CEO do Grêmio diz que Flamengo quer transformar Brasileirão na Bundesliga: “De cada 10, ganhar 9”
GE Palmeiras analisa disputa contra Flamengo sobre contratos com a LIBRA
CEO da nova gestão do Grêmio, Alex Leitão comentou a atual situação do futebol brasileiro e da disputa dentro da Libra entre Flamengo e demais clubes do bloco, que foi judicializada durante o ano. O dirigente gremista afirmou que o Rubro-Negro trabalha para transformar o futebol brasileiro “na Bundesliga”, o Campeonato Alemão, e quer virar o Bayern de Munique. A crítica de Leitão é aos outros clubes do bloco que não se organizaram para rebater o trabalho do Flamengo.
Em setembro deste ano, o Flamengo havia conseguido o bloqueio de R$ 83 milhões de verbas referentes aos direitos de transmissão devidas aos clubes da Libra, algo que foi revertido em novembro. Na ocasião, a desembargadora Lucia Helena dos Passos, também do TJ do Rio, manteve retidos R$ 17 milhões, montante que entendeu ser a parte sob disputa.
Leitão comentou a situação e entendeu ser legítima as escolhas e as brigas do Flamengo. Disse que o clube carioca tem intenção de ser o equivalente ao Bayern de Munique na Bundesliga, mas afirmou que os outros clubes precisam se unir para combater essa postura em negociações econômicas.
– Eu acho que o presidente do Flamengo está fazendo o trabalho dele. Está olhando para o clube. No meu entendimento, o que o presidente do Flamengo quer é que o Brasileirão se transforme em uma Bundesliga, onde o Flamengo seja o Bayern de Munique. De cada 10 campeonatos, ele vai ganhar nove. Isso é o que ele quer e é legítimo. Agora, os outros 19 clubes precisam se juntar e impedir que isso aconteça. O que a gente precisa fazer para que o Campeonato Brasileiro não se transforme em uma Bundesliga é que as diferenças têm de ser menores, a distribuição desses direitos tem de ser de uma forma um pouquinho mais consciente para todos os clubes. Isso é um trabalho de força política de discussão sobre o que queremos no futuro do futebol brasileiro – opinou Leitão em entrevista para GZH.
– O Flamengo pode se recusar a participar disso isso? Pode. Não entro na bobagem de que o Flamengo vai jogar sozinho contra o sub-20, isso não vai acontecer, vai jogar o campeonato. Mas aí eu não estou falando do campo, estou falando de como é que você vende os seus direitos comerciais. Um clube indo ao mercado vender 19 jogos e você vai ter 19 clubes indo ao mercado vender 361 jogos. Aí eu pergunto, você acha que um bloco de 361 partidas, que inclusive conta com os 19 jogos do outro, não tem uma força talvez até maior para que você diminua um pouco essa distância? Passa por sentar e discutir o que queremos de futebol brasileiro.
Alex Leitão, novo CEO do Grêmio, comentou sobre situação atual do futebol brasileiro
Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação
O Flamengo discorda dos critérios definidos pela Libra, entidade formada por Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa, Brusque e o próprio Rubro-Negro. Houve troca de rusgas públicas entre Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo, e Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
– Quero e vou dentro das minhas possibilidades trabalhar para que a gente tenha uma liga unificada, que os clubes possam juntos venderem seus direitos comerciais. No meu entendimento, tem dinheiro em cima da mesa que a gente está perdendo nos dias de hoje. Ter esses dois blocos comerciais separados. Venho de experiências de liga, trabalhei durante muitos anos nos Estados Unidos que tem uma liga das maiores do esporte. A NFL talvez seja a maior liga de um esporte no mundo hoje em termos de faturamento, e a MLS segue muito a governança e o modelo da NFL. Venho dessa experiência. Esse é o melhor modelo e eu acho que a gente precisa trabalhar para que isso funcione nesse sentido – completou.
Presidente do Flamengo, Bap, e presidente da CBF, Samir Xaud
Gilvan de Souza/Flamengo geRead More


