, que aconteceria a partir do dia 22 de dezembro, quando o menino completasse 14 anos.
Mensagens trocadas entre agende e diretor do Palmeiras
Reprodução
No entanto, Manoel afirmou que, depois de várias tentativas, desistiu de procurar o dirigente e aguardou um contato, que, segundo ele, jamais ocorreu. As últimas mensagens trocadas entre eles foram em junho de 2024, segundo o agente.
– O João Paulo é presidente do conselho de ética do MCF. A maior ética que tem que ter é com a família do atleta, não é nem com o empresário. Ele não teve ética, aí quer falar de ética do Corinthians? Tenho uma lista aqui de jogadores que ele pegou em vários clubes, levou tudo com briga para o Palmeiras, manda ele se explicar sobre ela – afirmou Manoel.
Troca de mensagens entre agente e dirigente do Palmeiras
Reprodução
Segundo o agente, o menino havia sido captado pelo Corinthians em abril de 2021 de uma escolinha em Caldas Novas, no interior de Minas Gerais, sendo inclusive federado pelo clube. Em fevereiro de 2022, foi para o Palmeiras. Manoel afirmou que várias empresas grandes de agenciamento de jogadores procuraram o menino às vésperas do aniversário de 14 anos.
– Teve muita gente querendo fazer parceria, mas eu não tinha interesse. Queria saber o que o Palmeiras pensava, fazer o meu papel, mas ele jamais me respondeu – contou.
Troca de mensagens entre agente e diretor do Palmeiras
Reprodução
No dia 19 de dezembro, três dias antes de o menino completar 14 anos, os pais enviaram uma mensagem por e-mail e por whatsapp para João Paulo Sampaio e Marcelo Francisco, coordenador da base. Nela, eles informam que o jogador não atuará mais pelo Palmeiras.
– A família é 100% espetacular. Veio uma empresa, veio outra, os pais passavam o meu contato e ninguém me procurava. Pedi para ela comunicar que não ia mais fazer parte do palmeiras. Os dois (João e Marcelo) não responderam. Esse é o maior agravante de tudo, tocaram para frente, não falaram nada. No dia 27 (de dezembro), entrou outra empresa grande atrás do pai e da mãe “para mudar a vida deles”. A mãe respondeu que era para falar comigo. O que aconteceu? Ninguém me procurou também – contou Manoel.
O agente ainda explicou como aconteceu o contato com o Corinthians. O menino ainda não assinou contrato com o novo clube. A briga nos bastidores ainda segue intensa com a acusação de aliciamento feita pelo Palmeiras ao MCF.
– O Palmeiras não respondeu o pai e a mãe, nem me procurou. Eu preciso trabalhar, fazer a minha parte, correr para outro lado. Fui até o Corinthians, tive uma reunião e expliquei toda a situação – disse Manoel.
Procurado pela reportagem, João Paulo Sampaio não quis se posicionar oficialmente.
Mensagem enviada pela mãe do jogador para os dirigentes do Palmeiras
Reprodução
O que diz o trecho da lei citado pela mãe do jogador
Art. 99. A organização esportiva formadora de atleta terá o direito de assinar com ele, a partir de 16 (dezesseis) anos de idade, o primeiro contrato especial de trabalho esportivo, cujo prazo não poderá ser superior a 3 (três) anos para a prática do futebol e a 5 (cinco) anos para outros esportes.
§ 16. O atleta em formação menor de 14 (quatorze) anos poderá desligar-se a qualquer tempo da organização esportiva formadora, mesmo que se vincule a outra organização esportiva, sem que haja a cobrança de qualquer tipo de multa ou outros valores a título de indenização.
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Entenda o caso
Um atrito na categoria sub-14 motivou a exclusão do Corinthians do Movimento de Clubes Formadores e o protesto de 12 times, que agora exigem a retirada do Timão da Copa Votorantim Sub-15.
Trata-se de uma denúncia de aliciamento a um ex-atleta do Palmeiras, que o Corinthians nega ter feito. O caso, porém, pegou mal na diretoria alvinegra, causou incômodo ao presidente Augusto Melo e haverá uma conversa com o diretor da base, Claudinei Alves.
João Paulo Sampaio e Leila Pereira, na Academia do Palmeiras
Cesar Greco / Palmeiras
A reportagem do ge ouviu pessoas ligadas ao Movimento, teve acesso a mensagens, ao nome do atleta – que será preservado – e ao Regimento Interno do MCFFB para destrinchar os bastidores dessa história.
Responsável pela exclusão, o Movimento de Clubes Formadores surgiu para evitar o “roubo” de atletas abaixo dos 14 anos, idade mínima para assinar contrato de formação. Ou seja, atua onde a lei não age e protege os clubes com jogadores dos dez aos 14 anos, impedindo, através de um Regimento Interno, a transferência para outros times sem autorização.
No caso envolvendo Corinthians e Palmeiras, trata-se de um atleta que completou 14 anos em dezembro de 2024.
Reunião entre membros do Movimento de Clubes Formadores
Reprodução
Com a proximidade do aniversário, o Palmeiras afirmou ter enviado o contrato de formação aos responsáveis e recebeu como resposta um e-mail informando o desligamento do garoto, que não queria mais continuar no clube.
No sábado da semana passada, o coordenador da base do Verdão, João Paulo Sampaio, fez a denúncia no grupo de WhatsApp do Movimento, informando tempo de clube, valor do auxílio financeiro + bolsa de estudo – que é o investimento feito no atleta – e a não intenção de fazer parcerias.
Quando um clube aceita parcerias, o atleta é liberado para outro time do movimento através de acordo – como a inserção futura de divisão de percentuais de direitos. Quando não aceitam, os outros clubes são proibidos de acertarem com o jogador, que por vezes termina voltando ao de origem.
Neste caso, os envolvidos relatam que o atleta dias depois apareceu treinando no Corinthians. E isso virou tema de debate na reunião do Movimento, realizada na terça-feira.
O executivo Alex Brasil participou representando o Corinthians e alega que apenas passou aos outros clubes o posicionamento institucional de que o garoto permaneceria no Timão.
Na semana passada, o Corinthians, em nota, negou ter aliciado o jogador e disse que não reconhece os motivos alegados pelo MCF e foi pego de surpresa pela exclusão.
O Artigo 4º § 3º do Regimento Interno do Movimento de Clubes Formadores determina quatro condições para proteger os clubes em relação a cada atleta entre os 10 e 14 anos:
Registro no BID.
Comprovar o tempo no clube de no mínimo 90 dias.
Se houver contrato de bolsa aprendizagem, é preciso comprovar o pagamento com não mais que três meses de atraso.
O gestor do clube deve ter participado de no mínimo uma reunião do Movimento por ano.
O regulamento determina também que caso não haja acordo entre os clubes, sejam aplicadas as possíveis punições descritas no Artigo 12:
Exclusão do clube do MCFF
Exclusão de seu representante
Análise de participação dos clubes membros em competições em que o clube excluído esteja presente (como é o caso da Copa Votorantim Sub-15)
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