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Como Wesley deixou de ser o “Malandrinho” que torcia pelo Bahia para brilhar no Inter

Como Wesley deixou de ser o “Malandrinho” que torcia pelo Bahia para brilhar no Inter

Atacante colorado nasceu em Salvador, palco do duelo entre as duas equipes brasileiras no Grupo F da Conmebol Libertadores nesta quinta. Amigos revelam histórias e o amor pelo Tricolor de Aço Danilo Ribeiro relembra clássico Ba-Vi disputado com Wesley na adolescência
O primeiro capítulo do Inter rumo ao sonhado tricampeonato da Conmebol Libertadores faz Wesley revisitar seu passado. Natural de Salvador, o atacante lutou contra distintas adversidades. Inclusive, a própria desconfiança para prosperar graças ao talento.
Quis o destino que o rival desta quinta-feira seja justamente o amor de infância nesta caminhada trôpega, mas que ficou de lado para ter sucesso na profissão.
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A partir das 19h, o Inter enfrenta o Bahia pela primeira rodada do Grupo F da Libertadores. O confronto será na Casa de Apostas Arena Fonte Nova.
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Primo de Wesley relembra momento marcante da final da Libertadores de 2021
Wesley não fugiu da realidade de grande parte dos jogadores de futebol. Nasceu em uma família humilde no bairro Águas Claras, no noroeste da capital baiana, onde brincava com o parceiro Matheus, amigo até hoje, ou ajudava o time do primo Danilo.
O parente sempre foi muito próximo, quase um irmão. Viviam juntos para jogar bola ou videogame. Mas era o talento de Wesley no futebol que encantava.
Já na adolescência, Danilo promoveu um Bahia x Vitória com amigos. Sim, ambos torcem para o Tricolor de Aço – Wesley chegou a defender o Leão no início da carreira. Com o duelo equilibrado, precisou utilizar um trunfo.
— Fizemos um baba (pelada) e o Ba-Vi estava 2 a 2. O moleque, com 12 anos, entrou e, no primeiro lance, fez o terceiro. Todo mundo lembra até hoje — vibra o primo coruja.
Empolgação e decepção
O Vitória não foi a única vítima daquele talento precoce. A qualidade para desmontar marcações e balançar as redes chamou atenção de Wilson Kraychete Júnior. Há 12 anos, os destinos do futuro atacante colorado e do empresário se cruzariam.
Wesley foi o craque de um torneio na Argentina antes de subir ao profissional
Arquivo pessoal
Na época, a escolinha de Águas Claras venceu o time de Kraychete, o Salvador FC, em um amistoso preparatório para um torneio no Espírito Santo. O menino Wesley deu show, com quatro gols marcados.
— Fez quatro em nós e dava cada drible desconcertante… Perguntei quem era o menino e mandei chamá-lo. O Wesley se apresentou e disse que viajaria com o Salvador FC para o Espírito Santo — recorda o agente.
O que parecia ser o início do sucesso virou decepção. Wesley, então com 14 anos, não entrou em partida alguma da competição sub-15. Sumiu e disse que não jogaria mais pela equipe.
Porém, a atitude intempestiva durou pouco tempo. Pediu para voltar. O Salvador FC virou o atual Jacuipense e, dois anos depois, o atacante encantaria em um torneio sub-17 na Argentina, o Buenos Aires Cup.
— Não perdemos para ninguém. E quem foi o artilheiro? Wesley, claro! Perdi as contas de quantos gols ele fez — diverte-se Kraychete.
Traquinagem para seguir o sonho
A condição financeira à época era totalmente distinta da qual Wesley alcançou graças ao que apresenta em campo. O deslocamento entre o bairro onde morava e o local de treinos já servia como teste se estaria disposto a lutar para trilhar uma carreira no futebol.
O parco dinheiro fazia falta até para pagar a condução. Afinal, ainda era necessário ir ao colégio. Para conciliar dever e paixão, encontrou uma solução alternativa, que rendeu um apelido.
— Não tínhamos transporte para voltar e “traseirávamos” (sic). Saíamos pela porta de trás sem pagar — admite o amigo de infância Laerte. — Aí (Wesley) ficou com o apelido de Malandrinho. Todo mundo o conhece como Malandrinho.
Wesley e o amigo Laerte em festa
Arquivo pessoal
Quando surge o Alviverde imponente…
Passado o momento de maior aperto, Wesley pode vislumbrar o estrelato cada vez mais perto ao ser contratado pelo Palmeiras para finalizar o processo de lapidação. Porém, sofreu uma lesão no joelho e ficou afastado dos gramados por um longo período.
Depois de uma discussão entre empresário e clube sobre a necessidade de cirurgia, o procedimento foi feito. Então, uma infecção decorrente de uma bactéria prejudicou a recuperação do jogador. Mais dois meses fora.
No total, foram quatro meses afastado dos treinamentos. Outro teste vencido, apesar da necessidade de passar por um processo de fortalecimento muscular. Kraychete, que já havia convencido Wesley a não desistir, precisou atacar de psicólogo novamente.
Disse que o garoto já tinha despachado obstáculos anteriores e não seria mais um que interromperia seu sonho. Não deu outra. Disputou um torneio na Bélgica onde foi eleito destaque. Regressou direto ao sub-20 do Palmeiras.
Empresário Wilson Kraychete fala da lesão de Wesley no início pelo Palmeiras
Do amor pelo Bahia ao rival Vitória
Torcedor de coração do Bahia, Wesley acabou jogando pelo rival Vitória em 2018. O Palmeiras entendia que era melhor emprestá-lo para finalizar o processo na base. Por obra do acaso, havia um acordo entre o Verdão e o Leão para cedência de jogadores. O atacante foi escolhido.
Como pano de fundo dessa tratativa, havia uma dança provocativa feita por Wesley em uma goleada do Palmeiras de 4 a 1 sobre o Vitória pelo Brasileirão sub-20. Era a mesma que causara tumulto generalizado no Ba-Vi pelo Campeonato Baiano daquele ano.
— Wesley disse que não iria, que tinha feito a dancinha, mas eu insistia e brincava que o buscaria, nem que fosse algemado — brinca o empresário.
— Quando foi para o Vitória, me ligou meio chateado, chorando. O Wesley sempre foi muito Bahia, assiste aos jogos. Ainda tinha a situação da dancinha. Não queria ir. Mas falei que precisava ser resiliente. Ele até tem tatuada a palavra — recorda o primo Danilo.
Wesley e a família torcem pelo Bahia
Arquivo pessoal
Como torce para o Vitória, o empresário Wilson Kraychete Júnior está ainda mais empolgado com a partida entre Inter e Bahia nesta quinta. Estará na Arena Fonte Nova, assim como Danilo, Laerte e Matheus. Todos para motivar o parceiro de longa data.
Na noite passada, Wesley recebeu amigos que moram em Salvador minutos após a delegação desembarcar na cidade. O grupo se reuniu no saguão do hotel e conversou demoradamente, com muitas risadas e lembranças (veja abaixo).
O palco e a plateia se unem para que Wesley ofereça aos colorados os primeiros três pontos na Conmebol Libertadores. Em busca do tricampeonato continental, o time gaúcho enfrenta os baianos a partir das 19h.
Wesley recebe os amigos de Salvador no hotel do Inter
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