Chefe da Otan alerta Europa sobre risco de ataque da Rússia e pede aumento urgente nos gastos militares
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, fez um alerta contundente nesta quinta-feira (11): os países europeus podem ser o “próximo alvo da Rússia” caso não acelerem investimentos em defesa. A declaração ocorreu durante a Conferência de Segurança de Munique, em Berlim, em meio às discussões sobre uma proposta de paz para encerrar a guerra de Moscou contra a Ucrânia. As informações são da CNN.
Rutte afirmou que o continente vive seu momento mais crítico desde a Segunda Guerra Mundial e destacou que “a guerra voltou à porta da Europa”. Para ele, o cenário exige ação imediata.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, no Pentágono, EUA, em abril de 2025 (Foto: WikiCommons)
“Precisamos estar preparados. Os conflitos já não acontecem à distância”, disse. “A Rússia trouxe a guerra de volta ao continente, e devemos estar prontos para uma escala de conflito que nossos avós enfrentaram.”
O secretário-geral alertou ainda que Moscou “pode estar pronta para usar força militar contra a Otan dentro de cinco anos”, caso o bloco não reforce rapidamente sua capacidade de defesa.
Otan quer elevar gastos militares para 5% do PIB
Em junho, os países da aliança concordaram em aumentar suas metas de gastos militares para 5% do PIB até 2035, mais que o dobro da atual exigência mínima de 2%. O movimento está alinhado às pressões do presidente dos EUA, Donald Trump, que vem cobrando maior contribuição dos aliados europeus.
Rutte ressaltou a importância do vínculo transatlântico e elogiou o governo norte-americano por liderar negociações envolvendo Rússia e Ucrânia. Ele afirmou que os EUA continuam essenciais para a segurança europeia e que “não se pode defender os EUA sem um Atlântico seguro”.
Europa busca cautela nas negociações de paz
Apesar de Trump demonstrar pressa para chegar a um acordo, os líderes europeus mantêm uma postura mais prudente, cobrando garantias de segurança para a Ucrânia e discutindo possíveis concessões territoriais, tema que, segundo Rutte, “caberá apenas aos ucranianos decidir”.
Enquanto isso, tensões paralelas continuam crescendo. A Rússia pediu ao Reino Unido que esclareça o que fazia no país um soldado britânico morto na Ucrânia, insinuando, sem apresentar provas, que tropas britânicas estariam atuando além das funções divulgadas.
Segundo o Ministério da Defesa britânico, o militar morreu em um “trágico acidente” durante testes de uma nova capacidade defensiva ucraniana, longe da linha de frente.


