Análise: Flamengo mostra duas versões, desperta a tempo e mantém vivo o sonho do Intercontinental

Voz do Setorista: Confira tudo da classificação do Flamengo no Intercontinental
O Flamengo venceu o Cruz Azul por 2 a 1, na quarta-feira, em Doha, no Catar, e se classificou para a semifinal da Copa Intercontinental. No entanto, será necessário mais do atual campeão da Libertadores para atingir o objetivo de conquistar o bicampeonato mundial.
No Ahmad bin Ali, com pouco mais de 7 mil pessoas, foi possível assistir a um Flamengo com posturas distintas nos dois tempos. Claro que é preciso levar em conta o contexto até aqui: dois títulos em uma semana, fim de temporada e uma viagem longa e desgastante.
Filipe Luís escolheu uma escalação praticamente idêntica a que conquistou a Libertadores e o Brasileirão. Trocou apenas Danilo por Léo Ortiz, que voltou a atuar depois de lesão. O Flamengo foi a campo com: Rossi, Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira, Alex Sandro, Pulgar, Jorginho, Arrascaeta, Carrascal, Bruno Henrique e Samuel Lino.
CRUZ AZUL X FLAMENGO – FIFA INTERNATIONAL CUP
Adriano Fontes/Flamengo
Foi um Flamengo com uma postura um pouco mais reativa nos minutos iniciais: um primeiro tempo de um time desencaixado e com dificuldade de manter a posse bola. O gol veio de uma falha da defesa do Cruz Azul e aconteceu por mérito do bom posicionamento do artilheiro Arrascaeta. O time mexicano teve mais posse e mais atitude e fez pressão até empatar, já nos minutos finais.
O segundo tempo teve outro retrato. O Flamengo conseguiu aumentar o volume ofensivo e controlar a partida, principalmente com as mexidas de Filipe Luís. No intervalo, Plata entrou no lugar de Lino. O equatoriano ajudou bastante taticamente e justificou a chance do treinador. O jogo passou a funcionar a favor do Rubro-Negro enquanto o adversário, que fez muita pressão no primeiro tempo, cansou.
Em busca do sonho do bi, o Flamengo encara o Pyramids (Egito), no sábado, às 14h (de Brasília), no mesmo estádio. O vencedor deste confronto fará a final com o PSG, no dia 17.
Time apático e desentrosado
O Flamengo até começou bem a partida, mas acabou diminuindo o ritmo ao longo da primeira etapa. O Cruz Azul começou o jogo com a estratégia de sair jogando desde a defesa e pressionar o Rubro-Negro no campo de ataque. Até surtiu efeito por alguns momentos, mas não se sustentou.
Em uma dessas saídas de bola, o zagueiro Piovi entregou a bola nos pés de Arrascaeta. O camisa 10 – que é o goleador do time na temporada – estava bem posicionado e não perdoou os erros dos mexicanos. O meia driblou o goleiro para abrir o placar.
Filipe Luís admite primeiro tempo ruim e exalta mudança de postura do Flamengo
O Flamengo passou a jogar mais solto depois do gol, e Bruno Henrique protagonizou lances de perigo no meio da primeira etapa. Mas, ao mesmo tempo, era possível ver o Rubro-Negro com dificuldade de se adaptar ao gramado e ao tempo da bola. Além, claro, do entrosamento defensivo que deixou a desejar em alguns momentos.
E não demorou para que um erro defensivo custasse caro. Rotondi aproveitou bobeada de Pulgar e Varela na linha de fundo e ficou com a bola. Carrascal afastou mal de dentro da área e a bola sobrou nos pés de Jorge Sánchez, que bateu de primeira e marcou um belo gol para empatar o placar.
Antes disso, no lance anterior, o Cruz Azul teve um gol anulado por impedimento. O mesmo Rotondi fez jogada pelo lado direito, nas costas de Varela, e cruzou na cabeça de Fernández, que colocou a bola no fundo da rede. Os mexicanos foram para o intervalo com mais posse, com mais atitude e embalado pelo gol de empate.
O bom e velho Flamengo
Plata foi acionado na vaga de Lino, que, apesar do pouco destaque ofensivo, fez uma boa partida do ponto de vista tático na defesa. O famoso jogar sem a bola tão elogiado por Filipe Luís. O equatoriano muda o ataque do Flamengo, principalmente com a mudança de lado de Carrascal.
Foi nesta substituição que Filipe Luís começou a ganhar a partida. O Flamengo passou a ter mais volume de jogo e ter mais intensidade. O gol foi ficando maduro a cada minuto. Aos 21, Cebolinha entrou no lugar de Carrascal, deu sequência às boas atuações recentes e provou o porquê briga por espaço entre os titulares.
Cruz Azul v Flamengo
Reuters
Aos 25 minutos, Plata recebeu de Arrascaeta na entrada da área, abriu espaço e bateu cruzado. A bola passou raspando o travessão do gol do Cruz Azul. No minuto seguinte, brilhou a estrela do camisa 10, o melhor jogador – e artilheiro – do Flamengo na temporada.
Arrascaeta recebeu após boa jogada que passou pelos pés de Cebolinha. Primeiro, tentou o passe para Bruno Henrique, mas na segunda tentativa tocou por cobertura na saída do goleiro. Piovi até tentou tirar, mas a bola já tinha passado da linha do gol. Flamengo fica à frente do placar novamente.
Com a vantagem, o Flamengo jogou mais tranquilo e sofreu pouco porque o Cruz Azul já não conseguia fazer a mesma pressão. De la Cruz entrou no lugar de Jorginho, Luiz Araújo na vaga do Arrascaeta, e Saúl no Pulgar. O Rubro-Negro ainda teve chance de ampliar o placar em uma cabeçada de Léo Ortiz, que o zagueiro tirou em cima da linha, e um lance em que Pulgar não conseguiu finalizar.
O Cruz Azul assustou com Piovi, que bateu após sobra na área e parou em Rossi. O lance apenas foi um claro sinal do que o Flamengo precisa levar para a sequência do Intercontinental: é preciso atenção, precisão e intensidade do começo ao fim.
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