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Apesar do desfecho cruel, Flamengo deixou um recado valioso

Apesar do desfecho cruel, Flamengo deixou um recado valioso

Veja os melhores momentos e os pênaltis de PSG 1 (2) x (1) 1 Flamengo pela ge tv
O semblante abatido do técnico Filipe Luís, durante a entrevista coletiva após o jogo, provavelmente representava todos os flamenguistas. Ao lamentar a dolorosa derrota nos pênaltis diante do PSG, o treinador fez questão de salientar a força mental de sua equipe. E tinha toda a razão: o Flamengo conseguiu sobreviver aos momentos mais difíceis da decisão, buscou o empate em um momento crucial e ainda ameaçou virar o placar até os últimos instantes.
Por tudo isso, pelo desesperador sentimento de “quase deu”, que vai acompanhar cada rubro-negro até o fim dos tempos, o desfecho mostrou-se tão cruel. É claro que o PSG, um dos melhores e mais ricos times do mundo, foi superior na maior parte do jogo e teve chances para antecipar sua vitória, como a o lance inacreditável perdido por Marquinhos nos últimos instantes, mas o desempenho do time carioca deixou uma mensagem que pode balizar as futuras incursões sul-americanas na Copa Intercontinental: era possível vencer. Era muito possível.
Pode parecer um acinte falar esse tipo de coisa no dia seguinte aos europeus terem levantado sua 14ª taça seguida no torneio, até porque o Flamengo não é exatamente parâmetro para a maioria dos times sul-americanos, ao menos neste momento — é o que temos de melhor, com um elenco montado com grande investimento, ao longo dos anos. Mas, na impossibilidade de igualar a disputa tecnicamente, pois o time francês é inegavelmente superior, inteligência e estratégia foram trunfos rubro-negros para equilibrar o confronto tanto quando era possível.
Jorginho gol Flamengo PSG
Thaier Al-Sudani/Reuters
Diante da qualidade coletiva e da potência técnica da equipe de Luis Enrique, o poder de análise de Filipe Luís mostrou-se fundamental para que o segundo tempo, lá pelas tantas, assumisse ares de equilíbrio — e, na loucura que tomou conta dos últimos minutos, chegasse ao ponto de vislumbrarmos um título flamenguista ainda com bola rolando. Um pouco mais de esmero de Pedro, Plata e Luiz Araújo e hoje estaríamos falando sobre uma das maiores jornadas do futebol que se joga ao sul da Linha do Equador.
A postura e a atuação do Flamengo deixaram claro que, sim, é possível que um projeto de futebol montado na América do Sul possa fazer frente mesmo aos mais poderosos times europeus. E isso já tínhamos visto, em alguma medida, no Mundial de Clubes realizado no meio do ano, com vitórias expressivas de times brasileiros. É claro que também podemos discutir sobre a questão moral de se gastar tanto dinheiro no futebol, seja na Europa ou no Brasil, e lembrar da obscura origem do dinheiro necessário para montar um time como o PSG. Mas esta é uma discussão para outras mesas de bar.
Fato é que a marca da cal foi madrasta. Justamente no momento em que se julgava que o Flamengo chagava em um momento animicamente superior, pois o mais difícil já havia sido alcançado, as cobranças, exceto por De La Cruz, foram totalmente desastradas, alçando ao súbito estrelado o antes quase anônimo arqueiro russo Safonov. A sequência de equívocos, no entanto, não apaga a evidência: o Flamengo esteve a dois palitos de fósforo de quebrar a hegemonia europeia e mostrou que tem capacidade de bater de frente contra qualquer adversário. E essa mensagem deve continuar vigente para os próximos anos.
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