Aneel manda empresas reforçarem medidas para evitar quedas de energia após alertas climáticos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou, nesta terça-feira (16), que as distribuidoras de energia elétrica do Rio de Janeiro e de São Paulo reforcem os planos de contingência diante do alerta de temporais nessas regiões.
Segundo a agência, a medida tem caráter preventivo e o descumprimento pode acarretar em sanções.
🔎Planos de contingência são conjuntos de medidas previamente definidas para lidar com situações de risco, emergência ou crise, com o objetivo de reduzir danos, garantir a continuidade de serviços e responder rapidamente a imprevistos.
Falta de energia e caos após ventania em São Paulo
No comunicado enviada às distribuidoras, a Aneel destaca que os planos de contingência devem conter, no mínimo:
➡️Esquemas de mobilização adicionais de equipes, devidamente treinadas e capacitadas para atuarem na recomposição do sistema de distribuição no caso de falhas no fornecimento de energia;
➡️Procedimentos de interlocução com os órgãos públicos (Defesa Civil, Corpo de Bombeiros) e autoridades locais no caso de situações climáticas severas;
➡️e de eventuais acidentes causados em deslocamentos de carros de grande porte (trio-elétricos), que possam vir a tocar as redes de distribuição, afim de manter a segurança das pessoas e das instalações.
Falta de energia em SP
O comunicado da Aneel às distribuidoras ocorre a crise ocasionada por um vendaval histórico em São Paulo, que provocou quedas de árvores, cancelamentos de voos e desligamento de semáforos na capital e na região metropolitana de São Paulo.
Na quarta-feira (10), auge do apagão, mais de 2,2 milhões de clientes ficaram sem luz.
Nesta segunda-feira (15), cinco dias após apagão, a Enel informou que o fornecimento de energia normalizou na Grande São Paulo. No entanto, 53 mil imóveis ainda sem energia elétrica — esse número é próximo da média em dias normais, segundo a Enel.
ocal da queda de uma árvore na Rua Cubatão com Eça de Queiroz, no bairro da Vila Mariana, zona sul da cidade de São Paulo (SP), nesta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025. A capital paulista ainda enfrenta nesta manhã os impactos do vendaval que atingiu a cidade na última quarta-feira, 10. De acordo com o Corpo de Bombeiros, somente na quarta-feira, foram abertos ao menos 1.412 chamados para quedas de árvores na capital e na Região Metropolitana de São Paulo
Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Enel foi multada
A concessionária Enel SP já recebeu R$ 374 milhões em multas aplicadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Arsesp desde 2020, por conta da má prestação de serviços na área de concessão da Grande São Paulo.
A empresa, no entanto, ainda não pagou mais de 92% desse valor, segundo levantamento da própria Aneel.
Envolta em mais uma crise que deixou os paulistas cinco dias sem luz, a empresa judicializou ou ainda não pagou mais de R$ 345,4 milhões em multas devidas à agência.
Esse total de multas ainda não inclui o apagão dessa semana, que, no pico, chegou a deixar mais de 2,2 milhões de endereços sem energia. A Aneel já pediu explicações para a companhia.
Aneel pediu explicações
Na semana passada, A Aneel solicitou uma série de informações técnicas e comprovações sobre a atuação da distribuidora durante o evento climático do dia 10 de dezembro de 2025. Entre os pontos cobrados estão:
Descrição detalhada do ciclone, com fotos e laudos meteorológicos;
Linha do tempo do plano de contingência, incluindo níveis de alerta, horários e decisões tomadas;
Momento em que a empresa tomou ciência da magnitude do evento e iniciou o acionamento das equipes;
Curva de recomposição, com gráfico do pico de unidades interrompidas por hora e justificativas para a evolução do restabelecimento;
Comprovação da mobilização de call center e equipes próprias e terceirizadas durante o atendimento;
Demonstração de que a estrutura operacional da companhia é compatível com a complexidade e o tamanho da área atendida.g1 > EconomiaRead More


