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Mundo da Luta debate filme de The Rock e dependência química no MMA

Mundo da Luta debate filme de The Rock e dependência química no MMA

Gustavo Campanholi e Maria Clara Moteff detalham ação de opioides no corpo e os riscos do uso contínuo
O filme “The Smashing Machine — Coração de Lutador” estreou na última quinta-feira (02) e já levantou diversos debates no mundo dos esportes de combate. A trama, que conta a história de Mark Kerr — astro do MMA —, mostra como dentro do ringue, o ex-campeão parecia invencível, mas fora dele, o abuso do uso de opioides e a instabilidade emocional marcaram a vida do lutador. O podcast Mundo da Luta desta semana recebeu Gustavo Campanholi, médico ortopedista e traumatologista, e Maria Clara Moteff, psicóloga e advogada, para um papo importânte sobre abuso de opioides para o tratamento de dores e saúde mental de atletas de esportes de combate.
No bate-papo do episódio #355, Ana Hissa e Gabriel Leonan receberam os especialistas para discutir os desafios da saúde mental nos esportes de combate e os perigos do abuso de substâncias para o controle de dor. No segundo bloco recebemos Luciano Andrade para um bate-papo sobre o novo dono do cinturão meio-pesado do UFC, Alex “Poatan” Pereira. Ouça o podcast na íntegra no player abaixo:
Dwayne Johnson em ação como Mark Kerr
Reprodução
Nos esportes de combate, as dores costumam ser tratadas como parte do ofício. Mas quando o corpo e a mente se acostumam a esse limite, os remédios, que antes aliviavam também podem se tornar um grande problema.
— Uma das grandes sensações dos opioides é que, além dessa sensação de alívio da dor, você tem uma sensação de prazer. Para ter o mesmo efeito, com o tempo você começa a ter que usar uma dose cada vez maior. Esse é um fenômeno que acontece já com seis ou sete dias do uso dos opioides. Pelo fato de ser um medicamento de ação central e gerar bem-estar, quando você faz uma retirada ele dá sintomas de abstinência. A pessoa tem sudorese, taquicardia, sensação de vazio e acaba ficando viciada não só pelo efeito bom que dá, mas pelo medo do efeito ruim —, afirma Gustavo Campanholi, especialista em medicina da dor.
Pra descrever o impacto dos opioides, Maria Clara Moteff explica que no começo tudo acende, tudo brilha — mas com o tempo, essa luz vai apagando. O que um dia já trouxe prazer passa a deixar um vazio, e o remédio vira uma armadilha.
— É como se você chegasse em um auditório com 40 lustres e acendesse os 40 interruptores ao mesmo tempo. Você vai ter aquele prazer, aquela enxurrada de dopamina, aquela coisa muito forte. E com o fenômeno da tolerância, depois com a disforia, você não vai mais conseguir acender aqueles interruptores todos e, do ponto de vista psicológico, você acaba perdendo o prazer na vida. As coisas passam, de fato, a perder a cor. Então, é um canto da sereia muito perigoso, esse uso indiscriminado.
No fim, “Coração de Lutador” mostra que, às vezes, o maior nocaute acontece distante dos holofotes, quando o lutador começa a descobrir onde termina o super-atleta e começa o ser humano.
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