Análise: Flamengo usa a cabeça, vai à final do Intercontinental e fica a um passo de fazer história
Voz do Setorista: Letícia Marques acompanha classificação do Flamengo à final do Intercont
Foi em 13 de dezembro de 1981 que o Flamengo conquistou o mundo. Quis o destino que a vitória que dá a chance de o clube repetir o feito tenha acontecido justamente na mesma data, 44 anos depois.
O 2 a 0 sobre o Pyramids, na Copa Intercontinental, deixa o Flamengo a um passo de atender a um pedido antigo da torcida: conquistar o mundo de novo. Vencer o poderoso PSG, na quarta-feira, às 14h (de Brasília) não será algo simples, no entanto.
Os gols da partida consolidaram a marca registrada por Filipe Luís: um time que alterna peças e forma de jogar, mas entrega resultado, performance e parece viciado em vencer. Os títulos do Carioca, da Supercopa, do Brasileirão e da Libertadores, nesta temporada, ainda não parecem suficientes.
Flamengo cameão FIFA Challenger Cup 2025 contra o Pyramids
Mohamed Farag – FIFA/FIFA via Getty Images
Mas, naturalmente, para conquistar o mundo, será necessário fazer ajustes para um jogo em que o Flamengo não poderá cometer erros contra os franceses.
Mesmo com amplo domínio nas duas partidas do Intercontinental, tanto contra o Cruz Azul quanto contra o Pyramids, o Flamengo demonstrou, em alguns momentos, desatenção defensiva e dificuldade em manter a intensidade e transformá-la em vantagem no placar.
Mudanças, domínio e susto
Filipe Luís mexeu em três peças com relação ao jogo contra o Cruz Azul. Danilo, Cebolinha e Plata entraram nos lugares de Léo Ortiz, Samuel Lino e Bruno Henrique, respectivamente. E foi da nova dupla de ataque a primeira boa chance criada. Aos quatro minutos, Plata recebeu de Arrascaeta na linha de fundo, se livrou da marcação e cruzou para Cebolinha dentro da área. O atacante finalizou de primeira, a bola explodiu na defesa do Pyramids e sobrou com Arrascaeta, que mandou por cima.
Além das mudanças de peças, a postura foi outra no confronto contra Pyramids. O Fla chegou a ter mais de 80% de posse de bola em determinados momentos do primeiro tempo, além de uma postura mais agressiva ofensivamente. Além disso, o Rubro-Negro ganhou quase todas as disputas e sobras de bola na defesa e no ataque.
Arrascaeta comemora gol do Danilo pelo Flamengo diante do Pyramids
Jan Kruger – FIFA/FIFA via Getty Images
Mesmo com uma leve queda de intensidade, o Flamengo conseguiu abrir o placar aos 23 minutos. Cebolinha costurou a defesa do Pyramids e ganhou falta no lado esquerdo do ataque. Arrascaeta cobrou dentro da área, Léo Pereira partiu livre de marcação e testou firme para o fundo do gol.
As mudanças propostas por Filipe Luís surtiram efeito, deixando o Flamengo com maior volume ofensivo e controle no meio de campo. A defesa atuou em linha alta e espremeu o Pyramids, que parecia não assustar Rossi nas suas três finalizações na primeira metade da partida.
No minuto final, a melhor chance do Pyramids: Mayele foi lançado entre Danilo e Léo Pereira, avançou até a entrada da área e finalizou, obrigando Rossi a fazer grande defesa e garantir a vantagem no intervalo.
All Plays de Flamengo x Pyramids F.C. no 2º tempo
De cabeça rumo à final
O cenário do segundo tempo mudou. Em apenas quatro minutos, o Pyramids conseguiu chegar à área do Flamengo e finalizar duas vezes, ambas para fora. Os espaços e buracos entre os blocos de ataque, meio e defesa facilitaram as infiltrações do time egípcio.
Mas a cabeça do Flamengo funcionou rapidamente e respondeu ao bom início do Pyramids. Novamente em cobrança de falta, desta vez na segunda trave, Arrascaeta cruzou na medida para Danilo subir mais alto e ampliar a vantagem.
O gol fez bem ao Flamengo e derrubou de vez o Pyramids. A boa vantagem deu ao técnico Filipe Luís a possibilidade de fazer a gestão física do elenco. Ayrton Lucas e Bruno Henrique entraram nos lugares de Alex Sandro e Everton Cebolinha, respectivamente.
Filipe Luis em Flamengo x Pyramids ‘
Thaier Al-Sudani / Reuters
Se Léo Pereira e Danilo usaram a cabeça para marcar os gols do Flamengo, o time como um todo também usou “a cabeça” para cadenciar e administrar o resultado já pensando no confronto contra o PSG. O Pyramids ficou mais tempo com a bola, mas sem a qualidade técnica necessária para causar qualquer desconforto.
Jorginho e Arrascaeta foram poupados na reta final do jogo com as entradas de Luiz Araújo e De la Cruz. E ainda houve tempo para o retorno de Pedro, que entrou no lugar de Carrascal, após quase dois meses fora por lesão. Foram pouco mais de nove minutos em campo, duas finalizações e a boa notícia de mais uma opção para o último e decisivo jogo da temporada.
Mais uma final. Mais uma chance de fazer história. Mas será necessário fazer mais do que foi feito nos dois primeiros jogos para voltar ao Brasil com o quinto título do ano. Título esse que foi conquistado pelo clube uma única vez, há 44 anos, com o histórico Flamengo de Zico.
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