RÁDIO BPA

TV BPA

Brasileira abusada por Epstein critica censura em fotos e documentos dos arquivos de Epstein: ‘Tapa na cara’

Brasileira abusada por Epstein critica censura em fotos e documentos dos arquivos de Epstein: ‘Tapa na cara’

 Quem é Marina Lacerda, a brasileira que relatou ter sido abusada por Epstein
Marina Lacerda, a brasileira que foi uma das vítimas abusadas pelo empresário Jeffrey Epstein, criticou a censura presente nos arquivos das investigações sobre os crimes sexuais do bilionário em entrevista à TV britânica Sky News neste sábado (20).
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Ricos e famosos, Bill Clinton exposto: o que há nos arquivos de Epstein divulgados pelo governo Trump
Peça-chave no julgamento que levou Epstein à prisão, ela disse que a falta de transparência é uma afronta às vítimas dele e contou:
“Estávamos todas empolgadas ontem, antes dos arquivos serem liberados, e quando eles foram divulgados, nós ficamos em choque. Não há nada lá que seja transparente. É muito triste e decepcionante. É um tapa na cara a essa altura”.
Marina Lacerda em entrevista à Sky News
Reprodução
🔍 Jeffrey Epstein, condenado por tráfico sexual e morto na cadeia em 2019, tinha relações com figuras influentes, entre elas Donald Trump.
🔍 A ligação virou tema sensível para o governo dos EUA após o nome do presidente aparecer em documentos do caso. Trump nega envolvimento e diz ter rompido com Epstein em 2004.
Outras declarações de Marina
Marina Lacerda foi peça-chave para o julgamento de Epstein, que acabou condenado por tráfico sexual em 2019, e foi uma das vítimas que pressionou o Congresso dos Estados Unidos a aprovar a lei que obrigou o governo Trump a divulgar os documentos da investigação sobre o caso.
Após participar de uma coletiva de imprensa no começo de setembro, ao lado de outras vítimas, ela deu uma entrevista à rede de TV americana ABC. Contou que sua relação com o bilionário começou aos 14 anos e que Epstein abusava de “até dez mulheres por dia”.
“A casa dele era uma porta giratória. Sempre tinha garotas. Se ele estava em Nova York, passava uma semana inteira com o máximo de garotas possível. Eu diria que ele tinha encontros com umas cinco a oito mulheres, talvez até mais, talvez até dez mulheres por dia”, relatou a brasileira.
Há um mês, logo depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, sancionou a lei aprovada pelo Congresso para liberar os arquivos do caso Epstein, ela falou com a agência alemã Deutsche Welle e questionou as razões para a decisão tomada pelo republicano:
“”Nós [vítimas] temos sentimentos contraditórios, porque Trump não queria expor esses arquivos em determinado momento. E então, do nada, ele disse: ‘Divulguem os arquivos’ e assinou [a lei para divulgar os arquivos]. E foi tipo, uau, sabe? E então tivemos que parar um momento e pensar: ‘Espere aí, por que ele está divulgando os arquivos de repente?’ Ele os alterou? As respostas que procuramos nesses arquivos são para os ricos e poderosos, homens influentes que estão por trás disso e que não têm sido mencionados, ninguém tem falado sobre eles, e Trump tem os protegido”, disse Marina.
A brasileira Marina Lacerda durante coletiva de imprensa em 3 de setembro de 2025
REUTERS/Jonathan Ernst
A brasileira afirma que conheceu Epstein em 2002, e que, à época, havia acabado de se mudar para os EUA com a mãe e a irmã. As três dividiam um quarto no bairro do Queens, em Nova York.
Marina disse ainda que trabalhava em três empregos para tentar sustentar a família e foi neste momento que apareceu a oportunidade de conhecer Epstein, apresentada como uma proposta de trabalho.
Segundo ela, os abusos duraram três anos. Marina relatou que, aos 17 anos, o bilionário começou a perder o interesse por ela por ficar “velha demais”.
A brasileira contou também que chegou a ser procurada pelo FBI em 2008, mas não foi ouvida pela Justiça porque Epstein havia assinado um acordo judicial. Ela só pôde depor sobre o caso 11 anos depois, quando a investigação foi reaberta.
Crise no governo Trump
Jeffrey Epstein: quem foi, quais crimes cometeu e qual a associação com Trump
Jeffrey Epstein tinha conexões com milionários, artistas e políticos influentes. Entre 2002 e 2005, ele foi acusado de aliciar dezenas de meninas menores de idade para encontros sexuais em suas mansões.
Em 2008, Epstein chegou a firmar um acordo com a Justiça para se declarar culpado. Em 2019, o caso voltou à tona, quando autoridades federais consideraram o acordo inválido e determinaram a prisão do bilionário por tráfico sexual.
O bilionário morreu na cadeia poucos dias após ser preso. Segundo as autoridades, ele tirou a própria vida.
Durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato Trump prometeu divulgar uma lista com os nomes de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual liderado por Epstein. Em fevereiro deste ano, alguns documentos chegaram a ser publicados pelo governo.
Em um desses arquivos, o nome de Trump aparece ao lado de outras pessoas em registros de voos ligados ao bilionário. É de conhecimento público que os dois foram próximos nos anos 1990. Trump, no entanto, não é investigado nesse caso.
Ainda em fevereiro, a procuradora-geral Pam Bondi chegou a insinuar que havia uma lista de clientes de Epstein sobre a mesa dela para ser revisada. Esse documento, no entanto, nunca foi divulgado.
Mais recentemente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que não existe nenhuma lista de clientes nos documentos relacionados à investigação. O próprio presidente Trump passou a afirmar que tal documento é uma farsa.
A mudança de versão irritou a base de apoiadores do republicano. Muitos desses eleitores compartilham teorias da conspiração sobre o caso Epstein e exigem a divulgação completa das informações sobre a rede de exploração sexual.
VÍDEOS: mais assistidos do g1g1 > Mundo Read More