Análise: Brasileiro deixa lições, e Cruzeiro tem Copa do Brasil para sacramentar “plot twist” de 2025

Melhores momentos de Santos 3 x 0 Cruzeiro
O Cruzeiro fechou o Campeonato Brasileiro usando reservas e perdeu por 3 a 0 para o Santos, na Vila Belmiro. Resultado que diz muito mais sobre o elenco para 2026 do que sobre o que foi o ótimo Brasileirão do time. Agora, foco total na Copa do Brasil, que pode sacramentar o “plot twist” de 2025.
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O termo inglês representa reviravoltas inesperadas em tramas, como novelas e seriados. A temporada do Cruzeiro se encaixou perfeitamente nesse contexto, com exemplo claro na Série A e que pode ser coroado ainda com o heptacampeonato do torneio eliminatório.
Com 34 rodadas no G-4, o Cruzeiro sempre esteve muito perto do objetivo principal do Brasileirão: conquistar vaga na fase de grupos da próxima Libertadores. Mas, com pontuação sempre próxima de Flamengo e Palmeiras, houve um olhar externo mais voltado ao topo.
A dupla que vem protagonizando títulos no Brasil e na América não é de ceder oportunidades, mas elas até surgiram ao longo do Brasileirão. O Cruzeiro não soube aproveitá-las, penalizado principalmente por tropeços contra adversários da parte baixa da tabela – foram oito pontos deixados pelo caminho contra os rebaixados. Também houve questionamentos justos sobre arbitragem, mas faltou o tão falado “algo a mais”.
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E o jogo contra o Santos, na Vila, também mostrou algo que faltou no Brasileiro: um elenco mais equilibrado. É claro que o contexto de 11 reservas jogando juntos não é o ideal para analisar o coletivo, mas, individualmente, problemas ficaram claros. E por vários motivos.
Houve azar, por exemplo, com lesões. João Marcelo, Fagner e Matheus Henrique, que poderiam ser considerados bons nomes para composição, perderam boa parte do ano por lesões e, hoje, sofrem com a falta de ritmo.
Mas também houve erros de planejamento que atrasaram a temporada. O principal deles, com Fernando Diniz. Um técnico mantido de 2024, que ajudou a montar o elenco e acabou demitido com três jogos. Chegou Jardim, que teve que se adaptar por completo e disputar um turno inteiro de competição apenas com o que tinha em mãos.
E, neste contexto, por não adaptação ao estilo de jogo ou à forma de trabalhar, abriu mão de Dudu, contratado em janeiro para ser um dos pilares em uma posição escassa. Gabigol também foi para o banco, e Walace não engrenou – em parte pelo estilo, como Jardim mesmo disse, mas também por não ter muitos bons momentos, tecnicamente falando.
Leonardo Jardim; Santos x Cruzeiro
Mauricio De Souza/AGIF
Com todo esse cenário, por mais que possa haver lamentação por ter ficado tão perto do primeiro colocado em boa parte do torneio, o Cruzeiro precisa olhar positivamente para o Brasileiro. Trocou de técnico, refez o projeto ao longo da temporada, ainda assim ficou em terceiro. Cumpriu a meta com sobras, iniciará o Brasileiro de 2026 sob outra ótica e pode, ainda em 2025, ganhar grande título.
A Copa do Brasil já era algo colocado como possibilidade pelo Cruzeiro no início da temporada, mas o torneio também apareceu sob xeque em um cenário de completa incerteza. E que não mudou imediatamente após a chegada de Jardim. O trabalho só engrenou após dois meses e com cicatrizes por derrotas no Mineiro e na Sul-Americana.
Mesmo assim, o Cruzeiro passou bem pelas fases que disputou da Copa do Brasil. Levou susto contra o CRB, mas não tomou conhecimento do Vila Nova-GO e nem do Atlético. Pode não ter o time que joga melhor neste momento, mas quase nenhum no Brasil é mais difícil de bater do que a Raposa. Está, no mínimo, em igualdade de condições para conquistar a sétima taça e carimbar de vez a temporada de reviravoltas.
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