Casal transplantado brilha em competições e usa o esporte para promover a doação de órgãos
Casal transplantado compete junto e leva mensagem sobre doação de órgãos
O Brasil bateu, em 2024, o recorde de transplantes realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), com mais de 30 mil procedimentos. São muitas histórias de pessoas que tiveram a vida mudada após um procedimento como esse. Na Paraíba, um casal driblou as dificuldades e hoje brilha nas pistas de atletismo em competições mundo afora.
Roberto Leôncio, hoje com 48 anos, foi diagnosticado com Insuficiência renal crônica em 2006. Após anos de tratamento, foi submetido a um transplante de rim que transformou a sua vida. E a doação saiu de dentro da sua casa, através de sua esposa Shirley.
Roberto e Shirley celebram ao lado do filho Nohan
Reprodução/Redes socias
— Eu fui pego de surpresa, há quase 20 anos, com um quadro de insuficiência renal crônica. Então, esse diagnóstico paralisou a minha vida, já que tinha uma rotina muita ativa dando aulas de manhã, de tarde e à noite. Naquele momento, já tive que passar de urgência para uma máquina de hemodiálise — contou.
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O transplante de rim foi realizado em 2016, pouco tempo depois do nascimento do filho do casal, Nohan. Após o procedimento, o professor de educação física começou a praticar o atletismo ao lado da esposa e os resultados já estão sendo colhidos.
Na edição deste ano do World Transplant Games, um evento multiesportivo internacional realizado a cada dois anos, que promove o esporte amador entre receptores de transplantes de órgãos, doadores vivos e famílias de doadores, Roberto Leôncio faturou a medalha de ouro no lançamento de disco em Dresden, na Alemanha. O atleta celebrou a conquista e ofereceu o título às milhares de pessoas que estão esperando por transplante no Brasil.
Roberto Leôncio foi campeão do lançamento de disco no World Transplant Games
Reprodução/Redes socias
— Essa medalha tem uma simbologia muito grande. Ela vai para as mais de 80 mil pessoas que estão em lista de transplante no Brasil. Ela não é minha, ela é nossa, é da esperança que a gente tem no SUS, da esperança que a gente tem em todas as equipes transplantadoras que vem fazendo um grande trabalho para que a gente possa reviver — celebrou o atleta.
Shirley Leôncio também participou da competição e voltou para casa com uma medalha de bronze na prova dos 100m rasos. Foi a primeira vez na história que o doador e o recpetor medalharam em uma mesma edição dos jogos. Ela destacou que, apesar da vaga no pódio, a grande conquista foi ter levado vida para dentro de sua casa, ajudando a salvar o marido.
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— Levar informação para outras pessoas e poder ter trazido vida para dentro da minha casa é algo assim que me deixa muito feliz por ter sido um instrumento de trazer vida para alguém — contou.
Shirley Leôncio vai ao pódio nos 100m rasos do World Transplant Games
Reprodução/Redes socias
O filho do casal, Nohan, que também esteve em Dresden acompanhando as disputas do World Transplant Games, falou do orgulho que sente dos pais.
— Eu acho uma atitude de amor muito forte. Meus pais são pessoas muito gentis. Minha mãe nem pensou duas vezes e fez a doação que salvou a vida do meu pai. Eu sinto muito orgulho deles — disse o garoto.
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