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Valdir desabafa e se emociona em assembleia de credores do Vasco: “Nunca mais ninguém vai me ouvir”

Valdir desabafa e se emociona em assembleia de credores do Vasco: “Nunca mais ninguém vai me ouvir”

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Com cerca de 100 pessoas presentes, a assembleia de credores do Vasco foi marcada por discurso, logo na abertura, de Valdir Bigode. O ex-atacante do Vasco, que entrou em rota de colisão com a diretoria de Pedrinho, cobrou a revisão do plano de pagamento. Depois do discurso de Valdir, a assembleia foi suspensa por uma hora.
O Vasco apresentou aditivo ao plano de recuperação judicial na véspera da assembleia, o que provocou intensas movimentações dos advogados da SAF vascaína e da Alvarez & Marsal para angariar votos para a aprovação do plano.
Por um lado, houve inclusão de novas categorias, como a subclasse “Beneméritos parceiros”, na definição do plano apresentado pelo clube, aqueles que “tenham prestado excepcionais e relevantes serviços ao clube, reconhecidos pelo Conselho de Beneméritos na forma do respectivo regulamento por proposta do presidente do clube”.
Valdir Bigode no Vasco
Agência Globo
Mas ao mesmo tempo houve mudança de limite para a categoria de credores trabalhistas “não colaboradores” – ou seja, aqueles que não aceitaram as condições de pagamento oferecidas pelo Vasco no período de mediação que se iniciou em outubro do ano passado. A nova proposta previa limite de R$ 1,5 milhão para pagamento desta classe.
Além de Valdir, outros ex-jogadores como Zinho e Jorginho também estiveram presentes.
Assembleia dos Credores do Vasco
Reprodução
Leia o discurso de Valdir Bigode:
“…Pode me processar, fazer o que quiser. Vou até o último dia. Esse dinheiro me pertence, é da minha família. Eu trabalhei para isso, eu trabalhei… Tô com a coluna toda rasgada, três cirurgias… trabalhei por outros clubes também, mas eu joguei futebol para isso. Eu queria ter uma um respeito de quem vai administrar. Com todo o respeito a todos, as pessoas que estão fazendo isso estão recebendo seus salários em dia. E eu queria receber o meu. Eu estou pacientemente há quase 20, 21 anos esperando. Um monte de gente fez acordo. Eu não quero saber como foi a vida dos outros, quero ver a minha. Sou o número 22 ou 23 e o número 33. Estou aguardando. Ninguém me procurou.
Recebi um contrato horroroso. Não tem resposta. Não sei se vocês vão perceber. Não sei como vai fazer. O mínimo que eu sei disso, judicamente falando, eu não vou nem usar palavras melhores que eu não tenho. Eu não estudei para isso… Segue a fila. Dois milhões por mês, dois milhões e meio por mês. Continua pagando os credores. Não estou falando por ninguém, mas eu sei, tenho amigos. Nunca quis receber, porque os que estão na minha frente são amigos meus. Trabalharam comigo. Os que estão atrás também são amigos.
Eu não queria o meu nome… “ah, Valdir recebeu porque é amigo do Eurico, porque é amigo…” Não, estou na fila esperando, pacientemente. Com todo o respeito, as palavras aqui, não sei se fui grosseiro, talvez eu tenha sido, mas com respeito. Pense bem nisso, nessa recuperação, do jeito que vai se fazer, um plano melhor… Eu fiz um acordo com o Atlético-MG no passado, eu não fui um jogador igual eu fui no Vasco, fui convidado a aceitar, aceitei. Porque foi uma coisa muito tranquila para o clube e para nós. Foi um acordo justo pra nós, muito justo, e para o clube também. Nunca me procuraram para fazer um acordo, não estou dizendo que fui melhor ou pior do que ninguém não. Estou dizendo que como jogador do Vasco, cheguei na base, representei e representei como profissional.
Isso aqui é, juridicamente não tem como… Prestem atenção nos valores, todos estão precisando. Eu também preciso do meu…
(Administrador judicial interrompe)
Valdir, com todo respeito a você, eu vou pedir que você termine a sua manifestação. Com todo o respeito, mas tem mais pessoas que precisam falar e o momento agora realmente não é o momento para que a gente possa discutir alguma coisa nesse sentido.
Valdir retorna:
Posso mais um minuto? Me desculpa, me desculpa, eu sei, vou terminar. Mas eu, assim, discordo dos senhores de uma situação. Esse é o único momento que eu tenho. Ninguém vai me ouvir nunca mais, como não me ouviram. Tem 21 anos, ninguém me ouviu. (interrompido com aplausos).
Poderia ter feito vários tipos de acordo. Fiquei pacientemente na fila, eu sou o número 33, estava programado para receber, se não tivesse as pessoas doentes e os mais velhos passando na frente, tudo bem pra mim também, está dentro da lei… Mas ia receber até o ano que vem. Espero, não sei se a minha voz vai fazer nenhum efeito, mas pelo menos eu vou pra casa tranquilo.”
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