2º tempo de luta e qualidade faz Botafogo alcançar empate da sobrevivência
Em mais um duelo interessantíssimo da reta final do Brasileirão, cruzeirenses e botafoguenses protagonizaram um jogo cheio de reviravoltas. A Raposa foi superior até abrir 2×0 no placar, mas o Glorioso se transformou com a entrada de Montoro e foi buscar o empate com muita agressividade. Marçal teve grande atuação. Fez um gol e realizou a jogada do pênalti convertido por Alex Telles.
Se perdesse, o Botafogo teria que, além de vencer o Fortaleza no domingo, torcer pelo título do Cruzeiro na Copa do Brasil para herdar uma vaga direta caso terminasse na sexta posição. Outra hipótese era o Fluminense terminar em quinto no Brasileirão e vencer a Copa do Brasil. A Raposa não tem mais como alcançar o Palmeiras e ficará com o terceiro posto do campeonato.
Escalações
Leonardo Jardim optou por Sinisterra na ponta-esquerda. Arroyo ficou no banco. Kaio Jorge e Lucas Romero voltaram ao time. Gabigol foi a ausência entre os reservas pelo excesso de cartões amarelos.
Já Davide Ancelotti teve muitos desfalques. Léo Linck, Barboza, Danilo, Santi Rodriguez, Savarino e Joaquin Correa foram alguns. Raul assumiu a meta, Marçal compôs a zaga com David Ricardo. Cuiabano foi o ponta-esquerda com o retorno de Alex Telles. Jordan Barrera atuou como meia-central e foi titular no clube pela primeira vez. Arthur Cabral foi o centroavante.
Como Cruzeiro e Botafogo encerraram a 37ª rodada do Brasileirão 2025
Rodrigo Coutinho
O jogo
Cruzeiro e Botafogo mantiveram o ritmo e o nível da maior parte dos duelos de reta final deste Brasileirão e agradaram a quem acompanhou o 1º tempo no Mineirão. Obviamente a torcida celeste saiu mais feliz com a vitória parcial dos donos da casa, que dominaram a primeira metade da etapa e abriram o placar em bela jogada coletiva pela esquerda. Christian concluiu de cabeça aos 14 minutos.
Sinisterra contou com a aproximação de Matheus Pereira e a ultrapassagem de Kaiki para que houvesse a troca de passes antes do cruzamento para Kaio Jorge. O atacante trombou com a zaga e a bola sobrou para Sinisterra achar Christian dentro da pequena área. O gol foi um resumo da dificuldade do encaixe de marcação do Botafogo. Houve muita dificuldade para brecar os avanços mineiros.
Lucas Silva e Romero revezavam entre dar apoio aos zagueiros em ”saídas de três” e se posicionar logo à frente deste trio para organizar o meio-campo. Matheus Pereira transitava sempre na direção da bola. Kaiki e Willian se projetavam pelos flancos, permitindo flutuações a Christian e Sinisterra entre laterais e zagueiros do Botafogo. A indefinição da estratégia para marcar reinou no Alvinegro.
Sem contar a verticalidade e o talento dos donos da casa, que buscavam rápidas associações. Faltou terminar os ataques com um pouco mais de precisão. Com dificuldades iniciais para sair jogando diante da boa marcação adiantada feita pelos mineiros, o Glorioso fez uso de algumas ligações diretas para Arthur Cabral escorar e colocar os volantes e os meias no jogo. E isso chegou a funcionar!
Jogadores do Cruzeiro comemoram gol de Christian contra o Botafogo
Fernando Moreno/AGIF
Outro detalhe que fez o Botafogo levar perigo foi a velocidade dos contragolpes, principalmente ao acionar Artur pela direita. Ele perdeu grande chance depois de receber lançamento primoroso de Marçal. Cássio impediu o gol em ótima defesa. Antes, já havia servido a finalização de Barrera na trave esquerda.
Cuiabano foi uma força pela esquerda, e sua capacidade de vencer duelos quase gerou o empate ao retomar uma bola de Christian dentro da área e bater para outra boa defesa de Cássio. Depois dos 20 minutos, a Raposa variou a ”altura” do bloco de marcação. Em alguns momentos marcou mais atrás, e isso permitiu que o Botafogo trocasse passes, aumantasse o tempo de posse de bola.
As conexões entre os jogadores, no entanto, não foi tão natural quanto nos anfitriões. A marcação cruzeirense também esteve mais bem definida em relação aos visitantes. Fatores que faziam a balança do jogo pesasse favorávelmente ao Cruzeiro.
Jordan Barrera em Cruzeiro x Botafogo
Vítor Silva/Botafogo
Uma das formas buscadas por Ancelotti para tentar neutralizar o volume da Raposa perto da área carioca foi fazer com que Cuiabano recompusesse mais atrás e formasse uma linha de cinco na defesa, mas faltava combate pelo lado esquerdo do meio-campo. Isso começou a acontecer na reta final da 1ª etapa e ficou ainda mais constante após o intervalo.
O 2º tempo começou com um cenário parecido com a segunda metade do 1º tempo. Trazer o Botafogo para o seu campo de defesa era uma estratégia interessante para o Cruzeiro, que não demorou a provar novamente a força de seu contragolpe diante da débil recomposição dos visitantes.
Sinisterra iniciou a transição pela esquerda e tocou para Lucas Silva servir Kaio Jorge em profundidade. O chute cruzado do artilheiro foi rebatido por Raul e Matheus Pereira ampliou logo aos cinco minutos. Ancelotti tirou Cuiabano na sequência. Montoro entrou na meia-central. Barrera passou para o flanco esquerdo. A entrada do argentino aumentou a confiança e a qualidade alvinegra.
O time intensificou os movimentos ofensivos e lutou bastante para diminuir o placar. Conseguiu fazer isso rapidamente. Contou com um desarme de Montoro em Matheus Pereira, após rebote de falta cobrada pelo Botafogo na área. David Ricardo cruzou na sequência, a bola desviou e encontrou a cabeça de Marçal na pequena área. 2×1!
Mineirão; Cruzeiro x Botafogo
Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Leonardo Jardim fez suas primeiras trocas na Raposa na metade do 2º tempo. Arroyo entrou pelo centro do ataque e Eduardo compôs o lado esquerdo. Eles substituíram Sinisterra e Kaio Jorge. O Botafogo já era dono da posse de bola e tentava entrar na defesa cruzeirense ao trocar passes nas imediações da área.
Cássio voltou a trabalhar com muita competência aos 28 minutos. Ele impediu um gol em finalização firme de Arthur Cabral com a perna esquerda. Vitinho fez grande jogada na construção do ataque. Os mineiros seguiam levando perigo em esporádicos em ataques rápidos, e tentavam controlar a pressão dos visitantes a medida que o final do jogo se aproximava.
Davide Ancelotti fez mais três trocas nos minutos derradeiros. Newton e os jovens atacantes Kauan Toledo e Kadir substituíram Vitinho, Allan e Barrera. No Cruzeiro, Lucas Silva deu lugar a Walace. A pressão alvinegra foi premiada nos acréscimos. Marçal recebeu de Kauan Toledo na área, fez grande jogada individual e foi derrubado por Kaiki. Depois da revisão do VAR, Alex Telles deixou tudo igual!
David Ricardo ainda foi expulso dentro dos 12 minutos além do tempo regulamentar. Matheus Henrique e Bolasie entraram para o último suspiro cruzeirense, mas o resultado da partida não se alterou novamente. geRead More


